sábado, 28 de julho de 2018

Cargill critica tabela de frete e planeja ter frota própria de caminhões

Para a trader, tabela muda logística de transporte do País e deve obrigar inclusive os pequenos produtores a se organizarem em cooperativas de frete para não perder competitividade.

A Cargill, maior empresa de alimentos do mundo, disse que o tabelamento do frete rodoviário vai inviabilizar a comercialização antecipada de grãos e que avalia investir em frota própria de caminhões. “Uma alternativa a essa fixação de preços altíssimos que a empresa analisa para a próxima safra é o investimento na verticalização das operações, ou seja, aquisição de frota própria de caminhões e contratação de motoristas”, disse a trading em nota.

A Cargill afirma que as compras de serviços de transporte sempre ocorreram com base na oferta e na procura e agricultores, indústrias e exportadores se basearam na análise desses parâmetros para definir seu modelo operacional. “Com o tabelamento, indústrias e exportadores terão que repensar a forma como irão operar no Brasil, pois cria-se uma ruptura no funcionamento natural da cadeia de suprimentos e desequilibra os contratos, a ponto de comprometer a confiança na expansão sustentável do agronegócio”, enfatizou no comunicado o diretor de grãos e processamento da Cargill para América Latina, Paulo Sousa.

Para ele, indústrias de processamento de produtos agrícolas e empresas exportadoras serão forçadas a mudar seu modelo de atuação: em vez de comprar grãos com retirada nas fazendas ou nos armazéns no interior, serão forçadas a adquiri-los somente com entrega nas fábricas e nos portos. “Desta forma, se reduz o risco ao máximo, permitindo a utilização de frota própria nas rotas de alta eficiência entre fábricas e portos, maximizando uso das hidrovias ou ferrovias - as quais são mais eficientes e agora se tornam juridicamente muito mais seguras”, disse o executivo.

Para a trading, a lei também incentiva agricultores que ainda não têm caminhões a adquirir seus veículos próprios e, os que já têm, a ampliar sua frota de maneira significativa. “Isto pode comprometer ainda mais o equilíbrio do mercado e tornar o excesso de oferta de caminhões um problema substancialmente maior”, ressaltou o executivo. Sousa ponderou ainda que produtores com maior capacidade de investimento conseguirão, com frotas próprias, incorporar à sua receita os benefícios de um frete artificialmente sobrevalorizado, enquanto pequenos produtores e produtores rurais da agricultura familiar serão forçados a se organizar em cooperativas de frete ou perderão competitividade.

Na nota, divulgada nesta terça-feira (24), a Cargill acrescentou que “o tabelamento de frete é um atraso ao modelo econômico-social brasileiro e traz enormes impactos financeiros para a população que mais necessita de alimentos. É um desrespeito aos grandes avanços e ganhos de eficiência e produtividade promovidos pelo agronegócio brasileiro, dentro e fora das propriedades rurais.”

FONTE: Estadão 25/07/2018

Começa o subsídio do diesel. Veja a lista de quem já recebe e quem já pediu

A diretoria da ANP aprovou os primeiros pagamentos de subsídio dos preços do diesel: serão pagos R$ 115 mil para a Refinaria Riograndense e R$ 6 mil para a Dax Oil, companhias que já tiveram documentos processados e referentes à produção de 30 de maio a 7 de junho.

Subsídio à Petrobras, o mais relevante pelo volume de fornecimento, ainda depende de análises adicionais.

O pagamento é previsto na MP 838/18, umas das medidas provisórias editadas por Temer em resposta à greve dos caminhoneiros, em maio. A subvenção estipulada é de até R$ 0,30 por litro, limitada a um gasto de R$ 9,5 bilhões até o fim do ano.

Mas depende do Congresso. Enquanto a MP 838/18 regula o subsídio, a MP 839/18 trata dos cortes orçamentários para liberar o crédito suplementar de R$ 9,5 bilhões. As duas medidas aguardam aprovação de relatórios nas comissões mistas, para então seguirem para a pauta da Câmara e, se aprovadas, para o Senado. Mas o tempo é curto, afinal as MPs só podem ser prorrogadas até outubro.

Na prática, haverá espaço apenas nas sessões extraordinárias prometidas para agosto e setembro para votar as matérias – o calendário legislativo no período eleitoral é previsto pelos presidentes das casas Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, mas vai depender de quórum.

Nesta sexta-feira, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, recebe representante do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom BA).

Lista dos produtores e importadores de óleo diesel cujo Termo de Adesão à segunda fase do programa foi recebido pela ANP até o dia 9 de julho de 2018

G R B – Import & Participações Eireli

Petróleo Brasileiro S.A

Sul Plata Trading do Brasil Ltda.

BME Energy Trading S.A.

Ciapetro Trading Comercial Importadora e Exportadora Ltda.

Dax Oil Refino S.A.

Greenergy Brasil Trading S.A.

Oil Trading Importadora e Exportadora Ltda.

Tricon Energy do Brasil Ltda.

Cacatua Comercial, Importação e Exportação de Óleo Diesel Ltda.

Flamma Óleo e Derivados Ltda.

NFX Combustíveis Marítimos Ltda.

Refinaria de Petróleo RioGrandense S.A.

Varo Energy Brasil Comércio Importação e Exportação Ltda.

Alesat Comercial Importações e Exportações Ltda.

Amazônia Energia Indústria e Comércio de Combustíveis Ltda.

Atlantimport Comercial S.A.

Axa Oil Petróleo Ltda.

BCI Brasil China Importadora S.A.

Blueway Trading Importação e Exportação S.A.

CR Importadora de Produtos Químicos Ltda.

Esfera Assessoria e Negócios Internacionais Ltda.

Longare Trading Com, Imp e Exp de Produtos Químicos Ltda.

PB Overseas S.A.

Petro Energia Indústria e Comércio Ltda.

Petróleo Amazonas Importação e Exportação Ltda

Refinaria de Petróleo de Manguinhos S.A.

Sertrading (BR) Ltda.

WM Comercial Atacadista Ltda.

Columbia Trading S.A.

Êxito Importadora e Exportadora S.A.

BWI Trading Comercial Importadora e Exportadora Ltda.

TMP Exportação e Importação S.A.

Comexport Trading Comércio Exterior Ltda.

Latino Americana de Comércio Exterior Hold Export Ltda.

Triumph Brazil Importação e Exportação Ltda.

Toronto Importadora e Exportadora de Óleo e Combustíveis

PRD Comércio, Distribuição, Importação e Exportação Ltda.

FONTE: E&P Brasil 27/07/2018

Petrobrás vê risco em estender exportação de combustíveis para distribuidores

Mudanças propostas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e postas em consulta pública sugerem liberar a exportação de produtos por distribuidores

A Petrobrás apoia as mudanças proposta pela da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para o novo marco regulatório do comércio exterior de combustíveis, que visa aumentar a concorrência no setor, mas alertou para o risco de liberar a exportação de produtos por distribuidores, como sugere a resolução da agência que foi colocada em consulta pública há um mês. A previsão da agência é que a nova resolução seja publicada até o final de outubro deste ano.

O objetivo da ANP ao lançar em consulta pública é simplificar as mais de 20 resoluções que existem sobre o tema em apenas uma, para dar maior transparência ao processo e estimular a competição. As sugestões recebidas serão analisadas em agosto e entre setembro de outubro deverão ser publicadas. 

"A gente entende que conceder a possibilidade de exportação para distribuidores pode inclusive aumentar o risco de abastecimento  do mercado nacional, porque a infraestrutura disponível vai estar concorrendo  com diferentes operações, os tanques, os caminhões, os portos, porque essa decisão (para os distribuidores) será meramente econômica", expôs Cristiane de Souza, da área de combustíveis da estatal, na audiência pública sobre o assunto realizada hoje na sede da ANP, no Rio. 

Ela sugeriu que os investimentos que poderiam ser feitos pelos distribuidores sejam canalizados "para aumentar a capilaridade desse suprimentos por todo País", completou.

A Petrobrás sugeriu que as exportações sejam limitadas a produtores, "para escoar o excedente do processo produtivo", ou por trading companys, "pela própria natureza da sua atividade", e propôs a inclusão de um parágrafo na resolução que deixe clara a impossibilidade de exportar produto adquirido com subvenção. "Porque a subvenção que está em vigor agora do diesel é para atender o mercado interno", destacou.

FONTE: Estadão 26/07/2018

Unica prevê alta da produção de etanol no centro-sul

A produção de etanol no centro-sul do Brasil deve crescer para algo entre 28 bilhões e 29 bilhões de litros na atual safra 2018/19, iniciada em abril, ante cerca de 26 bilhões de litros no ciclo passado, projetou nesta segunda-feira o presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Pedro Mizutani.

Conforme ele, o aumento na produção de etanol reflete a forte demanda pelo biocombustível, cujos preços nas bombas têm se mostrado mais competitivos que os da gasolina, seu concorrente direto. Além disso, o centro-sul está destinando mais cana para a produção do biocombustível, em função das cotações baixas do açúcar.

“Há postos em que está 2 reais a diferença dos preços da gasolina para os do etanol”, destacou Mizutani no intervalo do Global Agribusiness Forum (GAF), em São Paulo.

Geralmente, vale a pena abastecer com etanol quando o preço na bomba está igual ou abaixo de 70 por cento do da gasolina.

Segundo ele, a expectativa é de que o consumo de etanol no centro-sul em 2018 cresça na mesma proporção da produção, ou seja, até 11,5 por cento.

O álcool vem se mostrando mais atrativo para as usinas do centro-sul desde meados do ano passado, na esteira de mudanças tributárias, aplicação de uma política de formação de preços pela Petrobras e queda das cotações internacionais do açúcar.

Mizutani frisou que, em razão do foco na produção de etanol, o setor vem registrando queda na fabricação de açúcar. O Brasil é tradicionalmente o maior produtor global do adoçante, mas neste ano, dado o mix alcooleiro no centro-sul, tende a perder a liderança para a Índia.

Mais cedo, no mesmo evento, o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, já havia destacado que a fabricação de açúcar na safra vigente está até 13 quilos por tonelada de cana processada menor na comparação com a temporada passada.

FONTE: Brasil 247 27/08/2018

Produção histórica de etanol é destaque na 1ª quinzena de julho, diz Unica

A quantidade de cana processada pelas unidades do Centro-Sul somou 44,88 milhões de toneladas na primeira quinzena de julho. O resultado é 6,50% inferior às 48,00 milhões de toneladas verificadas no mesmo período na safra 2017/2018.

Da moagem total, apenas 38,40% da matéria-prima foi destinada à fabricação de açúcar, contrastando significativamente com os 50,41% registrados na mesma data de 2017.

Como consequência, a produção de açúcar diminuiu 23,30% na quinzena, atingindo 2,39 milhões de toneladas. A de etanol, por outro lado, aumentou 26,24%, totalizando 2,39 bilhões de litros, contra 1,89 bilhão fabricados em igual período do ciclo 2017/2018.

No caso do biocombustível hidratado, o aumento foi ainda mais intenso; sua produção atingiu 1,60 bilhão de litros, a maior produção quinzenal da série histórica. Esse resultado representa um crescimento de 52,71% em relação ao mesmo período de 2017.

A fabricação de anidro, por sua vez, totalizou 790,74 milhões de litros nos primeiros quinze dias de julho, com queda de 6,53% ante os 845,95 milhões de litros registrados na mesma quinzena do ano anterior.

No acumulado desde o início da safra até 16 de julho, a produção de açúcar atingiu 12,14 milhões de toneladas. Já o volume de etanol alcançou 13,45 bilhões de litros, sendo 4,08 bilhões de litros de anidro e 9,37 bilhões de litros de hidratado.

“Caso não tivesse ocorrido mudança no mix das usinas, a produção acumulada de açúcar já teria superado 15 milhões de toneladas. A retração de 57,40 kg de açúcar por tonelada de cana processada verificada em 2017/2018 para 45,39 kg nessa safra, permitiu uma redução próxima a 3,2 milhões de toneladas na fabricação do produto até o momento”, observa Antonio de Padua Rodrigues, diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

Nos primeiros quinze dias de julho deste ano, a produção de etanol de milho totalizou 24,68 milhões de litros. Desde o início da safra até 16 de julho foram fabricados 187,80 milhões de litros, registrando incremento de 163% em relação ao volume produzido em igual período do ano passado.

Produtividade e qualidade da matéria-prima

A qualidade da matéria-prima processada nos primeiros quinze dias de julho, medida por meio da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), cresceu 7,70%, atingindo 145,47 kg por tonelada em 2018 contra 135,07 kg na mesma quinzena do último ano. No acumulado até 16 de julho, o indicador de qualidade totalizou 131,86 kg de ATR por tonelada, mantendo a alta de 5,10% em relação ao valor da safra 2017/2018.

Dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a partir de uma amostra comum de 81 empresas, indicam que houve uma sensível retração de 4,27% na produtividade agrícola do canavial colhido na primeira quinzena de julho em comparação ao mesmo período da safra 2017/2018 (81,91 toneladas por hectare nesse ano, contra 85,56 no ciclo anterior). Os dados efetivos para o mês de julho serão confirmados no próximo levantamento.

Vendas de etanol

O volume total de etanol comercializado pelas unidades do Centro-Sul somou 1,2 bilhão de litros nos primeiros quinze dias de julho, crescimento de 16,68% em relação à mesma quinzena do ano anterior (1,03 bilhões de litros), sendo 91,55 milhões destinados à exportação e 1,11 bilhão ao mercado doméstico.

Esse crescimento deve-se, mais uma vez, à expansão das vendas do hidratado no mercado doméstico, as quais alcançaram 767,48 milhões de litros na primeira metade de julho. Esse volume representa um expressivo aumento de 39,46% sobre o valor registrado em igual período de 2017 (550,31 milhões de litros).

A exemplo das semanas anteriores, esse resultado positivo das vendas retrata a maior competividade do biocombustível nos postos. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pela UNICA mostram que em seis Estados - São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro –, abastecer com o etanol é economicamente muito vantajoso em comparação à gasolina. Estes Estados agregam cerca de 65% da frota nacional de veículos leves.

Com base no levantamento de preços realizado pela ANP na última semana (15 a 21 de julho), o hidratado atingiu uma paridade média de 59,9% em São Paulo, o que representa o índice mais competitivo nos últimos oito anos.

Em relação ao anidro, o volume comercializado no mercado doméstico alcançou 341,23 milhões de litros na primeira quinzena de julho, montante inferior aos 407,08 milhões comercializados na mesma quinzena de 2017.

Como consequência, as vendas acumuladas de etanol pelas usinas desde o início da safra 2018/2019 até 16 de julho, já atingiram 7,74 bilhões de litros, com 351,57 milhões de litros exportados e 7,38 bilhões de litros comercializados domesticamente – crescimento acumulado de 12,45% na comparação ao ciclo 2017/2018.

FONTE: Reuters 26/07/2018

sábado, 21 de julho de 2018

Plenário aprova preço mínimo para o frete rodoviário

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou há pouco a Medida Provisória 832/18, que define valores mínimos para o frete rodoviário de cargas no País. O texto em análise é um projeto de lei de conversão do relator, deputado Osmar Terra (MDB-RS), que ainda pode ser alterado na fase de destaques. Há a expectativa do Senado também votar ainda hoje a MP que já estaria na pauta do dia.

A proposta prevê um valor mínimo para os fretes com base nos custos operacionais totais da atividade. Pelo texto, caberá à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicar duas vezes ao ano (até 20 de janeiro e até 20 de julho) os preços mínimos do frete referentes ao quilômetro rodado, por eixo carregado, considerando distâncias e especificidades das cargas e priorizando o custo do óleo diesel e dos pedágios.

Foi incluído artigo que anistia as multas de trânsito e judiciais aplicadas aos caminhoneiros entre os dias 21 de maio e 4 de junho, durante a paralisação da categoria. Mas as últimas informações são de que o presidente Michel Temer vai vetar a anistia. Segundo o relator da MP, Osmar Terra (MDB-RS), o veto faz parte do acordo feito para a aprovação do texto: “O Executivo vai vetar esse artigo e, na análise do veto, vamos discutir se haverá ou não multa e que multa será aplicada ou anistiada”, disse Osmar.

O projeto também obriga a ANTT a publicar uma nova planilha de preços sempre que o valor do óleo diesel no mercado nacional variar mais do que 10%, para mais ou para menos.

A definição de um valor mínimo para o frete era uma das reivindicações dos caminhoneiros que fizeram greve no fim de maio.

A proposta foi alterada em Plenário para garantir acordo sobre a forma de criação da tabela de fretes, multas pelo seu descumprimento e documentação necessária para comprovar os preços praticados.

Debates

O deputado Evandro Gussi (PV-SP) criticou a medida. Segundo ele, a MP não teve o trâmite respeitado na comissão mista porque o prazo de 24 horas para o pedido de vista não teria sido cumprido.

“Essa MP chega a esta Casa com uma ilegalidade insanável: na comissão mista, pedi vista por 24 horas e esse prazo não foi cumprido. Abrimos um precedente para que, no exercício da obstrução, as 24 horas possam ser computadas por outro fuso horário”, reclamou.

A proposta, no entanto, foi aprovada de forma simbólica. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) afirmou que a tabela mínima de fretes vai orientar esse sistema de transportes. “O livre mercado no setor de fretes levou a este colapso que vivenciamos. O aviltamento do preço do frete é compensado com a precarização da jornada do caminhoneiro, que tem de viver com serviços abaixo do preço de custo”, declarou.

Para o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), a medida ainda é omissa sobre como será o processo de estabelecimento dos preços mínimos do frete. Ele cobrou que os trabalhadores sejam ouvidos nesse processo: “Os representantes têm de participar não só como ouvintes, porém com poder de deliberar”.

Braga aproveitou para reivindicar ainda o aprofundamento da discussão sobre o preço dos combustíveis, estopim da greve dos caminhoneiros ocorrida em maio.

FONTE: Portos&Navios 16/07/2018

Nova queda nas refinarias deixa gasolina mais barata também nos postos

O vai e vem dos preços da gasolina nas bombas faz com que os consumidores do Distrito Federal fiquem sem noção sobre valores. Ontem, depois da terceira queda promovida pela Petrobras nas refinarias, os postos do DF começaram a baixar os preços. Dos 30 postos pesquisados pelo Correio, 24 reduziram o valor do litro. O menor preço encontrado foi em estabelecimento da EPTG, R$ 4,26, e o maior, no Eixo W Norte, R$ 4,79. Em média, as bombas marcam R$ 4,60 no Plano Piloto. Na terça-feira, o litro da gasolina nas refinarias caiu de R$ 1,997 para R$ 1,961, queda de 1,8%.

A empreendedora Bruna Borges, 27 anos, reclama sobre o repasse ao motorista. “Não sinto diferença. De quanto seria esse desconto, de R$ 0,10? Para ser sincera, essa redução é mínima”, reclama. Segundo Bruna, a nova política de preços da Petrobras, que acompanha as variações do barril de petróleo, no mercado internacional, e da moeda norte-americana, prejudica o orçamento. “Minha empresa necessita que eu me desloque de carro. Ando muito e esse sobe e desce da gasolina é complicado. Financeiramente não é viável”, afirmou.

De acordo com Márcio Rocha, 36, gerente de um posto no Setor de Indústria Gráfica (SIG), a prática do estabelecimento é reduzir na bomba à medida que a petroleira anuncia descontos. “O nosso posto tem diminuído o preço da gasolina gradativamente. Hoje (ontem), estamos baixando para R$ 4,529, ou seja, R$ 0,06 em relação à semana passada (R$ 4,589). Sempre que a Petrobras reduz, a gente procura repassar o percentual de desconto para o cliente. Essa redução já é reflexo da baixa anunciada pela empresa na terça”, revelou.

A advogada Bárbara Botelho, 28, tenta minimizar o valor da gasolina, pesquisando lugares onde consegue pagar menos. “Vim abastecer no SIG achando que estava mais barato, mas me enganei”, disse. De acordo com ela, os preços praticados na capital alteraram os hábitos da família. “Lá em casa, evito sair no fim de semana. Durante a semana, como eu e meus parentes trabalhamos na Esplanada, vamos todos juntos no mesmo carro, independentemente do horário de entrada de cada um”, revelou.

O gerente do posto SIG considera que o preço praticado na capital não chega a ser alto em relação ao de outros estados. “Os clientes reclamam que está caro, mas, na minha opinião, não está. Brasília tem mantido um preço bastante atraente para o consumidor, mas cliente é cliente. Ou seja, temos que ouvi-los”, reconheceu.

FONTE: Correios Braziliense 19/07/2018

Setor de combustíveis vê aspectos positivos em decisão da ANP sobre preços

A decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de descartar, após uma consulta pública, uma possível intervenção na frequência de ajustes de preços dos combustíveis da Petrobras, atendeu a pleitos do mercado, disseram nesta sexta-feira representantes do setor.

Na véspera, o diretor-geral da autarquia, Décio Oddone, disse que o corpo técnico concluiu que "medidas relacionadas com o aumento da transparência e estímulo ao aumento da competitividade são muito mais eficientes do que a adoção de periodicidade mínima para repasse de reajustes".

O anúncio ocorreu como uma resposta à paralisação histórica de caminhoneiros de 11 dias em maio, que causou grandes prejuízos à economia brasileira. Na ocasião, os manifestantes protestavam contra altos valores do diesel e demandavam maior previsibilidade.

"Foi ótimo, este tinha sido exatamente o pleito da Plural e suas associadas... que fossem mantidas as regras de mercado, alinhando com preços internacionais, exatamente como estava sendo feito", disse Leonardo Gadotti, presidente da Plural, que representa as principais distribuidoras do Brasil.

Gadotti também aprovou a decisão da ANP de buscar medidas para atrair mais transparência para o setor, por meio de uma resolução. Uma minuta deve ser colocada em audiência pública em cerca de 30 dias e a nova regulação já poderá estar em vigor dentro de 60 dias, segundo a agência reguladora.

Dentre as novas regras, deverá ser estipulado que Petrobras publique preços por pontos de venda e não mais uma média nacional aritmética como faz atualmente.

Além disso, a Petrobras teria que publicar no dia o preço que está praticando e não mais um dia antes como ocorre hoje.

Para Gadotti, no entanto, não seria oportuno que as distribuidoras estivessem submetidas a essa mesma regra de publicação, uma vez que consideram esses dados estratégicos. Já a Petrobras, que detém quase 100 por cento da capacidade de refino do país, precisa dar mais publicidade, segundo ele.

A jornalistas, a ANP evitou fazer previsões sobre quais agentes de mercado deveriam seguir as novas regras de publicidade de preços. O diretor-geral disse apenas que a ANP não regula somente a Petrobras, regula o mercado.

Com a decisão, a agência acabou por manter uma liberdade de preços defendida fortemente pelo ex-presidente da Petrobras Pedro Parente, amplamente apoiado pelo mercado e acionistas minoritários, que acabou por renunciar logo após a greve, em meio às pressões sobre sua política.

"Vemos a notícia como positiva para a Petrobras por reduzir preocupações relacionadas à intervenção em sua política de preços, além de enxergar uma leitura positiva para outros setores como o de distribuição de combustíveis", disse a XP Investimentos, em relatório a clientes.

A corretora ponderou, no entanto, que apesar do alívio de curto prazo, ainda vê "riscos para a sustentabilidade da política de preços da Petrobras no futuro, principalmente tendo em vista a proximidade das eleições no Brasil".

Não foi possível falar com um representante dos caminhoneiros, que pediam uma maior previsibilidade sobre os reajustes dos combustíveis, durante os protestos realizados em maio.

A decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de descartar, após uma consulta pública, uma possível intervenção na frequência de ajustes de preços dos combustíveis da Petrobras, atendeu a pleitos do mercado, disseram nesta sexta-feira representantes do setor.

Na véspera, o diretor-geral da autarquia, Décio Oddone, disse que o corpo técnico concluiu que "medidas relacionadas com o aumento da transparência e estímulo ao aumento da competitividade são muito mais eficientes do que a adoção de periodicidade mínima para repasse de reajustes".

O anúncio ocorreu como uma resposta à paralisação histórica de caminhoneiros de 11 dias em maio, que causou grandes prejuízos à economia brasileira. Na ocasião, os manifestantes protestavam contra altos valores do diesel e demandavam maior previsibilidade.

"Foi ótimo, este tinha sido exatamente o pleito da Plural e suas associadas... que fossem mantidas as regras de mercado, alinhando com preços internacionais, exatamente como estava sendo feito", disse Leonardo Gadotti, presidente da Plural, que representa as principais distribuidoras do Brasil.

Gadotti também aprovou a decisão da ANP de buscar medidas para atrair mais transparência para o setor, por meio de uma resolução. Uma minuta deve ser colocada em audiência pública em cerca de 30 dias e a nova regulação já poderá estar em vigor dentro de 60 dias, segundo a agência reguladora.

Dentre as novas regras, deverá ser estipulado que Petrobras publique preços por pontos de venda e não mais uma média nacional aritmética como faz atualmente.

Além disso, a Petrobras teria que publicar no dia o preço que está praticando e não mais um dia antes como ocorre hoje.

Para Gadotti, no entanto, não seria oportuno que as distribuidoras estivessem submetidas a essa mesma regra de publicação, uma vez que consideram esses dados estratégicos. Já a Petrobras, que detém quase 100 por cento da capacidade de refino do país, precisa dar mais publicidade, segundo ele.

A jornalistas, a ANP evitou fazer previsões sobre quais agentes de mercado deveriam seguir as novas regras de publicidade de preços. O diretor-geral disse apenas que a ANP não regula somente a Petrobras, regula o mercado.

Com a decisão, a agência acabou por manter uma liberdade de preços defendida fortemente pelo ex-presidente da Petrobras Pedro Parente, amplamente apoiado pelo mercado e acionistas minoritários, que acabou por renunciar logo após a greve, em meio às pressões sobre sua política.

"Vemos a notícia como positiva para a Petrobras por reduzir preocupações relacionadas à intervenção em sua política de preços, além de enxergar uma leitura positiva para outros setores como o de distribuição de combustíveis", disse a XP Investimentos, em relatório a clientes.

A corretora ponderou, no entanto, que apesar do alívio de curto prazo, ainda vê "riscos para a sustentabilidade da política de preços da Petrobras no futuro, principalmente tendo em vista a proximidade das eleições no Brasil".

Não foi possível falar com um representante dos caminhoneiros, que pediam uma maior previsibilidade sobre os reajustes dos combustíveis, durante os protestos realizados em maio.

MAIS TRANSPARÊNCIA

O objetivo principal, segundo a ANP, é buscar criar um ambiente de negócios mais atrativo, para que outras empresas invistam em refino no Brasil, dando fim ao monopólio de fato da Petrobras, beneficiando consumidores.

Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis --que representa os interesses de cerca de 40 mil postos revendedores de combustíveis do país-- frisou que a decisão da ANP foi coerente com o discurso que vinha fazendo.

"Quanto mais interferir na Petrobras, mais difícil vai ser a Petrobras conseguir parceiros, alguém vir do mercado externo e investir", afirmou Soares.

"Na hora que avaliamos todas as alternativas, não conseguimos enxergar uma que não tivesse um efeito colateral. Então, a menos pior é essa: deixa o preço livre."

Já Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que representa nove importadoras independentes, disse que a ANP está no melhor caminho para favorecer o setor.

Araújo também classificou como "oportuna e necessária" a ideia da ANP de pedir a publicação dos preços da Petrobras em todos os pontos de venda: "Esse ponto é muito importante porque vai inibir a prática de subsídio cruzado", afirmou.

As importadoras independentes têm alegado que a prática de preços da Petrobras, em alguns pontos de venda, tem inibido a participação de concorrentes.

A Petrobras não respondeu a pedidos de comentários.

Em declaração anterior, o atual presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, afirmou que iria participar das discussões junto à ANP e aguardar resultados da consulta pública antes de decidir se seria necessária uma mudança na frequência de reajustes realizados pela empresa.

FONTE: DCI 20/07/2018

Etanol de milho do Brasil é mais sustentável que dos EUA

Não há dúvidas de que o uso do milho como matéria-prima para a produção de etanol é um caminho sem volta no Brasil. Se num passado recente a viabilidade do negócio despertava dúvidas, hoje são vão várias as fontes de informações que a confirmam.

O estudo mais recente (encomendado pela FS Bioenergia e realizado pela Agroícone) analisou os impactos socioeconômicos da produção de etanol de milho no Brasil. Com foco no médio prazo, a avaliação leva em conta os impactos da instalação de uma usina que produz anualmente 500 milhões de litros de etanol, além dos coprodutos DDGs (Dried Distillers Grains), óleo bruto de milho e eletricidade. E os resultados não poderiam ser melhores para quem defende a produção do biocombustível com o cereal.

No que diz respeito ao meio ambiente, a “pegada de carbono” do etanol de milho brasileiro (entre 18 e 25m5 CO2eq/MJ) representa uma redução acima de 70% em comparação com a gasolina. A vantagem também é confirmada em relação ao etanol de milho produzido nos Estados Unidos. Segundo o estudo, uma das principais razões é o uso – por aqui – de biomassa de eucalipto como fonte de energia para as usinas, enquanto os norte-americanos utilizam gás natural e carvão mineral (e não vegetal como menciono equivocadamente no vídeo abaixo). Outra diferença é que o nosso milho, por ser plantado na segunda safra, demanda menor uso de fertilizantes nitrogenados do que nos Estados Unidos.

No campo social, a atividade tem força emblemática. São gerados cerca de 8,5 mil empregos diretos e indiretos durante a fase de construção e implantação da indústria. Já durante a operação, são pelo menos 4,5 mil postos de trabalho. Importante frisar que estes empregos são gerados em diferentes segmentos que complementam a cadeia do biocombustível, como a própria produção da matéria-prima, o transporte e o fornecimento de biomassa de eucalipto.

A análise também revela o tamanho do impacto positivo que uma usina nestas proporções é capaz de gerar na economia regional. Na fase de implantação, o movimento estimado na economia doméstica é de R$ 1,5 bilhão, com valor de produção de R$ 660 milhões e nível nacional e R$ 80 milhões em impostos indiretos líquidos e impostos diretos. Já o valor de produção anual previsto gira em torno de R$ 2,5 bilhões e um PIB de R$ 910 milhões, sendo que 80% desses valores ficam dentro do estado.

Os números reforçam o potencial da atividade que vislumbra grande expansão em Mato Grosso. Atualmente 4 usinas instaladas no estado produzem o biocombustível usando o milho como matéria-prima, sendo que 3 delas são “flex”, ou seja, também usam a cana-de-açúcar nesta produção. Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), existem outras 3 usinas em fase de implantação no estado, além de mais 4 projetos de instalação.

Investimento que deve colocar em prática as projeções da Unem, que prevê que nos próximos 5 anos a produção de etanol de milho no estado salte de aproximadamente 700 milhões para algo em torno de 3 bilhões de litros anuais.

FONTE: Canal Rural 17/07/2018

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Como é produzido o etanol?

A cana é lavada, picada e moída e seu caldo é esterilizado, fermentado e destilado. Dá trabalho, mas o que sai é um produto bem mais sustentável


O etanol (ou álcool etílico) é produzido em usinas a partir de matérias-primas como cana-de-açúcar, milho ou beterraba. Ele é um biocombustível, ou seja, um combustível renovável, que não precisa de materiais de origem fóssil, como o petróleo. Em todo o mundo, os biocombustíveis sempre ficaram em segundo plano devido à facilidade de extração do petróleo e devido à sua abundância. O problema é que a queima de combustíveis fósseis contribui para o aquecimento global. E, como também já há sinais de escassez de petróleo, o etanol começou a ganhar mais atenção. Porém, nem todo biocombustível é uma alternativa tão limpa assim para o planeta. Por causa da complexidade de sua fabricação, o etanol pode, dependendo da matéria-prima, até gerar mais emissão de gases poluentes. Isso sem falar no risco de maiores desmatamentos para ampliar as plantações. Nesse ponto, o etanol brasileiro, feito da cana-de-açúcar, leva vantagem. Ele é mais produtivo que o extraído do milho, por exemplo, e provoca um impacto ambiental menor. Enquanto um hectare de milho rende 3 mil litros de etanol, a mesma área plantada com cana gera 7 500 litros!


1) A maior matéria-prima do etanol brasileiro é a cana-de-açúcar. Ela chega às usinas em caminhões e é descarregada em esteiras rolantes. A primeira etapa da produção é a lavagem da cana, que recebe um banho de água que retira terra, areia e outras impurezas


2) Após ser lavada, a cana é picada em pequenos pedaços para facilitar a moagem. Aqui ela passa também por baixo de um eletroímã, que se encarrega de retirar materiais ferrosos e outros componentes metálicos que possam danificar as máquinas


3) O passo seguinte é a moagem, em que a cana é esmagada por rolos trituradores. Após a moagem, 70% da cana vira caldo, no qual está o açúcar de onde se extrai o etanol. Os 30% restantes são de bagaço – que pode ser queimado e gerar energia para a usina


4) O caldo aqui ainda tem até 1% de impurezas sólidas, como areia, argila e pedacinhos de bagaço. Por isso ele é peneirado e segue para descansar em um tanque, onde, aos poucos, as impurezas se depositam no fundo – formando um lodo que serve como adubo
5) Quando bem limpo, o caldo passa a ser chamado de caldo clarificado. Ele é aquecido para ser esterilizado e ficar livre das últimas impurezas. Depois é levado para as dornas, grandes tanques onde é misturado com um fermento específico


6) O tal fermento tem microorganismos que se alimentam do açúcar do caldo, liberando em seguida gás carbônico e álcool. Essa etapa da fermentação dura de 4 a 12 horas, gerando um produto que se chama vinho fermentado

7) As reações químicas provocadas pelo fermento também liberam energia, o que esquenta o vinho fermentado. Ele, então, precisa ser resfriado com água corrente – que circula em volta dos tanques sem entrar em contato direto com o vinho



8) O vinho fermentado contém só 10% de álcool – o resto é basicamente água. Por isso, ele precisa ir para a destilação. Em diversos tanques, o vinho é aquecido até evaporar; depois é condensado e volta à forma líquida, mas com seus diversos componentes separados
9) Da destilação sai o álcool hidratado, líquido com 96% de álcool. É ele que será vendido nos postos. Parte dele, porém, ainda passa por um processo de desidratação, virando álcool anidro (mais de 99,5% de álcool), que é misturado à gasolina como aditivo


10) Os dois tipos de etanol produzidos, o hidratado e o anidro, são armazenados em tanques de grande volume. Lá, aguardam até serem retirados por caminhões-tanque, que levam o etanol para as distribuidoras comercializarem o produto com os postos

FONTE: Super Interessante 05/07/2018

Gasolina sobe 5% em junho; energia elétrica avança 7,93%

Os combustíveis pesaram no bolso das famílias em junho. Sob pressão da greve dos caminhoneiros, a gasolina ficou 5,00% mais cara nas bombas, uma contribuição de 0,22 ponto porcentual para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O etanol subiu 4,22% em junho, um impacto de 0,04 ponto porcentual no IPCA.

O óleo diesel, porém, caiu 5,66% no mês, após negociação do governo com os grevistas. As passagens aéreas também ficaram mais baratas, com recuo de 2,05%.

Já a tarifa de ônibus urbano subiu 0,42% em junho, impulsionada pelo reajuste ocorrido no Rio de Janeiro.

Embora a greve dos caminhoneiros, em maio, tenha pressionado a inflação de junho, foi o aumento na conta de luz que mais pesou no IPCA do mês, informou o IBGE. A energia elétrica subiu 7,93% em junho, praticamente o dobro do aumento de 3,53% registrado em maio, o item de maior impacto individual no IPCA do mês, uma contribuição de 0,29 ponto porcentual para a taxa de inflação de 1,26%.

"A energia elétrica subiu porque houve reajuste e também pela mudança para a bandeira tarifária vermelha", apontou Fernando Gonçalves, gerente na Coordenação de Índices de Preços do IBGE.

A bandeira tarifária vermelha patamar 2 foi acionada a partir de 1º de junho, adicionando uma cobrança extra na conta de luz de R$ 0,05 a cada kwh consumido. Além disso, houve reajustes nas tarifas de energia de concessionárias de Curitiba, Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Os gastos das famílias com Habitação subiram 2,48% em junho. Também houve pressão do gás encanado, que aumentou 2,37%, e do gás de botijão, com alta de 4,08% e 0,05 ponto porcentual de impacto sobre o IPCA do mês. A taxa de água e esgoto aumentou 1,10%, influenciada por reajustes em Curitiba (5,12%), Salvador (4,09%), São Paulo (3,50%) e Recife (2,78%).

FONTE: Mercado Marítimo 06/07/2018

ODEBRECHT CELEBRA ACORDO PARA SAIR DA LISTA DE FORNECEDORAS BLOQUEADAS PELA PETROBRÁS

A Odebrecht está cada vez mais perto de sair da “lista negra” da Petrobrás. A estatal celebrou um Termo de Compromisso com a empreiteira, prevendo um conjunto de obrigações de integridade para que empresas do grupo sejam retiradas do bloqueio cautelar vigente desde 29 de dezembro de 2014. A lista contém os nomes da Construtora Norberto Odebrecht (atual Odebrecht Engenharia e Construção) e Odebrecht Óleo e Gás (atual Ocyan).

O Termo de Compromisso determina que a Odebrecht mantenha um programa de integridade efetivo, com pontos de melhoria específicos estabelecidos pela Petrobrás, a partir do resultado do procedimento de due diligence de integridade, e sujeitos à verificação contínua, incluindo a possibilidade de realização de auditoria pela estatal.

O documento prevê também a reavaliação do Grau de Risco de Integridade (GRI) da Ocyan, o que permitirá, quanto ao critério integridade, sua participação em processos licitatórios da Petrobrás. A Odebrecht Engenharia e Construção será reavaliada somente após o cumprimento dos pontos de melhoria específicos de seu programa de integridade, constantes no termo.

“A Odebrecht S.A. tornou-se elegível para a assinatura do referido termo por ter firmado acordos de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) e com as autoridades norte americanas, assim como por ter adotado um conjunto de medidas de prevenção, detecção e remediação de atos de fraude e corrupção, que foram verificadas pela Petrobrás”, explicou a estatal na manhã desta sexta-feira (6).

FONTE: Mercado Marítimo 06/07/2018

Comissão do Congresso aprova tabela de preços mínimos do frete

Texto já pode ser votado pelo plenário da Câmara. Senadores e deputados também aprovaram anistia a caminhoneiros multados durante paralisação

Em uma sessão de menos de cinco minutos, deputados e senadores aprovaram, em comissão mista, a Medida Provisória (MP) 832/18, que estabelece um preço mínimo para os fretes de carga no país. Dessa forma, a MP pode ser votada pelo plenário da Câmara dos Deputados. A medida foi uma das reivindicações dos caminhoneiros que paralisaram as estradas de todo país no mês de maio por 11 dias (veja os valores ao final).

O texto tinha sido apresentado na terça-feira (4) pelo relator da matéria, deputado Osmar Terra (MDB-RS), mas pedido de vista do deputado Evandro Gussi (PV-SP) adiou a votação que ocorreria ainda ontem. Ele argumentou que, pela complexidade, o tema exige melhor análise.

A proposta estabelece que caberá à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) publicar duas vezes ao ano (até 20 de janeiro e até 20 de julho) os preços mínimos do frete referentes ao quilômetro rodado, por eixo carregado, considerando distâncias e especificidades das cargas e priorizando o custo do óleo diesel e dos pedágios. A agência também publicará a planilha de cálculos utilizada para a obtenção dos preços mínimos.

Ao justificar a proposta, Osmar Terra defendeu que a medida não se trata de definir e tabelar os preços a serem praticados no mercado, mas de estabelecer um referencial mínimo.

— A definição que se busca é de um piso mínimo, referente ao custo operacional do serviço. Provavelmente, valores mais altos que o piso mínimo serão praticados na maior parte do ano e as relações de mercado, naturalmente, deverão se reequilibrar a partir de um referencial mínimo.

Anistia a multas

O relator acolheu a emenda proposta pelo deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) que prevê anistia para as multas e sanções aplicadas aos caminhoneiros durante a paralisação da categoria. O texto prevê perdão tanto às multas de trânsito, que foram aplicadas pela Polícia Rodoviária Federal, quanto às multas resultantes de decisões judiciais.

Valor diferenciado

O relator incluiu no texto valores mínimos diferenciados para o transporte de contêineres e de veículos dedicados ou fidelizados por razões sanitárias ou outras razões. Essa era uma das reivindicações de alguns setores produtivos, como o de proteína animal (ovo, aves, suínos, bovinos, rações). Além disso, o parlamentar incluiu um trecho que obriga a ANTT a publicar uma nova planilha de preços sempre que o preço do óleo diesel no mercado nacional variar mais do que 10%, para mais ou para menos.

O texto aprovado na comissão prevê que as empresas que firmarem contratos de frete com valores abaixo do piso mínimo estarão sujeitas a indenizar o transportador com o dobro do valor contratado, descontado o montante pago, e sem prejuízo de multa. A medida também determina a responsabilização subsidiária de quem ofertar fretes abaixo da tabela e obriga o transportador a carregar documento referente ao contrato de frete.

Ministério da Agricultura

Mais cedo, em entrevista antes da aprovação da MP, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, alertou que o impasse na definição da tabela poderia gerar instabilidade e atraso na comercialização de mercadorias do setor.

“Se transporta aquilo que já tinha sido comercializado com preço de frete estipulado lá atrás", afirmou. "Temos relatos de aumentos até de 60%, 50%, 25%, mas esses são números aos quais o mercado vai se ajustar. O problema é a instabilidade que se criou nesse período e o retardo na comercialização”, disse Maggi, que participou nesta quarta-feira do anúncio do Plano Safra do Banco do Brasil.

— Uma tabela de custo mínimo pode ser absorvida? Pode. Mas ela tem que ser o mínimo, e a lucratividade, a atratividade, deve vir em função de quanto é transportado e o quanto as pessoas se envolvem nisso.

O tabelamento foi contestado no Supremo Tribunal Federal por entidades da agropecuária, da indústria e de transportadoras. O ministro Luiz Fux programou uma audiência pública para o final de agosto para só então tomar uma decisão sobre o assunto.

Agronegócio critica aprovação de tabela

Após a aprovação do texto na comissão mista, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) disse que o relator da MP, deputado Osmar Terra (MDB-RS), não considerou os argumentos do setor produtivo. O relatório ainda será analisado pelo plenário da Câmara.

Segundo a CNA, apesar de ter incluído a participação dos contratantes de frete na construção de uma tabela de fretes, o relator rejeitou a alteração da natureza vinculativa da tabela para referencial. "A CNA reitera que a tabela a ser construída com a sua participação deve ser de natureza referencial e não obrigatória e dessa maneira não deve resultar em nenhum tipo de indenização aos caminhoneiros e multa por parte da ANTT", afirma em nota a assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da CNA, Elisangela Pereira Lopes.

Conforme a entidade, os prejuízos em grãos já ultrapassam R$ 17 bilhões com aumento médio do frete em 40%. O setor de arroz estima a perda de quase 29 mil postos de trabalho diretos e indiretos e a redução na demanda por arroz na ordem de R$ 376,4 milhões. Para a população em geral, os impactos do tabelamento de fretes é o aumento de 12,1% no preço de alimentos como arroz, carnes, feijão, leite, ovos, tubérculos, frutas e legumes, que compõem a cesta básica das famílias brasileiras.

"Ao contrário do parecer do relator sobre a constitucionalidade do tabelamento, a CNA, em consonância com o Cade e Ministério da Fazenda, entende que, em um mercado concorrencial, o preço é determinado em função da oferta e da demanda e o tabelamento de preços mínimos cria distorções, estimulando a ineficiência econômica, além de ser claramente inconstitucional, pois viola a livre iniciativa e a livre concorrência", diz Elisangela.


FONTE: R7 04/07/2018

Importações travam após anúncio de subvenções ao diesel

A interferência do governo no preço dos combustíveis depois da greve dos caminhoneiros afetou um grupo de empresas responsáveis por 60% do diesel e da gasolina trazidos do exterior. É o que afirma Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que reúne nove importadores.

Segundo o executivo, depois que o Decreto 9.403/2018 foi publicado, as importações dos associados praticamente pararam e não foram mais retomadas, mesmo após o governo ter se comprometido a indenizar as empresas pelos subsídios.

"O decreto foi feito no calor da greve e não reflete a paridade. E com isso as operações dos importadores independentes foram interrompidas", explica Araújo. "Em junho e julho, as importações estão tendendo a zero. O que ainda está sendo importado é fruto de compromissos anteriores à criação do programa de subvenção."

Segundo o Relatório de Comércio Exterior da Agência Nacional do Petróleo (ANP), as empresas privadas já respondiam por 91,1% das importações de diesel e 89,5% de gasolina no ano, até março.

Os volumes importados, porém, estão em queda. As importações de diesel caíram 36,4% nos cinco primeiros meses do ano, ante igual período de 2017, segundo o Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior (AliceWeb) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Em 2017, US$ 5,6 bilhões foram gastos com importações de diesel e US$ 1,73 bilhão com as de gasolina. Até abril deste ano, o dispêndio foi de US$ 2,39 bilhões com diesel e US$ 693 milhões com gasolina, segundo a ANP.

As compras de diesel do exterior tinham chegado a 1,19 bilhão de litros em abril e fecharam maio em 755,3 milhões de litros. As importações de gasolina, que não têm subsídio, caíram menos - de 275,7 milhões de litros em abril para 226,7 milhões em maio, segundo o AliceWeb. O diesel importado responde por 30% do consumo brasileiro, percentual que é de 17% na gasolina, segundo a consultoria Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

Considerando-se apenas os associados da Abicom, as importações dos dois combustíveis caíram 35%, de 644 milhões de litros em janeiro, para 417,5 milhões em abril. A associação reúne a Greenergy, Mercuria e Tricon, e as brasileiras Sul Plata, TMP, Grupo BCI, Êxito, Petro Energia e Ciapetro.

Segundo Araújo, o que está travando as importações de terceiros são os preços de referência do diesel previstos no decreto - diferente para cada região do país -, que estão abaixo da paridade de importação. A paridade considera o preço do produto no exterior acrescido de outros custos, como a tarifa de frete, taxa de armazenamento e impostos para internalização dos combustíveis.

O executivo observa que as importações já vinham sendo reduzidas desde o fim do ano passado, quando a Petrobras passou a praticar margens menores nas refinarias, na tentativa de conter o avanço das importações. E destaca que, em alguns polos regionais onde a concorrência é maior, a estatal vem praticando preços muito próximos da paridade internacional.

Como resultado, a Petrobras começou a recuperar parte do mercado perdido para as importadoras. Antes da greve dos caminhoneiros, os números da estatal já mostravam que em abril a participação no fornecimento de gasolina para o mercado interno - incluindo a produção das refinarias - era de 86%, frente a uma média de 83% em 2017. No caso do diesel, a fatia da Petrobras era de 79% em abril, ante os 74% do ano passado.

O Decreto 9.403 fixou em R$ 2,3065 por litro o preço de referência para o diesel vendido no Tocantins, e de R$ 2,2681 para as vendas para a região Norte. Tradicionalmente no Norte os custos de distribuição são mais elevados, e no entanto os valores para a região são mais baratos do que os R$ 2,4055 estabelecidos para Centro-Oeste, Sudeste e Distrito Federal. Para os Estados do Sul, o valor foi fixado em R$ 2,3462 por litro.

Todos consideram como data-base o dia 21 de maio de 2018. Segundo o decreto, caberá à ANP estabelecer a metodologia de atualização diária do preço de referência. Os preços são válidos até 31 de julho. Sobre a consulta pública da ANP, Araújo diz que a preferência do setor é pela política de reajustes diários, mas acha que é compreensível que o governo precise dar alguma previsibilidade e estabilidade de preços. Mas defende que seja mantida a paridade.

"Entendemos a necessidade de termos um amortecimento dessa volatilidade, como outros países fazem, e não vemos problema com a periodicidade mensal ou quinzenal, desde que os preços tenham como referência a paridade de importação. Isso é fundamental", afirma Araújo.

O executivo observa ainda que para aumentar o volume de importações, já que as atuais refinarias não serão capaz de atender à previsão, é preciso investir na infraestrutura de importação, incluindo a capacidade de armazenamento dos produtos. "E ninguém vai investir em infraestrutura e refino sem garantia de retorno", afirma Araújo.

Adriano Pires, diretor do CBIE avalia que a redução das importações por terceiros é prejudicial para a própria Petrobras. "Os preços de referência foram definidos pelo governo abaixo da paridade de importação, justamente para evitar que, ao represar os preços da Petrobras, houvesse uma enxurrada de importações. Ao fim do dia, a Petrobras pode ser obrigada a assumir os riscos e aumentar as importações para garantir o suprimento ao mercado", diz Pires.

FONTE: GS Notícias 03/07/2018

Demanda de gasolina e etanol caiu 3,98 bi de litros em maio

Dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) mostram que a demanda de combustíveis do ciclo Otto (etanol hidratado + gasolina C) no mês de maio, em gasolina equivalente, foi de 3,98 bilhões de litros. “Este é o menor volume mensal nos últimos 5 anos, indicando a grave crise de abastecimento verificada na última semana de maio devido à greve dos caminhoneiros, além de assinalar sensível queda de 11,7% em relação a maio do ano passado. Com efeito, a retração no consumo de janeiro a maio de 2018 em comparação ao mesmo período de 2017 já atinge 3,65%”, disse a Unica em nota.

Os Rstados mais impactados pela crise de abastecimento são os da região Sudeste. Conforme a Unica, nestes locais a redução foi de 13,7% na demanda de combustíveis do ciclo Otto no mês de maio em comparação ao mesmo período de 2017. “Em Minas Gerais, a queda de 20,9% foi a maior do País. No Acre houve a menor redução de demanda registrada para o período (-0,15%).”

A entidade diz que, se a comercialização dos combustíveis não tivesse sido interrompida e levando em consideração a variação média no consumo entre janeiro a abril, a demanda de ciclo Otto deveria totalizar cerca de 4,4 bilhões de litros, cerca de 11,5% superior ao volume registrado efetivamente para o mês

A comercialização de gasolina C pelas distribuidoras somou 3,06 bilhões de litros, queda de 19,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o volume de etanol hidratado consumido no Brasil totalizou 1,31 bilhão de litros, com crescimento de 26% em relação ao mesmo mês de 2017. “Entretanto, o aumento em relação a abril de 2018 foi de apenas 2,1%, evidenciando as consequências negativas na paralisação dos transportes, dado que a demanda foi aquém do que se poderia comercializar no período com o cenário de mercado favorável ao biocombustível”, destaca a Unica na nota.

De acordo com o Levantamento de Preços ao Consumidor e de Margens de Comercialização de Combustíveis realizado pela ANP, o mercado de hidratado esteve muito favorável em maio, com a paridade média de preços entre os combustíveis no Brasil de 65%, muito abaixo da relação técnica que varia entre 70% e 73%.

FONTE: Isto é Dinheiro 06/07/2018