segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Preços de frete marítimo global despencam com guerra comercial entre EUA e China

O custo de contratação de navios de contêineres despencou 24 por cento ante o pico de vários anos, enquanto as taxas cobradas por navios de matérias-primas recuaram 10 por cento ante máximas em cinco anos, em novos sinais de desaceleração do comércio global com implicações

Enquanto o mundo segue concentrado nas perdas dos mercados acionários nesta semana, a queda nas taxas de fretes, que ocorre em meio à guerra comercial travada pelos Estados Unidos contra a China, além da desvalorização de moedas de mercados emergentes e condições mais restritas de crédito, é um presságio de desaceleração do crescimento econômico global.

No início das cadeias de fornecimento, os navios graneleiros transportam as matérias-primas, como carvão e minério de ferro, das minas para as fundidoras, enquanto os navios de contêineres completam o ciclo transportando a grande maioria dos bens manufaturados globais das fábricas para os consumidores.

Os fretes de navios graneleiros e de contêineres subiram para picos em vários anos mais cedo neste ano, mas despencaram desde a guerra comercial entre os Estados Unidos e China se agravou, com ambos os lados impondo altas tarifas de importação sobre centenas de produtos.

“O achatamento do índice de fretes de graneis secos no Báltico e do índice de contêineres sinalizam com certeza para uma desaceleração da economia global”, disse Ashok Sharma, diretor da contratadora de cargas BRS Baxi, em Cingapura.

Frederic Neumann, codiretor da Asia Economic Research do HSBC em Hong Kong, afirmou que o “comércio global está esfriando depois de um forte desempenho nos últimos dois anos”.

Ele afirmou que a desaceleração da demanda na Europa e China, dificuldades nos mercados emergentes, bem como as tensões comerciais entre EUA e China estão contribuindo para a desaceleração e acrescentou que “o efeito completo disso ainda não foi sentido”.

O índice Harpex Container, que acompanha mudanças semanais nos preços de frete de navios de contêineres, caiu em quase 25 por cento desde junho, quando estava em um pico de sete anos, para 516 pontos.

Já o Freightos Baltic Index, um índice global de contêineres lançado em Cingapura em 2017, subiu para um recorde em agosto, mas desde então caiu 5,4 por cento, para 1.583 pontos.

Os movimentos no mercado de contêineres tendem a refletir mudanças nas economias desenvolvidas enquanto no caso dos navios de granéis sólidos representam mais países emergentes, afirmam analistas de logística.

O Baltic Dry Index, que mede custos de frete para navios que transportam minério de ferro, carvão e outros minerais, caiu 13 por cento depois de atingir o maior pico desde janeiro de 2014.

Leszczynski afirmou que a queda nos fretes de granéis secos está mais relacionada a tendências nos mercados emergentes, onde as moedas de países como a Índia, Indonésia e Paquistão despencaram contra o dólar este ano, reduzindo a capacidade de pagamento de importações.

Por outro lado, os fretes de petroleiros estão se segurando, conforme companhias tentam comprar o maior volume possível de petróleo antes da reimposição de sanções dos Estados Unidos contra as exportações do Irã, em 4 de novembro.

Porém, o sinal de risco para a economia global continua. “O frete de petroleiros tipicamente tem uma defasagem de alguns trimestres em relação ao índice de granéis sólidos”, disse Sharma, do BRS Baxi.

FONTE: Reuters – 25/10/2018

Governo estuda reduzir subsídio ao diesel

A queda do dólar em relação ao real e os recuos recentes na cotação do petróleo têm feito com que o preço do óleo diesel suba em ritmo bem mais suave que o registrado no início do ano – e que levou à paralisação dos caminhoneiros, em maio. Com isso, o governo já estuda a possibilidade de adotar uma regra de transição para começar a reduzir o subsídio ao diesel, uma das soluções negociadas para o fim da greve.

Pelo acordo, o governo concede um subsídio de R$ 0,30 por litro do diesel, além de ter reduzido em R$ 0,16 os tributos Cide e PIS/Cofins incidentes sobre o produto, para garantir uma queda total de R$ 0,46 por litro no preço ao consumidor.

Para bancar o subsídio, o Ministério da Fazenda reservou um orçamento de até R$ 9,5 bilhões. Mas, com os aumentos de preços menores que o esperado, a avaliação é que o montante a ser desembolsado será bem menor. Até agora, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) já pagou cerca de R$ 2 bilhões, segundo técnicos do governo. E mais R$ 1,5 bilhão já está na lista para ser pago.

Reduzir os subsídios agora, antes do vencimento do programa acertado com os caminhoneiros (em 31 de dezembro), faria com que o governo fechasse o ano com um rombo menor nas contas públicas. Esses recursos também poderiam ser usados para capitalizar empresas estatais.

As distribuidoras de combustível já alertaram o governo para o risco de se chegar a 31 de dezembro, prazo final do programa, com uma mudança brusca nos preços, levando a uma corrida para o estoque do óleo diesel no final do ano.

O tema será uma das primeiras medidas a serem discutidas por membros da área econômica de Michel Temer com a equipe de transição do presidente eleito. “Se continuar caindo o preço por causa do câmbio, podemos adotar uma regra de transição, reduzindo o subsídio”, disse ao Estadão/Broadcast um integrante da equipe econômica. Segundo ele, o que interessa é o preço na bomba.

“Se o preço está caindo, não precisamos mais de subsídio”, ressaltou a fonte, destacando que, para a adoção da regra de transição, é preciso ter uma clareza maior do cenário após as eleições. A avaliação é que, à medida que o preço internacional cai, o programa deixa de ser necessário. A preocupação maior é que o preço é muito sensível à volatilidade gerada por fatores geopolíticos.

O acordo fechado com os caminhoneiros congelou os preços do diesel nas bombas por um mês. Depois disso, foi feito um ajuste de preços de acordo com a variação da cotação do diesel no mercado internacional. O preço de comercialização em setembro subiu, em média R$ 0,26, e, em outubro, R$ 0,06. Pelos dados do Ministério da Fazenda, o preço ao consumidor do diesel, na última semana de setembro, chegou a R$ 3,66. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

FONTE: Estadão - 27/10/2018

Consultoria Canaplan vê estabilidade em produção de cana na próxima safra do CS

Safra de cana-de-açúcar 2019/20 no centro-sul do Brasil, cujo início é em abril, deverá ser semelhante à atual em termos de produção

A safra de cana-de-açúcar 2019/20 no centro-sul do Brasil, cujo início é em abril, deverá ser semelhante à atual em termos de produção, com as recentes chuvas contribuindo para atenuar o envelhecimento dos canaviais na principal região canavieira do mundo, disse nesta quarta-feira a Canaplan.

De acordo com a consultoria, que realizou evento em Ribeirão Preto (SP), a tendência é as usinas novamente alocarem maior parcela de cana para a produção de etanol, uma vez que a oferta da Ásia deve pressionar os preços internacionais do açúcar. Além disso, as referências do petróleo tendem a manter a competitividade do álcool frente à gasolina. Usinas já impulsionaram a fabricação do biocombustível neste ano, com o consumo nacional batendo recorde.

Em nova estimativa, a Canaplan disse que as usinas e destilarias do centro-sul devem fabricar 29 bilhões de litros de etanol no atual ciclo 2018/19, acima dos 26,6 bilhões considerados na previsão anterior, de abril. Já a produção de açúcar deve ficar em 26,4 milhões de toneladas, de 29,9 milhões projetados previamente. As estimativas da Canaplan levam em consideração uma moagem de 557 milhões de toneladas de cana em 2018/19, com mix de produção de 36 por cento da oferta de matéria-prima indo para açúcar e o restante para etanol.

FONTE: Reuters - 24/10/2018

Por que o Brasil importa petróleo?

Desde a quebra do monopólio estatal do petróleo brasileiro em 1997, tem-se visto uma subida nas importações de petróleo estrangeiro. Após várias promessas da autossuficiência do Brasil nesse campo e das grandes reservas de petróleo pré-sal já sendo exploradas, fica a dúvida: Por que o Brasil importa petróleo?

Com a política de paridade de preços da Petrobras, a importação de petróleo estrangeiro passou a ser muito vantajosa para regiões brasileiras distantes de refinarias, que são concentradas na região Sudeste. Por exemplo, no estado do Maranhão, por conta de custos logísticos, vale mais a pena importar gasolina do golfo do México do que de refinarias mais ao sul do Brasil.

Porém, o ponto mais importante e pouco abordada na discussão de importação e exportação de petróleo no Brasil é a importância vital que óleos leves importados têm para as refinarias brasileiras. Todo tipo de petróleo, bom ou ruim, deve passar por um processo de refino para virar combustível. Durante esse refino, ocorrem diversos processos químicos que dependem de indústrias complexas, de alta tecnologia e caras para que eles sejam bem-sucedidos. Quanto mais pesado é o petróleo, mais complexo o processo se torna. O Brasil possui um petróleo pesado, que necessita de um processo de refino muito complexo.

Há 20 ou 30 anos, o Brasil não possuía alta tecnologia para o refino e necessitava da importação de altas quantidades de petróleo estrangeiro. Isso porque, ao misturar o petróleo estrangeiro de alta qualidade (mais leve) e o petróleo brasileiro de baixa qualidade (mais pesado), o processo de refino do petróleo resultante se torna consideravelmente mais fácil.

Porém, com o passar dos anos, diversas refinarias foram construídas e melhoradas no Brasil, de forma que essa a capacidade brasileira de processar esse petróleo aumentou. Ou seja, atualmente não é preciso que se exporte uma quantidade muito alta de petróleo estrangeiro para o refino de quantidades pequenas do petróleo nacional. Apesar disso, essa necessidade ainda existe e a importação de petróleo é necessária ao Brasil.

Muito do petróleo nacional também é exportado. Isso porque no exterior, o petróleo brasileiro é utilizado para a fabricação de asfalto e para a mistura com o petróleo de lá, pois ele é mais pesado e mais barato. Ou seja, o Brasil é ao mesmo tempo exportador e importador de petróleo, com o detalhe importante de que exporta petróleo pesado e importa petróleo leve.

Para agora avaliar-se o saldo da balança comercial dessa commodity em específico, devemos analisar o crescimento da produção nacional, pois ela diminui a necessidade de importação da gasolina propriamente dita, mas aumenta a necessidade de importação de óleos leves para mistura com o petróleo nacional. Além disso, a melhora de tecnologia, como explicado, é outra força que está diminuindo as necessidades de importação ao longo do tempo. Na prática, percebe-se que há também uma forte relação da balança com o câmbio.


FONTE: O Petróleo – 24/10/2018

Etanol deve subir menos na entressafra diante de recuo da gasolina da Petrobrás

Diante de uma invertida em outubro nas cotações do petróleo, a Petrobrás anunciou uma série de cortes no preço médio da gasolina

Os preços do etanol hidratado no Brasil devem subir menos durante a entressafra de cana-de-açúcar no centro-sul, ante as previsões iniciais, dada a recente queda nas cotações da gasolina da Petrobrás, o concorrente direto do biocombustível, avaliaram especialistas.

Os valores do álcool sazonalmente avançam entre o final de um ano e o início do seguinte por causa da menor produção na principal região canavieira do País.

Mas o tombo da gasolina nas refinarias da Petrobrás neste mês aponta para um ganho menor pelo etanol, dado o risco de perda de competitividade. Isso pode impactar os lucros de usinas que se prepararam para entrar cheias de estoques na entressafra após o petróleo vir numa crescente no mercado internacional, renovando máximas em quatro anos desde agosto.

Diante de uma invertida em outubro nas cotações do petróleo, a Petrobrás anunciou uma série de cortes no preço médio da gasolina em suas refinarias, culminando com uma redução de 3,8% no preço médio a partir de quarta-feira,24, para abaixo de R$ 2 por litro, o menor patamar desde agosto.

Só em outubro a estatal reduziu a cotação do combustível em cerca de 10%.

“É evidente que essa redução (da gasolina) diminuiu o ‘gap’ até onde poderíamos chegar com o etanol... Com certeza se reduziu o potencial de apreciação do etanol na entressafra”, disse o diretor da comercializadora Bioagência, Tarcilo Rodrigues.

Para ele, a tendência é o biocombustível ainda se manter atrativo nos próximos meses, com seu preço abaixo da paridade de 70% ante o da gasolina. Mas "se meu concorrente baixa a régua, vou ter de elevar menos", ponderou.

Por ora, ele calcula que, somando-se impostos e demais tributos, o etanol nas usinas paulistas pode atingir algo entre R$ 2,35 e R$ 2,45 por litro na entressafra, de R$ 2,18 atualmente.

O analista João Paulo Botelho, da INTL FCStone, também avaliou que, "dada a situação atual, isso impacta o teto que o etanol pode chegar" na entressafra.

"A queda da gasolina pode diminuir a competitividade do etanol, podemos ver uma redução de consumo, embora nos principais produtores, como São Paulo e Minas Gerais, ainda deva se manter atrativo por um tempo", disse.

Usinas do centro-sul impulsionaram a fabricação de álcool na atual temporada 2018/19, na esteira de preços elevados da gasolina e do enfraquecimento das referências internacionais do açúcar na Bolsa de Nova York.

Tanto que há algumas semanas se falava em uma alta maior para o etanol na entressafra, sem se perder a competitividade.

Repasse

O consumidor deve sentir em cerca de uma semana nos postos os recentes cortes nos preços da gasolina pela Petrobrás, previu o analista Walter De Vitto, da Tendências.

"Até zerar o estoques do distribuidor e dos postos, em tese não faz sentido baixar os preços... Tem naturalmente um descasamento. A gente imagina que no máximo em uma semana já será possível fazer esse repasse", disse.

Para ele, os preços da Petrobrás estão "razoavelmente alinhados" com as referências internacionais do petróleo e o câmbio, que cederam nas últimas semanas. "Esses foram os principais drivers para os reajustes", afirmou.

Um eventual recuo nos valores da gasolina nas bombas se daria logo após o produto atingir recordes país afora.

Na semana passada, a média de preço do combustível fóssil no Brasil foi de R$ 4,725 por litro, um recorde nominal, conforme monitoramento da reguladora ANP.

O repasse dos reajustes da Petrobrás aos consumidores depende de distribuidores, revendedores, impostos, além da mistura obrigatória de etanol anidro na composição da gasolina vendida nos postos.

O etanol hidratado, por sua vez, teve média nacional de R$ 2,943 por litro na semana passada, alta de 1% em relação à semana imediatamente anterior, segundos os dados da ANP.

FONTE: Reuters – 23/10/2018

Juiz decide que venda direta de etanol a postos é válida

A medida mantém uma tutela antecipada concedida em junho pelo próprio magistrado, decisão liminar que foi suspensa em seguida após pedido da Agência Nacional de Petróleo

O juiz da 10ª Vara Federal de Pernambuco Edvaldo Batista da Silva Júnior, julgou procedente o pedido de usinas para que comercializem etanol hidratado diretamente aos postos de combustíveis sem a necessidade da intermediação de distribuidoras. A medida mantém uma tutela antecipada concedida em 26 de junho pelo próprio magistrado, decisão liminar que foi suspensa em seguida após pedido da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável pela fiscalização do setor.

A sentença foi concedida no processo de recurso pelos sindicatos representantes do setor sucroalcooleiro de Pernambuco, Alagoas e Sergipe e pela Cooperativa do Agronegócio dos Associados da Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar (Coaf) contra a União e a ANP.

A proposta dividiu os produtores de etanol, pois representantes do setor no Centro-Sul do Brasil são contrários à venda direta. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) chegou a solicitar o ingresso no processo como parte interessada, pedido que foi negado.

“Qual é a lógica de se obrigar que esse combustível dê voltas e voltas para chegar ao seu último local de venda ao consumidor, no caso o posto em que abastece o seu veículo? Que mal a venda direta poderá causar ao setor de combustíveis? Em que afetará a sua fiscalização sob o encargo dos agentes da ANP?”, indagou o juiz em sentença. Segundo ele, assim como a ANP, as distribuidoras são fiscalizadas e isso pode ocorrer com produtores e os postos de revenda.

O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar) e vice-presidente do Fórum Nacional do Setor Sucroenergético, Renato Cunha, afirmou que a decisão consagra os princípios da livre concorrência, é emblemática e histórica.

De acordo com o executivo, produtores de etanol de Pernambuco terão reuniões nesta quinta-feira, 25, na Secretaria da Fazenda daquele estado para poder ajustar e ter conhecimento das tabelas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aplicadas ao etanol hidratado.

A ANP informou que não vai comentar a decisão de mérito em primeira instância.

FONTE: Canal Rural - 25/10/2018

sábado, 20 de outubro de 2018

Dólar futuro aprofunda alta ante real após notícia de saída de Ilan no fim do ano

O dólar interrompeu uma sequência de três quedas e terminou a quinta-feira com a primeira alta ante o real nesta semana, num movimento de correção parcial à forte queda recente, influenciado pelo cenário externo de maior aversão ao risco.

O dólar avançou 1,16 por cento, a 3,7250 reais na venda, na terceira alta registrada desde o primeiro turno das eleições no dia 7 de outubro. Na véspera, a moeda norte-americana fechou no menor valor em quase cinco meses, a 3,6822 reais. No mês até a véspera, a moeda acumulava queda de 8,79 por cento.

Na mínima desta sessão, a moeda foi a 3,6734 reais e, na máxima, a 3,7325 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,90 por cento.

"A tendência [da cotação do dólar] segue sendo de baixa, com a eleição como catalisador. Naturalmente sempre fica algum hedge montado para qualquer efeito surpresa", ponderou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

Na véspera, fluxo de recursos ajudou o dólar a furar o piso de 3,70 reais, mas operadores avaliaram que transpor 3,65 reais, considerado outro suporte forte, será um pouco mais difícil.

A percepção é de que um patamar mais baixo para o dólar daqui para a frente será alcançado com o andamento de uma agenda reformista no governo.

Para o mercado, o candidato a presidente com mais chances de implementar essa agenda seria Jair Bolsonaro (PSL), devido principalmente à sua escolha de Paulo Guedes como principal assessor econômico.

Nesta noite, outra pesquisa Datafolha será divulgada e o mercado quer saber se a ampla vantagem de Bolsonaro para Fernando Haddad (PT) mostrada nos últimos levantamentos vai se manter.

"Por mais que a vantagem de Bolsonaro siga confortável, investidores devem ajustar portfólios a cada novo estudo. Mas na prática os movimentos já começam a refletir expectativas com políticas futuras do iminente governo do PSL, com foco nos temas privatização e ajuste fiscal", acrescentou Alessie Machado.

No exterior, o dólar subia ante a cesta de moedas, e ante a maioria das divisas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 5,005 bilhões de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

A notícia de que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, estaria se preparando para deixar a instituição até o final do ano acabou pressionando o dólar nos minutos finais da sessão.

A moeda norte-americana aprofundou a alta com que já trabalhava desde mais cedo e terminou acima de 1 por cento de valorização no mercado à vista, movimento que se estendeu pontualmente no dólar futuro, que continua sendo negociado após o pregão.

A notícia, veiculada pela Bloomberg, pegou alguns investidores de surpresa, sobretudo pelo 'timing' em que ocorreu, no meio de um processo eleitoral bastante polarizado.

"Achei ruim pelo momento, traz um ruído desnecessário", comentou um profissional da mesa de derivativos de uma instituição local.

Ilan Goldfajn goza de muita credibilidade junto ao mercado financeiro, depois de uma gestão que conseguiu conter a alta da inflação e ancorar as expectativas dos agentes, até o momento.

"Ele está fazendo uma ótima presidência no BC e é claro que o mercado gostaria que ele ficasse. Mas o mercado tem confiança no Paulo Guedes, acho que foi um susto inicial", acrescentou o diretor de operações da Mirae, Pablo Spyer.

Assessor econômico do candidato Jair Bolsonaro (PSL) --que lidera a disputa à Presidência da República--, Paulo Guedes é o principal responsável pelo apoio que o ex-capitão tem recebido do mercado financeiro. Liberal, ele é responsável pelas propostas que passam pelo ajuste do estado e reformas fiscais.

"Sem ele no BC, um dos sonhos não vai acontecer... o novo governo ficar com Ilan e toda a diretoria, mesmo que num prazo combinado", acrescentou o economista do banco Fator José Francisco de Lima Gonçalves.

FONTE: Reuters 18/10/2018

Analistas prevêem preços do petróleo para 2022

Analistas da Fitch Solutions prevêem que o preço do Brent Crude Oil será em média US $ 91 por barril em 2022, revelou um novo relatório.

O Brent está previsto pelos analistas da Fitch Solutions em média US $ 75 por barril este ano, US $ 82 por barril no ano que vem, US $ 85 por barril em 2020 e US $ 89 por barril em 2021, segundo o relatório, enviado à Rigzone.

Estas previsões foram notavelmente superiores ao consenso Bloomberg para o Brent, que prevê que a commodity atinja em média US $ 73,6 por barril em 2018, US $ 75,3 por barril em 2019, US $ 72 por barril em 2020, US $ 70 por barril em 2021 e US $ 66,2 por barril em 2022.

Analistas da Fitch Solutions estimam que o preço médio do WTI atingirá US $ 68 por barril este ano, US $ 75 por barril no próximo ano, US $ 81 por barril em 2020, US $ 85 por barril em 2021 e US $ 87 por barril em 2022.

O consenso da Bloomberg para WTI prevê que a commodity atinja a média de US $ 68 por barril em 2018, US $ 68,9 por barril em 2019, US $ 65,4 por barril em 2020, US $ 63,5 por barril em 2021 e US $ 62,3 por barril em 2022.

“A perspectiva sobre o Brent é amplamente otimista, impulsionada pelas crescentes restrições do lado da oferta. A perda de exportações do Irã, os baixos estoques, a capacidade ociosa limitada e o contínuo investimento insuficiente no setor farão com que o mercado entre em déficit a partir de 2019 ”, disseram analistas da Fitch Solutions no relatório.

“Dito isso, notamos os riscos crescentes para a demanda, à medida que os mercados emergentes começam a sentir a dor de um dólar mais forte, liquidez mais apertada, preços mais altos do petróleo e aumento do protecionismo”, acrescentaram os analistas.

No relatório, a Fitch Solutions disse que os Estados Unidos serão o mercado de crescimento dominante em relação a 2019 e 2020, “adicionando cerca de o dobro do número de barris que a Arábia Saudita”, de acordo com seus dados.

“Vários gargalos surgiram na bacia Permiana este ano. Em especial, a capacidade insuficiente de retirada colocou uma pressão descendente sustentada nos diferenciais regionais de preços, limitando o investimento e a produção. No entanto, expansões rápidas de dutos irão eliminar esse gargalo do segundo trimestre de 2012 ”, disseram os analistas da Fitch Solutions.

A Fitch Solutions também afirmou que, no papel, a Arábia Saudita tem capacidade suficiente para manter o mercado em equilíbrio.

“Os custos envolvidos em trazer sua capacidade total on-line, no entanto, provavelmente superariam os benefícios, não apenas devido às altas exigências de capital e às perspectivas incertas de demanda”, disseram os analistas.

FONTE: O Petróleo 18/10/2018

Dedini entra no mercado de equipamentos de etanol de milho

A destilaria vai ajudar o Brasil a atender às metas de produção da Política Nacional de Biocombustíveis.

A Dedini S/A Indústrias de Base lançou, durante o Agtech Valley Summit, atividade inserida no Esalqshow, em Piracicaba, a Destilaria Modular para a Fabricação de Etanol de Milho e Ração Animal. Com projeção de receitas de 90% a 150% maiores por hectare por causa dos produtos, em relação à venda apenas do milho, a destilaria também vai ajudar o Brasil a atender às metas de produção da RenovaBio, a Política Nacional de Biocombustíveis.

Tradicional no mercado de construção de usinas para a produção de etanol de cana-de-açúcar, a Dedini desenvolveu esse projeto inovador nos últimos três anos, segundo o engenheiro de projetos industriais Marcilio Nogueira do Amaral Gurgel, coordenador do trabalho.

“As receitas das vendas de etanol e da ração, chamada DDGS, produzidos por essa usina, agregam valor à cultura, podem render até três vezes mais para os produtores do que a venda do milho, por conta da eliminação dos custos logísticos e da redução dos custos operacionais. Se a opção for utilizar o Ddgs no confinamento na propriedade, as vendas de etanol e de carne poderão gerar receitas de quatro a cinco vezes maiores do que a venda do milho, conceito de economia circular para produtos sustentáveis”, relata o engenheiro.

Apesar de oficialmente apresentada no evento da Esalq, a destilaria já chegou ao mercado. A Dedini tem encomendas para três unidades com capacidade de produção de 30 mil litros de etanol de milho por dia, feitas para produtores de milho do Mato Grosso, e começa a construir as unidades em um mês, com prazo de entrega das plantas completas e funcionando em oito meses, inclusive com equipe operacional treinada.

Foi a ociosidade das usinas brasileiras na entressafra que inspirou o engenheiro a procurar uma opção para a produção do biocombustível, usando outra matéria-prima. Antes de chegar ao milho, Amaral Gurgel testou beterraba e sorgo sacarino.

Mas foi um convite do governo de Mato Grosso para uma caravana do milho, com visitas a cooperativas, sindicatos rurais, produtores e culturas, e as projeções de produção do produto naquele Estado, que definiram as bases do projeto. Muitas horas de pesquisa e viagens, para conhecer o que estava sendo feito em outras partes do mundo, foram necessárias.

Vantagens

As vantagens em termos de custo e produção estão diretamente ligadas à região produtora. “Mato Grosso responde por aproximadamente 25% de todo o milho produzido no Brasil, só 17% desse milho é consumido no Estado, 61% é exportado, e o restante é consumido no Brasil. Junto com Mato Grosso do Sul, que produz 10% do milho do país, e Goiás, responsável por 11%, temos a região Centro Oeste como ideal para a implantação dessas destilarias”, afirma Marcílio Gurgel.

A redução do custo da produção depende dessa proximidade com regiões produtoras, o que evitará gastos com o frete. Além disso, o engenheiro destaca a chamada verticalização da produção, ou seja, a integração dessa destilaria modular de etanol de milho ao confinamento de gado, com a utilização do DDGS.

“O resultado prático é que se agrega valor à produção de milho com o etanol, a ração, a engorda de animais e o comércio de carne. A soma de todos os elementos significa geração de empregos, impostos e riqueza para uma região importante do ponto de vista do agronegócio”, diz.

As receitas das vendas de etanol e do DDGS podem render 90% mais por hectare para os produtores do que simplesmente venderem o milho.

Segundo último estudo de uma série sobre o potencial de Mato Grosso e a verticalização da produção, feita pelo Rabobank (banco especializado em agronegócio), se a opção for usar o DDGS em confinamento na própria fazenda, as vendas do etanol e da carne poderão gerar receitas até 150% maiores, por hectare, do que a venda do milho.

Conforme Marcílio Amaral Gurgel, em 2 mil hectares de milho cultivado é possível produzir 15 mil litros de etanol e 11 toneladas de ração por dia, um volume que permite o confinamento de até 5.000 cabeças de gado.

E o uso do milho oferece outra vantagem, de acordo com o engenheiro: pode ser processado o ano todo, 24 horas por dia, sem entressafra. E a matéria-prima pode ser comprada de outros produtores instalados na região, garantindo produção ininterrupta.

Como a destilaria é modular, sua capacidade de produção pode ser aumentada gradativamente: de 15 mil para 30 mil, 60 mil, 90 mil, 120 mil litros. Além disso, a destilaria é compacta. A que tem capacidade de produção de 30 mil litros por dia precisa de 15 mil metros quadrados para ser instalada (um hectare e meio). A destilaria é totalmente sustentável. A partir de 60 mil litros por dia, o resultado é zero de resíduo, com reuso da água.

O custo de produção do etanol em relação a uma usina que usa cana-de-açúcar é de 15% a 20% menor. O uso de mão de obra também é menor e a matéria-prima pode ficar armazenada na propriedade. Marcílio calcula de dois a três anos para o retorno do capital investido na destilaria.

“Fecha esse ciclo virtuoso de vantagens a produtividade. Uma tonelada de cana resulta em 80 a 90 litros de etanol. E uma tonelada de milho resulta em 400 litros de etanol e 280 quilos de ração, uma diferença brutal em termos de custo-benefício”, calcula Amaral Gurgel.

FONTE: Brasil Agro 15/10/2018

Estoque de etanol do país começa outubro 29% maior na comparação anual, diz FCSTone

Os estoques de etanol do Brasil estavam 29 por cento maiores em 1º de outubro, com cerca de 11 bilhões de litros, na comparação com o mesmo período do ano passado, diante de uma forte produção no centro-sul, principal região produtora do país, disse nesta quarta-feira o analista João Paulo Botelho, da INTL FCStone, com base em dados do Ministério da Agricultura.

Conforme ele, o incremento é da ordem de mais de 2,4 bilhões de litros entre um ano e outro.

FONTE: Reuters 17/10/2018

Etanol: Valor do hidratado sobe mais de 9% em quatro semanas

Com a proximidade do término da moagem de cana em algumas usinas do estado de São Paulo e a sequência de vendas aquecidas do combustível nos postos, o preço pago ao produtor de etanol hidratado em São Paulo vem subindo expressivamente no mercado físico. No acumulado das últimas quatro semanas, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado subiu 9,44% (ou 16 centavos por litro). Entre 8 e 11 de outubro, especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (estado de São Paulo) foi de R$ 1,8211/litro, alta de 1,77% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou em R$ 1,9619/litro, aumento de 2,22% frente à semana anterior. Segundo colaboradores do Cepea, como muitos compradores já haviam adquirido boas quantidades de combustível na primeira semana de outubro, a demanda esteve um pouco menor na semana passada. Ainda assim, o volume de etanol negociado no período foi expressivo. Do lado das usinas, algumas tiveram necessidade de venda para liberar espaço nos tanques, mas ofertaram o etanol a preços firmes. 

FONTE: Notícias Agrícolas 16/10/2018

Fim da safra da cana gera alta no preço do etanol em postos de combustíveis de Campinas

O preço do litro do etanol nas bombas de combustíveis de postos de Campinas (SP) está até R$ 0,12 mais caro nesta semana. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o aumento tem relação com a proximidade do término da safra da cana-de-açúcar em algumas usinas no estado de São Paulo e com a sequência de vendas aquecidas nos postos.

O levantamento foi feito em dez postos da cidade pela produção da EPTV, afiliada da TV Globo, e mais da metade apresentou alta. Em um deles, a reportagem apurou a cobrança de R$ 2,837 pelo litro do álcool, e que a tendência de aumento deve se manter nos próximos dias. Há postos na cidade que já cobram R$ 2,99.

O estudo semanal do Cepea/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), com sede em Piracicaba (SP), aponta alta no preço pago ao produtor de etanol hidratado, tipo utilizado no abastecimento de veículos. O indicador subiu R$ 0,16 por litro no acumulado das últimas quatro semanas, o equivalente a 9,44%, segundo a instituição.

Colaboradores do Centro afirmam que muitos compradores adquiriram boas quantidades de combustível na primeira semana de outubro, o que resultou numa demanda menor na última semana.

Quando compensa?

Para saber quando compensa abastecer com etanol ou gasolina, para os carros flex, o motorista pode fazer uma conta simples. O preço do litro do álcool deve corresponder a até 70% do valor cobrado pelo litro da gasolina.

Ou seja, deve ser ao menos 30% mais barato, já que o etanol rende menos do que a gasolina nos veículos.

FONTE: UDOP 19/10/2018 

Relação etanol/gasolina cai em SP a menor nível na 2ª semana desde 2008, diz Fipe

A relação entre os preços do etanol e da gasolina desacelerou na segunda semana de outubro, conforme a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Essa equivalência atingiu 61,15% no período, ante 61,49% na primeira semana do mês. O resultado está no nível mais baixo para o período desde 2008 (54,41%).

“Desde 2008, essa diferença não é tão favorável ao etanol, mas isso reflete o aumento nos preços da gasolina recentemente por causa da depreciação cambial”, afirma o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Guilherme Moreira, acrescentando que a tendência é de que o etanol continue subindo em razão da proximidade do fim da safra de cana-de-açúcar.

Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, a utilização de gasolina ou etanol é considerada indiferente.

Nesta quarta-feira, 17, com base no levantamento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da segunda quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados no último dia 15), a Fipe informou que a gasolina desacelerou o ritmo de alta de 5,09% para 4,11% na segunda leitura do mês, enquanto a taxa do etanol arrefeceu de 8,87% para 8,03%.

O grupo Transportes, por sua vez, passou de 1,04% para 0,91% na segunda medição de outubro. No período o IPC atingiu 0,52% (ante 0,43%).

FONTE: Estadão 18/10/2018

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Demanda aquecida eleva preço do etanol em setembro

Média do indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado teve aumento de 16,6% na comparação com a do mês anterior

A demanda aquecida nas bombas de São Paulo e de outros estados consumidores aumentou as cotações dos etanóis anidro e hidratado em setembro.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Agropecuária (Cepea), a média do indicador Cepea/Esalq do etanol hidratado em setembro foi de R$ 1,6855 por litro, forte aumento de 16,6% na comparação com a de agosto.

Quanto ao anidro, a média em setembro, de R$ 1,8279 o litro, foi 14,1% maior que a do mês anterior – ambos considerando apenas o mercado à vista de São Paulo.

Segundo dados da Agência de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), a paridade de preços nos postos de São Paulo em setembro foi vantajosa para o biocombustível.

FONTE: Canal Rural 02/10/2018

Etanol: hidratado sobe 4,63% e anidro avança 3,24% nas usinas

O preço do etanol hidratado subiu pela oitava semana consecutiva nas usinas paulistas. O combustível saiu de R$ 1,7102 o litro para R$ 1,7894 o litro, em média, alta de 4,63% esta semana, de acordo com o indicador divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). É o maior valor desde o período encerrado em 29 de março, de R$ 1,8020 o litro, e, portanto, também o mais alto na safra 2018/2019, iniciada em 1º de abril.

Já o valor anidro avançou 3,24% na semana, de R$ 1,8591 o litro para R$ 1,9193 o litro, em média. Com a sétima alta consecutiva, o preço do litro do anidro é o maior desde o R$ 1,9231 cobrado, em média, na semana de 23 de março e também o maior da safra atual.

FONTE: Terra 05/10/2018

Etanol: Demanda aquecida eleva preços em setembro

A demanda aquecida nas bombas de São Paulo e de outros estados consumidores importantes aumentou as cotações dos etanóis anidro e hidratado em setembro, conforme dados do Cepea. A média do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado nas semanas cheias de setembro foi de R$ 1,6855/litro, forte aumento de 16,6% na comparação com a de agosto (R$ 1,4454/litro). Quanto ao anidro, a média em setembro, de R$ 1,8279/litro, foi 14,1% maior (R$ 1,6024/litro) que a do mês anterior – ambos considerando apenas o mercado spot de São Paulo. Segundo dados da ANP (Agência de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível), a paridade de preços nos postos de São Paulo em setembro foi vantajosa para o biocombustível, com relação de preços de 59,3%, ante os 67,4% no mesmo período de 2017.

FONTE: CEPEA – 02/10/2018

Oferta de etanol até março será 25% maior, mas demanda elevará preço, diz Unica

A oferta de etanol hidratado entre setembro de 2018 e março de 2019, quando se encerra a entressafra de cana no centro-sul do Brasil, deverá ser 25 por cento maior na comparação com igual período do ciclo anterior, mas ainda assim insuficiente para atender à crescente demanda pelo biocombustível, disse à Reuters um representante do setor sucroenergético.

De acordo com o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, com o consumo crescendo a um ritmo muito maior do que o suprimento, os preços devem se elevar, para um melhor equilíbrio de mercado, mas a um ponto em que o biocombustível seguirá competitivo frente a gasolina em várias regiões.

Ele ressaltou que, do início da safra no centro-sul, em abril, até agosto, a demanda cresceu 42 por cento na comparação anual.

“Não dá para manter 42 por cento de demanda com 25 por cento de oferta… Em algum momento vai ser exigido algum ajuste, não acredito que seja no curto prazo. Também não acredito que seja de forma abrupta ou que o etanol perca sua competitividade”, disse Rodrigues.

Usinas da principal região produtora de cana do mundo impulsionaram a fabricação de álcool na atual temporada 2018/19, na esteira de preços elevados da gasolina, seu concorrente direto, e do enfraquecimento das referências internacionais do açúcar na Bolsa de Nova York.

Os dados mais recentes da Unica mostram que entre abril e a primeira quinzena de setembro foram fabricados quase 16 bilhões de litros de álcool hidratado no centro-sul, contra menos de 10 bilhões em igual intervalo de 2017/18. Já as vendas do produto usado diretamente nos tanques dos veículos saltaram para mais de 9 bilhões de litros, de 6,4 bilhões no ano anterior.

O suprimento estimado para setembro a março considera esse incremento de produção e os estoques nas usinas.

Entressafra longa

Os receios quanto à oferta e aos preços do etanol nos próximos meses se justificam pela entressafra, que neste ano será mais longa, já que há menos cana para ser processada. Segundo Rodrigues, usinas devem encerrar os trabalhos já a partir da segunda metade de outubro, uma quinzena antes do habitual.

FONTE: O Petróleo 04/10/2018

O futuro da política de preços de derivados no Brasil

O novo governo eleito em 2018 terá pela frente um enorme desafio de política energética, que é a definição de uma estratégia para a estruturação do segmento de refino com implicações sobre a precificação de derivados. O novo presidente terá que decidir por dois caminhos possíveis: i) manutenção do quase-monopólio da Petrobras na oferta; ii) promoção da competição no mercado de combustíveis no Brasil. Esta decisão política será essencial para enquadrar o debate sobre as opções regulatórias quanto a precificação de combustíveis no Brasil. Cada um dos caminhos irá implicar em formas de atuação totalmente diferentes no mercado de combustíveis nacional.

No primeiro caso, o debate regulatório que seguirá esta decisão é como defender o interesse dos consumidores em relação à carestia e à volatilidade dos preços dos derivados. Mais particularmente, qual será o papel da Petrobras neste processo. O governo terá que decidir se irá utilizar o caixa da empresa para estabilizar preços, ou se irá buscar novos instrumentos de intervenção nos preços como impostos flexíveis e, ou fundos de estabilização dos preços.

No segundo caso, o debate político e regulatório que se seguirá deverá ser orientado para formas de promover a efetiva competição no mercado de combustíveis. Ou seja, o foco do debate será orientado mais para questões relativas à promoção e defesa da concorrência. Nesse caso, é preciso destacar que a concorrência não é uma construção automática. E mecanismos de estabilização podem ser interessantes no processo de transição para um mercado com concorrência intensa.

Não podemos deixar de considerar estas duas alternativas básicas quando analisamos o debate sobre preços de combustíveis que se desenvolve neste momento. Após a greve dos caminhoneiros e a aprovação da lei que implementou os subsídios nos preços do diesel até o fim de 2018, a ANP e o CADE se mobilizaram num esforço de melhorar a transparência de preços e reduzir barreiras à competição no mercado de combustíveis no Brasil. As principais propostas apresentadas por estes órgãos foram:

(i) permitir que produtores de álcool vendam diretamente aos postos;

(ii) repensar a proibição de verticalização do setor de varejo de combustíveis;

(iii) extinguir a vedação à importação de combustíveis pelas distribuidoras;

(iv) fornecer informações aos consumidores do nome do revendedor de combustível, de quantos postos o revendedor possui e a quais outras marcas está associado;

(v) aprimorar a disponibilidade de informação sobre a comercialização de combustíveis para o aperfeiçoamento da inteligência na repressão à conduta colusiva.

A última proposta (v) é tema de consulta e audiência pública nº20/2018 realizada no dia 03 de outubro pela ANP. A proposta de resolução busca conferir transparência na formação dos preços dos combustíveis, biocombustíveis e gás natural tanto no varejo, quanto no atacado.

No que tange à política de preços, o centro do debate associado com as propostas apresentadas pela ANP é a exigência para os ofertantes dominantes de derivados de petróleo apresentarem uma fórmula paramétrica de preços.

Todos os produtores e importadores de petróleo estariam obrigados a enviar à ANP informações de preço de todos os produtos à venda, em cada ponto de entrega, sempre que houver reajuste de preços e, ou alteração dos parâmetros da fórmula. No caso dos agentes dominantes a ANP publicaria imediatamente as mesmas informações no seu site. Os agentes econômicos que possuem participação de mercado regional, por produto, igual ou superior a 20% seriam obrigados a publicar, em seu próprio site na internet, a fórmula paramétrica utilizada para precificação do produto e o preço de lista. Para os demais casos, a ANP publicaria anualmente as informações com defasagem mínima de 24 meses. O preço efetivamente praticado não poderá divergir do calculado mediante fórmula prevista em contrato.

A minuta estabelece que o preço parametrizado dos derivados [1] deve seguir fórmula que contenha, no mínimo, as seguintes parcelas:

Mecanismo semelhante foi praticado no período de transição de uma estrutura de monopólio para uma estrutura de mercado liberalizada em todos os segmentos da indústria. Com a promulgação da Lei do Petróleo (Lei nº 9.478/1997), uma nova estrutura de preços de petróleo e derivados foi estabelecida. No período de transição (1997 – 2002), foi estabelecido fórmula paramétrica para o cálculo do preço do querosene de aviação (Portaria MF/MME n.º 51/93), e determinação do preço de asfalto nas refinarias (Portaria DNC n.º 13/97). Além disso, foi determinado um preço de realização [2] inicial, P0, definido para cada derivado, refletindo o custo operacional da empresa e uma margem de lucro.

Esse preço de realização foi calculado a partir dos custos alternativos de importação dos derivados pela Petrobras. Para cada derivado, utilizou-se a seguinte fórmula paramétrica: P0 = Preço FOB nos mercados tidos como referência + frete marítimo de longo curso + seguro + imposto de importação + AFRMM (Adicional de Frete para a Renovação da Marinha Mercante).

Apesar dos quinze anos passados desde essa transição, o resultado é ainda um mercado não concorrencial, em razão da presença dominante da Petrobras, que possui um monopólio de fato no refino de petróleo. Ainda que as importações de derivados tenham relevância, como ocorreu no período recente, essas não são suficientes para evitar o exercício de poder de mercado da empresa líder.

A fixação de uma fórmula de preços é uma política condizente com a primeira estratégia de organização do mercado de refino, ou seja, a manutenção do quase-monopólio da Petrobras. Neste cenário, a fórmula poderia contribuir para proteger a empresa de interferência política que poderia obriga-la a vender derivados com preços desalinhados das referências do mercado internacional. Ao mesmo tempo, protegeria os consumidores de abusos de poder de mercado da empresa.

Por outro lado, numa visão de promoção da concorrência, o papel da transparência é o de viabilizar o monitoramento do mercado pelos órgãos de defesa da concorrência, na identificação de abusos de poder de mercado pela empresa líder do mercado, em particular no que tange à prática de preços predatórios para barrar novos entrantes. Neste caso, o fundamental não é saber como os preços foram formados, mas qual é o preço praticado pelos agentes nos principais submercados de combustíveis. A ANP e o CADE teriam acessos aos preços praticados pelos agentes no mercado atacadista, da mesma forma que agências de monitoramento de preços (Argus, Platts), que por sua vez divulgariam a média dos preços praticados por submercado aos seus clientes. Em mercados efetivamente competitivos, como o Norte-americano as ações de defesa da concorrência são pautadas pelo acompanhamento contínuo das condições de mercado, que permitem a identificação de práticas abusivas.

Além de políticas de promoção da competição, existe ainda a possibilidade de introdução de instrumentos regulatórios de mitigação da volatilidade e da carestia que não distorcem o funcionamento dos mercados de derivados. Este seria o caso de uma política de impostos flexíveis que busquem atingir uma meta de arrecadação no setor, e que contribuam ao mesmo tempo para reduzir a volatilidade dos preços.

No entanto, a adoção de fórmula paramétrica não seria adequada nesse cenário. A divulgação de estratégia de precificação da empresa dominante limitaria a efetividade da competição, já que a líder perderia a possibilidade de a empresa responder no curto prazo às ações de concorrentes. A tendência seria um comportamento conservador da empresa líder, com a definição de preços que prevenissem a entrada de rivais.

FONTE: Infopetro 04/10/2018

Volume importado de etanol cai 95% em setembro e 12,75% em 2018

O volume importado de etanol pelo Brasil despencou 95% em setembro e atingiu apenas 5,70 milhões de litros, em comparação com 108,46 milhões de litros em igual mês de 2017. O total é também 87,6% mais baixo que os 45,82 milhões de litros de etanol importados em agosto deste ano. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

O mês de setembro marca um ano da aplicação da tarifa de até 20% sobre o biocombustível importado pelo governo brasileiro. A taxação incide para o volume acima de 150 milhões de litros por trimestre e, aos poucos, freou as compras externas do produto.

Nos primeiros nove meses de 2018, o volume importado do biocombustível atingiu 1,396 bilhão de litros, queda de 12,75% sobre o total de 1,600 bilhão de litros de igual período de 2017. A queda acumulada só não foi maior porque, após a aplicação das tarifas acima das cotas, importações se mantiveram aquecidas até o primeiro semestre deste ano. Em abril, por exemplo, foi registrado o recorde mensal das compras externas de etanol, de 387,44 milhões de litros, volume mais de duas vezes superior à cota trimestral e 68 vezes maior que as importações de setembro.

Com o recuo, o volume importado do biocombustível em setembro foi 97% inferior ao do total exportado. No mês passado, o País enviou 176,4 milhões de litros de etanol ao mercado externo, segundo o MDIC. Mesmo com a queda em setembro, as importações nos nove primeiros meses de 2018 superam em 20,8% o total exportado pelo Brasil no período, de 1,156 bilhão de litros.

Receita

A importação brasileira de etanol movimentou apenas US$ 2,46 milhões no mês passado, quedas de 95,3% sobre os US$ 52,68 milhões de setembro de 2017 e de 87,6% sobre os US$ 19,91 milhões de agosto deste ano. Após o resultado, nos primeiros nove meses de 2018 as importações de etanol movimentam US$ 597,05 milhões, recuo de 30,1% sobre o período de janeiro a setembro de 2017, de US$ 854,65 milhões.

A balança comercial do etanol gerou superávit de US$ 81,94 milhões em setembro, pois as exportações geraram US$ 84,40 milhões no mês passado. Pela primeira vez no ano, a balança comercial do setor passou a ser superavitária, em US$ 32,85 milhões, já que as vendas externas entre janeiro e setembro somaram US$ 629,9 milhões.

FONTE: Estadão 05/10/2018

Importador de diesel vislumbra retomada de negócios após lei sobre subvenção

Importadores de combustíveis já vislumbram uma retomada de negócios com diesel após o governo publicar nesta sexta-feira a lei que trata da subvenção à comercialização do produto no país, uma vez que a reguladora ANP terá de considerar nos preços de referência a paridade de importação e a margem de remuneração dos riscos, disse um representante do setor à Reuters.

Conforme o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sergio Araujo, a mudança é sutil em relação ao que estava determinado na medida provisória editada após os protestos dos caminhoneiros. Na Lei 13.723, ficou estipulado que o preço de referência para a comercialização de diesel "considerará o Preço de Paridade de Importação (PPI) e a margem para remuneração dos riscos inerentes à operação, observados os parâmetros de mercado". Na MP, essa determinação não existia, explicou Araujo.

Com esses novos fatores, o preço de referência estabelecido para pagamento da subvenção de até 30 centavos de real por litro tende a subir, podendo ter impacto para o consumidor. "Isso dá uma tranquilidade ao agente regulador, terá muito mais segurança para incluir a margem, porque está determinado por lei… A ANP terá de ajustar os preços de referência de modo que as operações (de importação) possam ser retomadas", avaliou o executivo da Abicom, entidade que responde por cerca de 60 por cento do volume de combustíveis importados e 11,5 por cento dos comercializados internamente.

Importadores têm dito nos últimos meses que os preços de comercialização estipulados pela ANP não justificavam realizar compras externas de diesel.

A subvenção oferecida pelo governo vale até 31 de dezembro de 2018. Conforme Araujo, associadas da Abicom estão há mais de 60 dias sem receber valores devidos nesse programa, em um montante de cerca de 131 milhões de reais. O presidente Michel Temer sancionou a lei com vetos aos dispositivos sobre divulgação da política de formação de preços pelas distribuidoras. O pedido para isso partiu do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

"Os dispositivos incorrem em inconstitucionalidade… não se mostrando adequados quanto aos critérios de necessidade e de proporcionalidade em sentido estrito. Ademais, podem se configurar também contrários ao interesse público, na medida em que diminuirão a atratividade do mercado para os atuais e novos agentes, com consequente diminuição de competitividade no setor", destacou o ministério ao justificar os vetos. Conforme o despacho, os vetos presidenciais serão levados à apreciação do Congresso Nacional.

FONTE: Reuters – 05/10/2018

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Diário Oficial publica nova tabela de fretes

Foi publicado no Diário Oficial da União, do dia 5 de setembro de 2018, a nova tabela com preços para o frete de cargas. Em média, o impacto foi de 5%, de acordo com o tipo de carga. Segundo os novos preços atribuídos na tabela, o valor subiu de R$ 2,10 para R$ 2,16 para frete de cargas no geral, até 100km, no caso de um caminhão com três eixos.

Considerações sobre o aumento

A tabela de frete é reajustada no caso de o preço do óleo diesel apresentar oscilação acima de 10%, é o que afirma a nova Lei 13.703 deste ano, que também autorizou ao transporte rodoviário de cargas a política nacional de pisos mínimos.

Tais decisões foram contempladas através de reunião no Palácio do Planalto, em que estavam presentes integrantes da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e do Governo. De acordo com o Ministério da Casa Civil, a tabela de fretes, conforme a Lei, está sendo reajustada em decorrência de uma variação de 13% no preço do diesel na refinaria.

A Assessoria da ANTT anunciou as mudanças de valores no primeiro final de semana do mês, porém ainda não tinha data para oficializar, isso graças às informações que a Petrobras liberou no último dia de agosto (31), afirmando que ajustaria em 13% o preço do litro do óleo diesel nas refinarias.

O governo decidiu também, além de reajustar a tabela, intensificar a fiscalização dos preços do frete já nesta semana, atendendo às reivindicações das entidades que representam os caminhoneiros.

Nova paralisação

Em decorrência do reajuste no preço do diesel, chegou a ser visto nas redes sociais o anúncio de uma associação que convocava os caminheiros a realizar uma nova greve/paralisação. Porém, no dia 2 (domingo), as maiores entidades representativas da categoria afirmaram não apoiar uma possível nova greve e que, inclusive, desconhecem as afirmações contidas no anúncio veiculado pela internet.

O Ministérios da Segurança Pública acrescentou, na segunda-feira (3), que a Polícia Federal começará a investigar a origem das imagens e mensagens vistas nas redes sociais. Os autores, se localizados, poderão responder por crimes contra o consumidor e contra a economia.

Nova tabela de fretes

A nova tabela foi instituída a partir de uma MP (Medida Provisória) liberada pelo Presidente da República Michel Temer, com o intuito de conter a greve dos caminhoneiros. De acordo com o texto editado por Temer, a ANTT tem a responsabilidade de definir os preços.

No final de maio (30), a ANTT já havia divulgado a primeira tabela, o que deu início às críticas de transportadoras. Graças a crescentes polêmicas, a Agência criou uma nova tabela, porém os preços foram mal avaliados pelos caminhoneiros, o que fez a ANTT voltar atrás e colocar em prática os valores da primeira tabela.

Divulgue conteúdos e documentos no Diário Oficial da União

Através do Diário Oficial-e, é possível organizar diversas publicações de documentos e informativos no Diário Oficial da União, dos Estados e dos Municípios. Navegue pelo site para obter maiores informações.

FONTE: Diário Oficial 

Diesel da Petrobras subirá 2,8% com atualização de referência para subvenção

A Petrobras informou nesta sexta-feira que o preço médio do diesel em suas refinarias passará a ser de 2,3606 reais por litro para o período de 30 de setembro a 29 de outubro, uma alta de 2,8 por cento ante o período mensal anterior, com uma atualização do valor referencial prevista no programa de subvenção do governo.

Segundo a empresa, o valor de 2,3606 real por litro corresponde à média aritmética dos preços de diesel rodoviário, sem tributos, praticados pela Petrobras em suas refinarias para o 3º período da 3ª fase do programa de subvenção, estabelecido pelo governo após a greve dos caminhoneiros.

Ao manter o valor estabelecido pela reguladora ANP no próximo mês, a Petrobras se habilita a receber subvenção econômica de até 30 centavos de real por litro.

A companhia disse ainda que continuará a análise econômica do programa de subvenção para os períodos subsequentes. 

FONTE: Reuters 28/09/2018

Cana: INTL FCStone reduz previsão de moagem e eleva produção de eta

A INTL FCStone reduziu novamente a estimativa de moagem na safra 2018/2019 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, iniciada oficialmente em 1º de abril. Para o período, usinas e destilarias devem processar 567 milhões de toneladas de cana, ante um total previsto de 573,9 milhões de toneladas, em julho. Se confirmado, o volume deve ser 4,9% menor que o total processado na safra 2017/2018, de 596,3 milhões de toneladas de cana.

“As condições atipicamente secas nas lavouras do Centro-Sul do Brasil continuaram impactando as perspectivas de produtividade e moagem de cana. Vale lembrar que, em grande parte dos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, as chuvas acumuladas nos primeiros meses do inverno não ultrapassaram 50% do volume usual. Em alguns canaviais, o volume não atingiu 10% da média de longo prazo”, justificou João Paulo Botelho, analista da INTL FCStone.

Com o impacto da estiagem, a expectativa da consultoria é que o cinturão canavieiro brasileiro acumule quebra de 5,4% no rendimento agrícola em 2018/2019, para 71,9 toneladas por hectare. As condições do tempo devem favorecer, no entanto, a oferta de Açúcar Total Recuperável por tonelada (ATR/t) de cana processada. A INTL FCStone prevê o ATR em 139,9 kg/t em 2018/2019, ante 139,1 kg/t na estimativa anterior e 136,6 kg/t no fechamento da safra 2017/2018, alta prevista de 2,2%, portanto.

Segundo a consultoria, a safra seguirá também mais alcooleira que o previsto anteriormente. Com isso, reduziu de 39,9% para apenas 35,6% o mix de destino de cana para o açúcar no Centro-Sul em 2018/2019, ou seja, ampliou de 60,1% para 64,4% o mix de destino para o etanol. A safra passada terminou com um mix de 46,5% para açúcar e 53,5% para o etanol.

Assim, a produção de açúcar entre abril de 2018 e março de 2019 no Centro-Sul deve alcançar apenas 26,9 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria, ante 30,4 milhões de toneladas na previsão de julho. Se confirmada a estimativa, a oferta de açúcar do Centro-Sul brasileiro recuará 25,5%, ou 9,2 milhões de toneladas, sobre o total produzido em 2017/2018, de 36,1 milhões de toneladas.

Já a produção total de etanol de cana de açúcar foi novamente elevada: de 28,2 bilhões de litros, em julho, para 30 bilhões de litros agora, alta de 17,3% sobre o total de 25,4 bilhões de litros de 2017/2018. Do total previsto para 2018/2019, 20,8 bilhões de litros são de hidratado (+36,8%) e 9,1 bilhões de litros de anidro (-11,4%).

“Sem grandes mudanças no cenário econômico do setor, mantivemos nossas estimativas para a produção de etanol de milho: a destilação de hidratado e de anidro deve totalizar 864 milhões de litros (+100,4%) e 281 milhões de litros (+210,1%), respectivamente. No total, a fabricação do biocombustível deve ser de 1,1 milhão de litros”, concluiu Botelho.

FONTE: Isto é 28/09/2018

Etanol: Precipitações paralisam moagem e preço volta a subir em SP

O preço do etanol hidratado voltou a subir no mercado paulista. Conforme colaboradores do Cepea, a sustentação veio da saída de algumas usinas do mercado, visto que a ocorrência de chuvas em todo o estado de São Paulo paralisou pontualmente as atividades na semana passada. Somado a isso, a menor necessidade de liberação de tanques foi outro fator de sustentação dos preços. Do lado das distribuidoras, somente algumas estavam no mercado, realizando compras pontuais. Outras, de pequeno e médio portes, estiveram retraídas, ainda trabalhando com estoques adquiridos anteriormente. Entre 17 e 21 de setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (estado de São Paulo) foi de R$ 1,6848/litro, alta de 1,25% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 1,8335/litro, ligeiro aumento de 0,1% na mesma comparação.

FONTE: Cepea 29/09/2018

Com 33 milhões de toneladas de cana, produção de etanol chega a 1,6 bilhão

O processamento de cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul alcançou 33,2 milhões de toneladas até 15 de setembro. O volume é 6,5% maior comparado ao mesmo período acumulado da safra anterior, que processou 31,1 milhões de toneladas.

Com relação à primeira quinzena de setembro, a quantidade de cana colhida foi de 2,5 milhões de toneladas, uma queda de 28% com relação ao mesmo período da safra passada. Para o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, a incidência de mais chuvas nas nas duas últimas quinzenas foi o principal fator que influenciou no recuo da moagem da cana-de-açúcar no Estado.

“Tivemos chuva acima da média dos últimos anos e isso fez com que algumas usinas interrompessem a colheita da cana. Ainda assim a produção continua acima da safra passada dando sinais de recuperação”, explica.

A quantidade de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) por tonelada de cana no acumulado da safra alcançou 136,42 quilos, um aumento de 5% com relação ao ciclo anterior que foi de 129,19 quilos. Já na quinzena de setembro, o indicador foi de 155,97 quilos, 13,4% maior considerando a mesma quinzena da safra passada.

A produção de etanol hidratado permanece acima da média. No período acumulado, foram produzidos 1,6 bilhão de litros do biocombustível, um aumento de 54% com relação ao mesmo período do ano anterior. Na primeira quinzena de setembro, o acréscimo foi de 19%, com 154 milhões de litros produzidos.

Em contrapartida, a produção do etanol anidro segue com queda de 10,6% com relação à safra passada. De abril até 15 de setembro, foram produzidos 528 milhões de litros, 62 mil litros a menos que em 2017. Na quinzena, a produção recuou 32%, registrando 53 milhões de litros.

Ainda segundo o acompanhamento da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul), a produção de açúcar segue abaixo da safra passada. No período acumulado, foram produzidas 719 mil toneladas, enquanto que no mesmo período da safra anterior a produção foi de 1,1 milhão de toneladas, um recuo de 33%.

A baixa se mantém na produção quinzenal, que foi de 60 mil toneladas, 60% menor com relação à mesma quinzena de 2017. O perfil da safra reflete no mix de produção que é de 83% para etanol e 17% para açúcar no período acumulado. Já na primeira quinzena de setembro, o percentual foi de 85% e 15%, respectivamente.

FONTE: Campo Grande News – 27/09/2018

ICMS único para combustíveis pode matar a indústria do etanol, diz Fazenda de SP

A unificação das alíquotas de ICMS dos combustíveis pode matar a indústria paulista de produção de etanol, disse nesta terça (25) o secretário de Fazenda de São Paulo, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho. O governo paulista é um dos principais opositores da proposta, que é defendida pelo setor de combustíveis.

A proposta prevê a implantação de alíquotas em reais por litro, ao invés de percentuais sobre as vendas, com todos os estados praticando os mesmos valores para cada combustível. Carvalho argumenta que, por praticar alíquotas baixas, São Paulo teria que subir a carga tributária para se adequar.

"Do ponto de vista de arrecadação, isso seria ótimo. Mas seria ruim do ponto de vista da competitividade da nossa indústria", disse o secretário, em palestra na feira Rio Oil & Gas. "Uniformizar as alíquotas cria enorme risco de matar a indústria do etanol."

São Paulo é um dos cinco estados brasileiros onde as vendas de etanol têm grande vantagem tributária sobre os outros combustíveis - a alíquota é de 12%, contra 25% da gasolina. A decisão de reduzir a cobrança sobre o biocombustível foi tomada em 2005, com o objetivo de enfrentar sonegações.

A proposta do setor de combustíveis é que o valor do ICMS unificado seja definido com base na média ponderada das alíquotas em todos os estados. Carvalho diz que, se for acatada, a carga tributária estadual sobre gasolina e diesel subiria 24% e 63%, respectivamente. "É muito difícil que isso aconteça", afirmou.

O setor de combustíveis ganhou apoio de alguns estados após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que permitiu a cobrança de ressarcimento, por postos, de valores pagos a mais de ICMS. Isso ocorre porque a cobrança é feita sobre um valor de venda estimado, chamado PMPF (preço médio ponderado ao consumidor final).

O PMPF é calculado a cada 15 dias com base em pesquisas nos postos. Sobre ele, incide a alíquota estadual. Se o posto vende gasolina por um valor abaixo do ICMS, ele pode pedir ressarcimento. "Nem todos os estados têm condições de fiscalizar isso", disse o advogado Hugo Funaro, do Dias de Souza Advogados Associados, que defendeu a mudança.

A medida pode ser implementada pelo Contas (Conselho Nacional de Política Fazendária), que reúne os secretários de Fazenda, mas depende de aprovação de todos os estados, segundo Funaro.

"Se São Paulo não tivesse reduzido o o ICMS do etanol, não teríamos hoje carros bicombustíveis", defendeu Antônio Pádua, diretor-técnico da Única (União da Indústria da Cana de Açúcar). A entidade também é contrária à medida.

Venda Direta

São Paulo e Única também concordam na posição contrária sobre a possibilidade de venda direta de etanol aos postos, em discussão pelo Congresso e pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gas e Biocombustíveis). Os usineiros se manifestaram diretamente durante os debates no Congresso.

Para o secretário da Fazenda paulista, a medida pode representar perda de arrecadação e aumentar a dificuldade de fiscalização, já que o número de usinas é maior do que o de distribuidoras, que hoje recolhem o imposto.

A Receita Federal estima perdas de R$ 2,5 bilhões com a medida, mas por outro motivo: parte dos impostos federais são cobrados nas usinas e parte nas distribuidoras - com a venda direta, essa segunda parte não seria cobrada. 

FONTE: Udop 26/09/2018