segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Tabelamento do frete rodoviário impede avanço da produção de soja

Tabelamento do frete

Sancionada no dia 30 de maio de 2018, a Medida Provisória Lei nº 13.703/18, que trata do tabelamento do frete, continua em discussão pelos principais setores da economia do país.

Nesta quarta-feira (22), representantes de oito entidades da indústria e do agronegócio se reuniram para debater o tema em evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Denominado ‘Seminário Frete sem Tabela, Brasil com Futuro’, o encontro contou com a presença do presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz. Na ocasião, ele criticou o tabelamento dos preços do frete rodoviário e disse que o governo agiu sob pressão da categoria.

Ainda segundo Braz, “o país tinha uma projeção de crescimento de áreas de mais de 4% na produção de soja e isso foi inibido devido a essa situação que não se resolve”. Além disso, ele afirma que o tabelamento já implicou nos aumentos dos fretes cobrados em alguns percursos.

“O frete está de 20 a 30% mais caro. Se o custo de produção ultrapassa, o produtor vai tirar o pé e isso vai cair a produtividade e pode cair emprego. Menos exportações, menos economia”, ressalta o presidente da Aprosoja Brasil.

De acordo com dados do grupo de pesquisa feita Esalq/LOG, a soja é produto que mais sofrerá como tabelamento do frete. Os gastos com escoamento do grão podem chegar a R$14 bi. O valor representa um aumento de 156% quando comparado a última safra.

O ex-secretário nacional de Justiça, Beto Vasconcellos, também participou do seminário e ficou incumbido de falar sobre a atuação do Judiciário na questão que envolve o tabelamento do frete rodoviário.

De acordo com o especialista, a lei que estabeleceu o tabelamento do frete rodoviário gera insegurança jurídica. Um dos fatores, segundo Vasconcellos, é o fato de a medida está sob análise do Supremo Tribunal Federal (SFT), sem perspectiva de data para ter o processo concluído.

O segundo ponto apresentado por ele é “a dificuldade que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) terá para cumprir o que determina a tabela diante das inúmeras variáveis para a definição do preço de um frete.”

Além disso, o ex-secretário faz um alerta ao comparar o modelo de tabelamento do frete ao sistema de cartelização. “O efeito desse preço tabelado é igual a como se houvesse um cartel que define por si só o preço, e não o mercado competindo entre si, disputando o melhor preço e a melhor qualidade de serviço.”

A diretora de Relações Institucionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mônica Messenberg, também esta presente no evento e reforçou o argumento de que, o tabelamento vai gerar um custo. Segundo ela, o reajuste nas relações econômicas vai gerar um gasto relativamente alto que, possivelmente será pago pelo consumidor. “Só para exemplificar, nós temos o aumento do preço do pão que se materializou e vai continuar.”

Tabelamento do frete

Com a sanção da Lei 13.703/18, petição apresentada pela indústria acrescenta elementos à ADI 5964 contra a MP 832, que fixou os preços mínimos para o transporte, e reforça pedido de suspensão cautelar da lei e de portarias da ANTT.

No dia 9 de agosto, a CNI encaminhou um pedido para que o STF declare inconstitucional a lei que estabeleceu o tabelamento dos preços do frete rodoviário. O novo documento também pede a suspensão cautelar dos efeitos da lei e de todas as portarias editadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

FONTE: Segs 23/08/2018

Importadoras acusam Petrobras de preço abaixo do internacional

A Abicom, associação que representa as importadoras de combustíveis, ingressou nesta semana na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com uma denúncia contra a Petrobras. O Valor apurou que as importadoras acusam a estatal de praticar, desde dezembro do ano passado, preços do diesel abaixo da paridade internacional.

A associação toma como referência o fato relevante da Petrobras de 14 de outubro de 2016, que trata da criação da nova política de preços de gasolina e diesel, atrelada à cotação internacional. Na ocasião, a petroleira informou aos investidores que passaria a praticar preços “nunca abaixo da paridade internacional” (conceito que inclui custos como frete de navios, custos internos de transporte e taxas portuárias) e que seus preços também considerariam uma margem para remuneração dos riscos inerentes à operação e o nível de participação no mercado.

Em junho do ano passado, quando aprovou a revisão da política de preços que instituiu a prática de reajustes a qualquer momento, inclusive diários, a Petrobras reiterou que os princípios da política de preços anterior permaneceriam inalterados.

Nos primeiros meses de vigência da política de reajustes diários, contudo, a Petrobras teve dificuldades para conter o avanço das importações por terceiros. Foi aí que, em dezembro, a empresa resolveu reduzir os preços e começou, então, a recuperar participação de mercado.

Além de ingressar na CVM, a Abicom já havia entrado anteriormente com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), acusando a Petrobras de adotar “condutas anticoncorrenciais” para desestimular a importação de combustíveis.

A associação pede a instauração de inquérito para apurar a existência de supostas infrações à ordem econômica e a aplicação de medida preventiva, para que a Petrobras se abstenha de praticar preços em “caráter predatório”.

Outro lado

A Petrobras informou que a acusação é “absolutamente improcedente”.

Segundo a Petrobras, a presença de outros agentes no mercado é “positiva e desejável”, mas “alegações de práticas de preços supostamente inferiores à paridade internacional devem ser vistas com cautela, na medida em que podem abarcar operações ineficientes com evidente prejuízo ao bom funcionamento do mercado”.

A Petrobras também esclareceu que os preços de diesel praticados a partir de junho são aqueles fixados pelo governo, no programa de subvenção, “condição essa aplicável a qualquer agente que tenha aderido ao referido programa, que no caso da Petrobras gera resultados aderentes ao esperado pela política de preços vigente”.


FONTE: Sindicom BA 25/08/2018

ANP divulga situação sobre pagamento de subvenção ao diesel; Petrobras segue no aguardo

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou na noite de quinta-feira a situação dos pedidos de pagamento da subvenção ao óleo diesel, em programa criado pelo governo após a greve dos caminhoneiros.

Segundo a agência, foram aprovados pagamentos a quatro empresas: Dax Oil Refino S/A (6.366,50 reais), Refinaria de Petróleo Riograndense S.A (114.943,22 reais), Petro Energia Indústria e Comércio Ltda (70.000,00 reais) e Sul Plata Trading Brasil Ltda (14.000,00 reais), referentes à primeira fase do programa.

Mas apenas Riograndense e Petro receberam os pagamentos.

As outras duas com pagamentos aprovados ainda não foram pagas devido a pendências por problemas cadastrais.

Os pagamentos à Petrobras, que deverá ter os maiores valores a receber, ainda dependem da conclusão da análise da documentação, que está em fase final, no caso da primeira fase do programa, segundo a ANP.

A agência afirmou também solicitou mais informações à Petrobras sobre vendas durante a segunda fase do programa de subsídio, para realizar o processo de pagamento.

FONTE: Reuters 24/08/2018

Polícia Civil cumpre mandado da Operação Etanol em Ribeirão Preto

Documentos e computadores foram apreendidos em apartamento de casal no Jardim Paulista, zona Leste da cidade; suspeita é de desvios de R$ 23 mi de cooperativa no Mato Grosso

A Polícia Civil de Ribeirão Preto apreendeu celulares, computadores, pen-drives e documentos na manhã desta quinta-feira (23), no apartamento de um casal localizado no Jardim Paulista, zona Leste da cidade, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na Operação Etanol, deflagrada no Estado do Mato Grosso (MT) para apurar desvios de R$ 23 milhões de uma cooperativa. Segundo a polícia, o casal se preparava para uma viagem ao Chile e estava em posse de 2.288 dólares. O valor, contudo, não foi apreendido porque, segundo o delegado César Augusto de França, da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Ribeirão, a Justiça determina a apreensão da quantia de R$ 10 mil e veículos acima de R$ 100 mil. "Esse valor e os bens não foram encontrados", disse França.

De acordo coma Polícia Civil do Mato Grosso, uma organização criminosa investigada nessa operação é apontada por desviar dinheiro de uma cooperativa de açúcar e etanol por meio de notas falsas de empresas de fachada. 

"Eles [o casal de Ribeirão] davam nota para um terceiro e faziam uma prestação de serviço que não existia. O Frederico fala que emprestava notas para um amigo e ele apresentava na cooperativa. O que parece é que não prestavam serviços e muitas dessas empresas não existiam em outros estados", declarou o delegado. 

França afirmou, porém, que não há indícios de que o casal fugiria do Brasil, mesmo após encontrar os dólares e saber que já havia uma viagem para o Chile. 

De acordo com a polícia, os dois devem prestar esclarecimentos e serão liberados. Os documentos e o material apreendidos serão encaminhados para a Polícia Civil do Mato Grosso.

FONTE: A Cidade On 23/08/2018

Etanol: com mix de 62,9%, produção de etanol deve ser recorde em 2018/2019

A Datagro Consultoria ampliou em 0,2% a estimativa de processamento de cana-de-açúcar e de produção de açúcar e etanol no Centro-Sul do Brasil na safra 2018/2019, iniciada em 1º de abril. A moagem prevista é de 558,12 milhões de toneladas, ante 557 milhões de toneladas na previsão anterior. Sobre o volume de 596,3 milhões de toneladas moído na safra 2017/2018, haverá recuo de 6,4%. Incluindo as regiões Norte e Nordeste, a moagem de cana deve atingir 604 milhões de toneladas no Brasil, queda de 5,8% ante 2017/2018, de 641,05 milhões de toneladas.

Mesmo com menos cana, com um mix de 62,9% do destino da matéria-prima para a produção de etanol, a oferta do biocombustível deve ser de 30,10 bilhões de litros no Centro-Sul em 2018/2019, um recorde segundo a Datagro, alta de 4,7% sobre o total de 28,75 bilhões de litros da previsão anterior e aumento de 15,4% sobre o total de 26,09 bilhões de litros de 2017/2018. Para o Brasil, a produção deve atingir 32,12 bilhões de litros, alta de 15,3% na mesma base de comparação.

A Datagro reduziu em 1%, de 28,2 milhões de toneladas para 27,93 milhões de toneladas, a estimativa de oferta de açúcar na região, ante um fechamento de 36,06 milhões de toneladas em 2017/2018. Ou seja, a oferta de açúcar brasileira deve cair 22,5% no período na região. Incluindo Norte e Nordeste, a oferta brasileira de açúcar deve ser de 30,33 milhões de toneladas em 2018/2019, queda de 21,4% sobre 2017/2018. “O excedente exportável de açúcar deve ser de 19,39 milhões de toneladas no Brasil e de 18,45 milhões de toneladas no Centro-Sul, lembrando que País já exportou 28 milhões de toneladas no passado”, disse Plinio Nastari, presidente da consultoria.

FONTE: Istoé 22/08/2018