segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Fundamentos atuais já levam mercado a analisar menos etanol do que se previa em 19/20

O momento está exigindo muita atenção dos players brasileiros do setor sucroenergético. O que vinha demonstrando mais uma safra nova de cana, a 19/20, com um mix mais alcooleiro, pode acabar mudando. Não exatamente uma reversão. Mas ao menos um superávit de etanol menor e que não seria nada desprezível.

Na conjuntura nacional e internacional, quando se olha o dólar versus real, preço do petróleo em baixa, e produção mundial menor de açúcar, a situação começou a ficar mais embaralhada. “A hora é de muita sensibilidade para o mercado”, diz Martinho Ono, CEO da SCA Tranding.

A verdade é que se uma safra brasileira estivesse começando agora, a chave de produção estaria sendo virada.

A Organização Internacional do Açúcar (OIA) cortou bem a previsão de excedente global de açúcar, para 2,17 milhões de toneladas, depois do relatório anterior falar em 6,75 mi/t, enquanto também tirou pouco mais de 1 mi/t do superávit da temporada 17/18. Considera-se a safra 18/19 de Índia, Europa, Paquistão e Tailândia, enquanto no Brasil será a 19/20.

Enquanto isso, temos o petróleo hoje abaixo dos US$ 70. Dificilmente os países produtores consigam manter nessas cotações – Ono acredita que o barril vá no mínimo subir para US$ 70 -, tanto pelos seus custos quanto porque também o consumo aumenta no inverno do hemisfério norte. Mas é cedo para prever que volte ao patamar dos US$ 80. Há sempre o fator Donald Trump e sua guerra comercial podendo bagunçar tudo...

Ainda que a Petrobras esteja inibindo indiretamente as importações com a fixação na refinaria, a gasolina vem perdendo fôlego e nessas condições continuará perdendo, talvez menos se o Brent voltar a subir pouco mais. E tira competitividade do etanol.

Em combinação, o “dólar bolsonoro” flutuando na casa dos US$ 3,70 injeta combustível no petróleo mais barato chegando no Brasil.

Há uma régua apontando para mais cana brasileira o ano que vem para algo entre 560 e 570 mi/t, 10, 10 e pouco milhões de toneladas sobre o ciclo atual, em estágio terminal. Só por aí já haveria pouco mais de açúcar, além da expectativa sempre presente, até os últimos dias – frisa-se – de mais um futuro ano bom para o etanol.

Mas contando com a quebra do superávit global, Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, já cautelosamente entende uma possibilidade maior do adoçante sendo produzida, especialmente com Nova York (ICE Futures) acusando o março/19 a caminho ou acima dos 13 c/lp.  Alinhado ainda a manutenção do petróleo baixo.

Com as seguintes ressalvas: “Temos que ver uma mudança mais longa do intervalo anterior em US$ 75/80 o barril para o novo entre 65/70. Nisto dependem outros fatores claro, como geopolítica internacional (Trump, Rússia, Arábia Saudita), mas caso no novo intervalo US$ 65/70 se mantenha realmente retemos um mix menor para o etanol”.

Martinho Ono ainda aposta em uma base mínima de 27 mi/t de açúcar no Brasil em 19/20 e o etanol entre 29 e 30 bilhões de litros, mas concorda que a “sensibilidade” que ele está vendo junto ao mercado e seus clientes produtores olha a possibilidade de mudança, considerando quase todos os termos até aqui apontados acima.

Uma coisa é quase certa. Se o prêmio do etanol hidrado sobre o açúcar no físico começar a ficar muito encostado nos 15%, os produtores preferem oferecer mais o segundo, sempre um fator de segurança nessas horas diante do biocombustível que só da opção de negociar no spot (menos o anidro) e está sempre sujeito às interferências de políticas que mexam com a conjuntura.

Outra coisa também é certa: as fixações de açúcar que chegaram a 3 mi/t quando o teto de Nova York passou dos 14 c/lp ao final de outubro, com as notícias de quebra na Índia por praga (que ainda se coloca em dúvida seu tamanho), estão paradas e não apenas porque a commodity caiu bem depois de atingir aquela máxima.

Mas, como admite o CEO da SCA, o mercado está esperando para, se for o caso, fixar se e quando o açúcar começar a se mostrar mais vantajoso (e com sustentação) na tela de março da ICE, consolidando que a abertura da próxima safra, que poderia até ser antecipada para mais etanol (então em alta), vire mais para o adoçante do que se previa. Opinião com aval de Maurício Muruci.

Outra coisa também é mais do que certa: os outros podem ter quebra, mas o Brasil é o único que pode tirar do etanol para mais açúcar.

FONTE: Notícias Agrícolas 16/11/2018

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Petrobras eleva para mais de 90% participação no mercado de gasolina e de diesel

Fatia de mercado em vendas de gasolina subiu de 80% em janeiro para 91% em setembro. Já nas vendas de diesel, participação aumentou de 65% para 93%.

A Petrobras registrou aumento de participação nos mercados de diesel e gasolina do Brasil em setembro, atingindo o melhor patamar desde 2016, segundo apresentação da companhia sobre os resultados do 3º trimestre.

A Petrobras viu sua participação no mercado de diesel crescer 14 pontos percentuais desde a greve dos caminhoneiros, ocorrida na passagem de abril para maio deste ano. O chamado market share da companhia neste segmento saltou de 79% para 93% em setembro. Em janeiro, era de 65%.

O aumento da fatia no mercado de diesel da Petrobras está relacionado ao subsídio do governo federal ao combustível, de até 30 centavos por litro.

O preço mais baixo fez com que agentes privados parassem de importar diesel do exterior, garantindo à estatal aumentar sua participação.

No mercado de gasolina, o avanço foi menor, de 6 pontos percentuais. A Petrobras viu sua participação saltar de 85% em abril para 91% em setembro. Em janeiro, era de 80%.

Do ponto de vista de performance de vendas, a política comercial mais agressiva está nos fazendo recuperar o market share”, afirmou o diretor de Refino da companhia, Jorge Celestino.

A Petrobras adota novo formato na política de ajuste de preços de combustíveis desde 3 de julho do ano passado. Pela nova metodologia, os reajustes acontecem com maior periodicidade, inclusive diariamente, refletindo sobretudo os preços internacionais e o câmbio. Desde o início da nova metodologia, o preço da gasolina nas refinarias acumula alta de 30,78% e, o do diesel, valorização de 56,61%, segundo o Valor Online.

Apesar do aumento do market share da gasolina, a companhia registrou no acumulado no até setembro queda de 12,8% no volume de vendas do combustível “devido principalmente à competitividade com o etanol”.

A empresa reportou ainda uma queda no fator de utilização das refinarias para 75% em setembro, ante 76% em agosto. Em janeiro, no entanto, era de 71%. A produção total de derivados no acumulado em 9 meses caiu 1,6% na comparação anual.

Importação de óleo e derivados

A importação de petróleo e derivados pela Petrobras subiu 30,6% no terceiro trimestre do ano, na comparação com igual período de 2017, para 439 mil barris por dia. Já a exportação de petróleo e derivados pela companhia caiu 26,1% no terceiro trimestre, frente ao período julho-setembro do ano passado, para 511 mil barris por dia.

O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, defendeu a manutenção da política de preços da companhia. “A gente acha que essa política é transparente, que dá previsibilidade ao mercado, e é fator importante para obtenção dos resultados da companhia. Então, alterações nessa política têm que ser discutidas, mas é algo que cabe ao novo presidente decidir”, disse.

FONTE: G1 10/11/2018

Preço mínimo - ANTT publica norma para multar quem descumprir tabela do frete

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou, nesta sexta-feira (9/11), a definição dos valores das multas que serão aplicadas a quem descumprir os preços mínimos da tabela do frete rodoviário. A agência já estava fiscalizando o cumprimento dos valores, mas as autuações não geravam multa porque faltava a regulamentação das punições.

De acordo com a resolução publicada no Diário Oficial da União, os valores serão aplicados em quatro situações distintas, variando do valor mínimo de R$ 550 e podendo chegar ao máximo de R$ 10,5 mil. A empresa que contratar o serviço de transporte rodoviário de cargas abaixo do piso mínimo estabelecido pela agência reguladora terá punição específica. Nesse caso, a multa será de duas vezes a diferença entre o valor pago e o piso devido, limitada ao mínimo de R$ 550 e ao máximo de R$ 10,5 mil.

Já para o transportador que realizar o serviço de transporte rodoviário de cargas em valor inferior ao piso mínimo de frete definido pela ANTT, será aplicada multa de R$ 550. A resolução diz ainda que os responsáveis por anúncios de ofertas para contratação do transporte rodoviário de carga em valor inferior ao piso mínimo estarão sujeitos à multa de valor de R$ 4.975.

O texto diz que os responsáveis por anúncios ou outros agentes do mercado que impedirem, obstruírem ou, de qualquer forma, dificultarem o acesso às informações e aos documentos solicitados pela fiscalização para verificação da regularidade do pagamento do valor de frete poderão sofrer multa de R$ 5 mil.

"A ANTT poderá utilizar-se do documento que caracteriza a operação de transporte, de documentos fiscais a ele relacionados e das informações utilizadas na geração do Código Identificador da Operação de Transporte para comprovação da infração prevista neste artigo", diz a resolução.

A tabela do frete é resultado de um acordo entre caminhoneiros e o governo de Michel Temer para acabar a paralisação do transporte rodoviário no país, e sua constitucionalidade está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal. Após audiência pública em agosto, o ministro Luiz Fux, relator do processo, afirmou que não decidirá sozinho sobre o tema e que levará as três ações diretas de inconstitucionalidade sobre o assunto para análise diretamente no Plenário da Corte. Com informações da Agência Brasil.

FONTE: Agência Brasil 09/11/2018

CNPE publica resolução do B15

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) publicou nesta quinta-feira (08/11) a Resolução nº 16/2018, que define os próximos passos da evolução da adição obrigatória de biodiesel ao óleo diesel vendido ao consumidor final, em qualquer parte do território nacional.

A resolução marca última etapa da Lei n° 13.263/2016, que estabeleceu prazos para a implementação das misturas obrigatórias de 8% até 10% (hoje está em vigor o B10, 10% de biodiesel), e deixou a cargo do CNPE a definição de um cronograma até o B15.

De acordo com o texto da resolução, a partir de junho do ano que vem, todo diesel comercializado no Brasil deve conter 11% de biodiesel. Já a partir de março de 2020, a mistura obrigatória passa a ser de 12% devendo ser incrementada em 1% ao ano até alcançar o B15 em 2023.

O que isso significa?

Seguindo o cronograma de mistura e uma recuperação do PIB (Produto Interno Bruto) nos próximos anos, o setor deverá sair dos atuais 5,5 bilhões de litros de biodiesel produzidos para 9,5 bilhões em 2023, calcula o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.

Cada litro a mais de biodiesel consumido corresponde a um litro de diesel que deixa de ser importado e consumido. Isto impacta na economia, já que diminui a necessidade de importação e amplia a industrialização interna, gerando empregos e agregando valor à produção nacional.

Do ponto de vista ambiental, o biodiesel reduz em 70% as emissões de gases de efeito estufa quando comparado com o diesel fóssil. Além disso, diversos poluentes deixam de ser emitidos, melhorando a qualidade do ar que a população respira.

FONTE: Ubrabio 08/11/2018

Biosev vende mais uma usina no Nordeste do Brasil

A Biosev informou nesta sexta-feira que assinou contrato para vender por 70 milhões de reais a totalidade do capital social da Usina Giasa à M&N Participações S.A., holding da Olho D’Água, grupo do setor sucroalcooleiro tradicional do Nordeste do país.

A venda do ativo no município de Pedras de Fogo (PB) pelo grupo, um dos maiores do setor sucroalcooleiro do Brasil, faz parte do programa da empresa que visa reduzir o endividamento. Ao final de setembro, a companhia informou dívida líquida de 5,2 bilhões de reais.

Em meado de setembro, empresa de açúcar e etanol brasileira controlada pela trading de commodities Louis Dreyfus havia vendido a usina Estivas, no Rio Grande do Norte, por 203,6 milhões de reais.

Fontes com conhecimento do assunto haviam dito à Reuters em outubro que a Biosev estava negociando mais usinas para reduzir suas dívidas.

No início do novembro, o presidente-executivo da empresa, Juan José Blanchard, disse que a companhia estava aberta a oportunidades no mercado, incluindo vendas de ativos.

O movimento de desinvestimento acontece meses depois que a Louis Dreyfus socorreu a unidade com uma injeção de capital de 1,05 bilhão de dólares e se seguiu à saída de Rui Chammas da presidência da Biosev, que foi substituído por Blanchard, em julho.

Excluindo a Giasa e a Estivas, restaram à Biosev oito unidades agroindustriais no Brasil, a maior parte delas em São Paulo, além de um terminal próprio portuário.

Segundo a empresa, o programa no qual estão inseridos os desinvestimentos busca a revisão "de potenciais alternativas estratégicas relacionadas ao seu portfolio de ativos, bem como diversificar suas fontes de financiamento, visando aumentar sua geração de caixa e fortalecer sua estrutura de capital".

FONTE: Reuters 09/11/2018