domingo, 4 de novembro de 2018

Alta do frete deve impactar em R$ 890 milhões a soja de MS

Alta no custo da logística da soja poderá chegar a R$ 890 milhões neste ano em Mato Grosso do Sul

A alta no custo da logística da soja poderá chegar a R$ 890 milhões neste ano em Mato Grosso do Sul. No País, este montante é estimado em R$ 13,8 bilhões. Os dados são de estudo do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log USP). Além do tabelamento de preços mínimos estabelecido pelo governo após a paralisação dos caminhoneiros no fim de maio, a falta de vias alternativas para o escoamento de produção tornou os custos de logística da soja brasileira uns dos mais caros no mundo.

Com a dependência quase total do frete rodoviário, os produtores do Brasil e de Mato Grosso do Sul veem-se obrigados a arcar com custos cada vez maiores em rodovias, em sua maioria, com estrutura precária. “O Brasil é um dos países com maior produtividade de soja por hectare, mas o grande entrave é a questão da infraestrutura, que representa 30% dos custos de produção”, explica o consultor de empresas e especialista em mercado exterior Aldo Barrigosse. “O preço médio de tonelada de soja brasileira, hoje, está girando em torno US$ 500 [em torno de R$ 1.843,60]. Desse valor, cerca de 30% [US$ 150, aproximadamente R$ 553,08] fica na cadeia produtiva na parte de infraestrutura, isto é, transporte rodoviário interno, dentro do Brasil. Enquanto isso, nos Estados Unidos, esse custo fica em torno de US$ 30 [por volta de R$ 110,61], cerca de 5% do custo total”.

Segundo o especialista, por esse motivo, os produtores norte-americanos costumam obter lucros superiores aos brasileiros, mesmo com uma produtividade menor. “Nos Estados Unidos, a produção é transportada por caminhão, depois por trem e depois vai pelo rio até o porto. Aqui, tudo depende inteiramente das rodovias, dos caminhões. Falta investimento nessa multimodalidade. É preciso usar o frete ferroviário e fluvial, para que se possa diminuir o valor da tonelada”.

Para a analista-chefe de grãos da Rural Business, Tânia Tozzi, o custo de logística pago pelos produtores brasileiros é, de fato, “exorbitante”, e o tabelamento do frete, imposto pelo governo, vem prejudicando ainda mais o setor. “O custo operacional logístico do Brasil joga uma âncora no agronegócio. Temos uma infraestrutura precária para um país de tamanho continental”, afirma. “A lucratividade fica, cada dia mais, achatada e automaticamente não se consegue mais investir na lavoura. A produtividade média cai e o custo aumenta, é um ciclo vicioso”, complementa.

PLANO DE GOVERNO

Diante da evidente necessidade de investimento em infraestrutura no Brasil e em Mato Grosso do Sul, a reportagem do Correio do Estado conferiu quais as propostas dos dois candidatos a governador de MS para a questão logística do Estado.

O plano do candidato Reinaldo Azambuja (PSDB) fala em “ampliar o uso da hidrovia do Rio Paraguai, modernizando e ampliando a estrutura portuária”, além de “promover a implantação da Rota Bioceânica rodoviária com a construção da ponte sobre o Rio Paraguai” e a “implantação de novos equipamentos de logística, como portos, aeroportos e outros”. Já em relação à malha ferroviária do Estado, Azambuja propõe “apoiar a recuperação e manutenção da operação da Ferroeste com a implantação da Ferrovia Transamericana”.

O programa ainda propõe “a pavimentação e a manutenção das rodovias estaduais e o aumento da conectividade entre as diversas regiões”, apesar de não citar, de maneira mais específica, como e com quais recursos pretende realizar esses investimentos.

Já o plano do candidato juiz Odilon (PDT) é mais sucinto e cita o “desenvolvimento e a implantação da Rota Internacional Latino-Americana (Rila)” como um potencial a ser explorado. Também fala em “direcionar esforços políticos e econômicos para a captação de investimentos que ampliem e modernizem as malhas ferroviárias e hidroviárias”, além de recursos para “melhorar as condições das rodovias que cortam o Estado”. Por fim, o programa de Odilon também fala em “ampliar a capacidade dos portos, em parceria com o setor privado, e cobrar a aplicação dos recursos destinados às melhorias hidroviárias nos rios Paraná e Paraguai”, esclarecendo que esses recursos estão previstos no Orçamento Geral da União.

A analista Tânia Tozzi reforça a urgência do governo, seja quem for eleito – tanto na esfera estadual quanto federal –, em atuar de forma a ampliar as possibilidades logísticas do Estado e do País. “O ideal é que exista um projeto estrutural [para todo o Brasil]. Se não houver planejamento ligando todos os setores de produção, vamos continuar fazendo as coisas sem nenhum plano estratégico, e o resultado disso no bolso do produtor rural é terrível”, finaliza.

FONTE: Agrolink 01/11/2018

Preços de frete marítimo global despencam com guerra comercial entre EUA e China

O custo de contratação de navios de contêineres despencou 24 por cento ante o pico de vários anos, enquanto as taxas cobradas por navios de matérias-primas recuaram 10 por cento ante máximas em cinco anos, em novos sinais de desaceleração do comércio global com implicações.

Enquanto o mundo segue concentrado nas perdas dos mercados acionários nesta semana, a queda nas taxas de fretes, que ocorre em meio à guerra comercial travada pelos Estados Unidos contra a China, além da desvalorização de moedas de mercados emergentes e condições mais restritas de crédito, é um presságio de desaceleração do crescimento econômico global.

No início das cadeias de fornecimento, os navios graneleiros transportam as matérias-primas, como carvão e minério de ferro, das minas para as fundidoras, enquanto os navios de contêineres completam o ciclo transportando a grande maioria dos bens manufaturados globais das fábricas para os consumidores.

Os fretes de navios graneleiros e de contêineres subiram para picos em vários anos mais cedo neste ano, mas despencaram desde a guerra comercial entre os Estados Unidos e China se agravou, com ambos os lados impondo altas tarifas de importação sobre centenas de produtos.

“O achatamento do índice de fretes de graneis secos no Báltico e do índice de contêineres sinalizam com certeza para uma desaceleração da economia global”, disse Ashok Sharma, diretor da contratadora de cargas BRS Baxi, em Cingapura.

Frederic Neumann, codiretor da Asia Economic Research do HSBC em Hong Kong, afirmou que o “comércio global está esfriando depois de um forte desempenho nos últimos dois anos”.

Ele afirmou que a desaceleração da demanda na Europa e China, dificuldades nos mercados emergentes, bem como as tensões comerciais entre EUA e China estão contribuindo para a desaceleração e acrescentou que “o efeito completo disso ainda não foi sentido”.

O índice Harpex Container, que acompanha mudanças semanais nos preços de frete de navios de contêineres, caiu em quase 25 por cento desde junho, quando estava em um pico de sete anos, para 516 pontos.Já o Freightos Baltic Index, um índice global de contêineres lançado em Cingapura em 2017, subiu para um recorde em agosto, mas desde então caiu 5,4 por cento, para 1.583 pontos.

Os movimentos no mercado de contêineres tendem a refletir mudanças nas economias desenvolvidas enquanto no caso dos navios de granéis sólidos representam mais países emergentes, afirmam analistas de logística.

O Baltic Dry Index, que mede custos de frete para navios que transportam minério de ferro, carvão e outros minerais, caiu 13 por cento depois de atingir o maior pico desde janeiro de 2014.

Leszczynski afirmou que a queda nos fretes de granéis secos está mais relacionada a tendências nos mercados emergentes, onde as moedas de países como a Índia, Indonésia e Paquistão despencaram contra o dólar este ano, reduzindo a capacidade de pagamento de importações.

Por outro lado, os fretes de petroleiros estão se segurando, conforme companhias tentam comprar o maior volume possível de petróleo antes da reimposição de sanções dos Estados Unidos contra as exportações do Irã, em 4 de novembro.

Porém, o sinal de risco para a economia global continua. “O frete de petroleiros tipicamente tem uma defasagem de alguns trimestres em relação ao índice de granéis sólidos”, disse Sharma, do BRS Baxi.

FONTE: Reuters: 29/10/2018

Bolsonaro diz que Brasil voltará a ser líder global na produção de etanol

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) disse que o Brasil voltará a liderar a produção de etanol no mundo, após ter perdido a posição para os Estados Unidos já há algum tempo.

"No passado, fomos líderes nessa área e vamos voltar a ser com toda certeza brevemente", declarou ele, em vídeo gravado antes da eleição e apresentado nesta segunda-feira, em congresso do setor em São Paulo.

"É muito importante, estamos combatendo a emissão de CO2 e trazendo algo nosso para dar energia ao Brasil. Contêm conosco, seremos parceiros nessa questão", acrescentou.

FONTE: Reuters 29/10/2018

Recentes quedas no preço gasolina a refletem nos valores do etanol na usina

De acordo com pesquisas do Cepea, as recentes quedas nos preços da gasolina A nas refinarias estão refletindo em recuos nos valores do etanol hidratado negociado nas usinas do estado de São Paulo. Diante disso, tanto o volume de etanol negociado por usinas paulistas quanto o preço do biocombustível caíram na semana passada frente ao período anterior. Quanto aos preços, entre 22 e 26 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,7720/litro, recuo de 2,26% em relação ao período anterior. O Indicador CEPEA/ESALQ do anidro foi de R$ 1,9874/litro, queda de 1,81% frente ao da semana anterior. Na semana passada, algumas usinas paulistas consultadas pelo Cepea aumentaram a oferta de etanol – as chuvas que chegaram a paralisar a moagem em boa parte do Centro-Sul tiveram pouco efeito sobre as cotações. Do lado das distribuidoras, compradores se limitaram a adquirir pequenos volumes ou quando houve “oportunidade de negócio”.

FONTE: Cepea 30/10/2018

Etanol: exportação cresce 82,3% em outubro, para 278,7 milhões de litros

Ribeirão Preto, 01 - O Brasil exportou em outubro 278,7 milhões de litros de etanol, alta de 82,3% na comparação com os 152,9 milhões de litros embarcados em igual período de 2017 e de 58% em relação aos 176,4 milhões de litros exportados em setembro de 2018. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 1, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

A receita com a venda do biocombustível alcançou US$ 139,6 milhões em outubro, avanço de 58,5% ante os US$ 88,1 milhões registrados em outubro de 2017. Já em relação aos US$ 84,4 milhões de setembro de 2018, o faturamento cresceu 65,4%.

No acumulado do ano de 2018, o volume exportado alcança 1,444 bilhão de litros, avanço de 18,46% ante os 1,219 bilhão de litros embarcados nos primeiros dez meses do ano passado. A receita totalizou US$ 769,5 milhões de janeiro a outubro de 2018, 11,1% maior quando comparada ao faturamento de US$ 692,4 milhões acumulado em igual intervalo de 2017.

FONTE: Estadão 01/12/2018