sábado, 20 de outubro de 2018

Dedini entra no mercado de equipamentos de etanol de milho

A destilaria vai ajudar o Brasil a atender às metas de produção da Política Nacional de Biocombustíveis.

A Dedini S/A Indústrias de Base lançou, durante o Agtech Valley Summit, atividade inserida no Esalqshow, em Piracicaba, a Destilaria Modular para a Fabricação de Etanol de Milho e Ração Animal. Com projeção de receitas de 90% a 150% maiores por hectare por causa dos produtos, em relação à venda apenas do milho, a destilaria também vai ajudar o Brasil a atender às metas de produção da RenovaBio, a Política Nacional de Biocombustíveis.

Tradicional no mercado de construção de usinas para a produção de etanol de cana-de-açúcar, a Dedini desenvolveu esse projeto inovador nos últimos três anos, segundo o engenheiro de projetos industriais Marcilio Nogueira do Amaral Gurgel, coordenador do trabalho.

“As receitas das vendas de etanol e da ração, chamada DDGS, produzidos por essa usina, agregam valor à cultura, podem render até três vezes mais para os produtores do que a venda do milho, por conta da eliminação dos custos logísticos e da redução dos custos operacionais. Se a opção for utilizar o Ddgs no confinamento na propriedade, as vendas de etanol e de carne poderão gerar receitas de quatro a cinco vezes maiores do que a venda do milho, conceito de economia circular para produtos sustentáveis”, relata o engenheiro.

Apesar de oficialmente apresentada no evento da Esalq, a destilaria já chegou ao mercado. A Dedini tem encomendas para três unidades com capacidade de produção de 30 mil litros de etanol de milho por dia, feitas para produtores de milho do Mato Grosso, e começa a construir as unidades em um mês, com prazo de entrega das plantas completas e funcionando em oito meses, inclusive com equipe operacional treinada.

Foi a ociosidade das usinas brasileiras na entressafra que inspirou o engenheiro a procurar uma opção para a produção do biocombustível, usando outra matéria-prima. Antes de chegar ao milho, Amaral Gurgel testou beterraba e sorgo sacarino.

Mas foi um convite do governo de Mato Grosso para uma caravana do milho, com visitas a cooperativas, sindicatos rurais, produtores e culturas, e as projeções de produção do produto naquele Estado, que definiram as bases do projeto. Muitas horas de pesquisa e viagens, para conhecer o que estava sendo feito em outras partes do mundo, foram necessárias.

Vantagens

As vantagens em termos de custo e produção estão diretamente ligadas à região produtora. “Mato Grosso responde por aproximadamente 25% de todo o milho produzido no Brasil, só 17% desse milho é consumido no Estado, 61% é exportado, e o restante é consumido no Brasil. Junto com Mato Grosso do Sul, que produz 10% do milho do país, e Goiás, responsável por 11%, temos a região Centro Oeste como ideal para a implantação dessas destilarias”, afirma Marcílio Gurgel.

A redução do custo da produção depende dessa proximidade com regiões produtoras, o que evitará gastos com o frete. Além disso, o engenheiro destaca a chamada verticalização da produção, ou seja, a integração dessa destilaria modular de etanol de milho ao confinamento de gado, com a utilização do DDGS.

“O resultado prático é que se agrega valor à produção de milho com o etanol, a ração, a engorda de animais e o comércio de carne. A soma de todos os elementos significa geração de empregos, impostos e riqueza para uma região importante do ponto de vista do agronegócio”, diz.

As receitas das vendas de etanol e do DDGS podem render 90% mais por hectare para os produtores do que simplesmente venderem o milho.

Segundo último estudo de uma série sobre o potencial de Mato Grosso e a verticalização da produção, feita pelo Rabobank (banco especializado em agronegócio), se a opção for usar o DDGS em confinamento na própria fazenda, as vendas do etanol e da carne poderão gerar receitas até 150% maiores, por hectare, do que a venda do milho.

Conforme Marcílio Amaral Gurgel, em 2 mil hectares de milho cultivado é possível produzir 15 mil litros de etanol e 11 toneladas de ração por dia, um volume que permite o confinamento de até 5.000 cabeças de gado.

E o uso do milho oferece outra vantagem, de acordo com o engenheiro: pode ser processado o ano todo, 24 horas por dia, sem entressafra. E a matéria-prima pode ser comprada de outros produtores instalados na região, garantindo produção ininterrupta.

Como a destilaria é modular, sua capacidade de produção pode ser aumentada gradativamente: de 15 mil para 30 mil, 60 mil, 90 mil, 120 mil litros. Além disso, a destilaria é compacta. A que tem capacidade de produção de 30 mil litros por dia precisa de 15 mil metros quadrados para ser instalada (um hectare e meio). A destilaria é totalmente sustentável. A partir de 60 mil litros por dia, o resultado é zero de resíduo, com reuso da água.

O custo de produção do etanol em relação a uma usina que usa cana-de-açúcar é de 15% a 20% menor. O uso de mão de obra também é menor e a matéria-prima pode ficar armazenada na propriedade. Marcílio calcula de dois a três anos para o retorno do capital investido na destilaria.

“Fecha esse ciclo virtuoso de vantagens a produtividade. Uma tonelada de cana resulta em 80 a 90 litros de etanol. E uma tonelada de milho resulta em 400 litros de etanol e 280 quilos de ração, uma diferença brutal em termos de custo-benefício”, calcula Amaral Gurgel.

FONTE: Brasil Agro 15/10/2018

Estoque de etanol do país começa outubro 29% maior na comparação anual, diz FCSTone

Os estoques de etanol do Brasil estavam 29 por cento maiores em 1º de outubro, com cerca de 11 bilhões de litros, na comparação com o mesmo período do ano passado, diante de uma forte produção no centro-sul, principal região produtora do país, disse nesta quarta-feira o analista João Paulo Botelho, da INTL FCStone, com base em dados do Ministério da Agricultura.

Conforme ele, o incremento é da ordem de mais de 2,4 bilhões de litros entre um ano e outro.

FONTE: Reuters 17/10/2018

Etanol: Valor do hidratado sobe mais de 9% em quatro semanas

Com a proximidade do término da moagem de cana em algumas usinas do estado de São Paulo e a sequência de vendas aquecidas do combustível nos postos, o preço pago ao produtor de etanol hidratado em São Paulo vem subindo expressivamente no mercado físico. No acumulado das últimas quatro semanas, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado subiu 9,44% (ou 16 centavos por litro). Entre 8 e 11 de outubro, especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado (estado de São Paulo) foi de R$ 1,8211/litro, alta de 1,77% em relação ao da semana anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou em R$ 1,9619/litro, aumento de 2,22% frente à semana anterior. Segundo colaboradores do Cepea, como muitos compradores já haviam adquirido boas quantidades de combustível na primeira semana de outubro, a demanda esteve um pouco menor na semana passada. Ainda assim, o volume de etanol negociado no período foi expressivo. Do lado das usinas, algumas tiveram necessidade de venda para liberar espaço nos tanques, mas ofertaram o etanol a preços firmes. 

FONTE: Notícias Agrícolas 16/10/2018

Fim da safra da cana gera alta no preço do etanol em postos de combustíveis de Campinas

O preço do litro do etanol nas bombas de combustíveis de postos de Campinas (SP) está até R$ 0,12 mais caro nesta semana. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o aumento tem relação com a proximidade do término da safra da cana-de-açúcar em algumas usinas no estado de São Paulo e com a sequência de vendas aquecidas nos postos.

O levantamento foi feito em dez postos da cidade pela produção da EPTV, afiliada da TV Globo, e mais da metade apresentou alta. Em um deles, a reportagem apurou a cobrança de R$ 2,837 pelo litro do álcool, e que a tendência de aumento deve se manter nos próximos dias. Há postos na cidade que já cobram R$ 2,99.

O estudo semanal do Cepea/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), com sede em Piracicaba (SP), aponta alta no preço pago ao produtor de etanol hidratado, tipo utilizado no abastecimento de veículos. O indicador subiu R$ 0,16 por litro no acumulado das últimas quatro semanas, o equivalente a 9,44%, segundo a instituição.

Colaboradores do Centro afirmam que muitos compradores adquiriram boas quantidades de combustível na primeira semana de outubro, o que resultou numa demanda menor na última semana.

Quando compensa?

Para saber quando compensa abastecer com etanol ou gasolina, para os carros flex, o motorista pode fazer uma conta simples. O preço do litro do álcool deve corresponder a até 70% do valor cobrado pelo litro da gasolina.

Ou seja, deve ser ao menos 30% mais barato, já que o etanol rende menos do que a gasolina nos veículos.

FONTE: UDOP 19/10/2018 

Relação etanol/gasolina cai em SP a menor nível na 2ª semana desde 2008, diz Fipe

A relação entre os preços do etanol e da gasolina desacelerou na segunda semana de outubro, conforme a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Essa equivalência atingiu 61,15% no período, ante 61,49% na primeira semana do mês. O resultado está no nível mais baixo para o período desde 2008 (54,41%).

“Desde 2008, essa diferença não é tão favorável ao etanol, mas isso reflete o aumento nos preços da gasolina recentemente por causa da depreciação cambial”, afirma o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, Guilherme Moreira, acrescentando que a tendência é de que o etanol continue subindo em razão da proximidade do fim da safra de cana-de-açúcar.

Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder do combustível fóssil. Com a relação entre 70% e 70,5%, a utilização de gasolina ou etanol é considerada indiferente.

Nesta quarta-feira, 17, com base no levantamento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da segunda quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados no último dia 15), a Fipe informou que a gasolina desacelerou o ritmo de alta de 5,09% para 4,11% na segunda leitura do mês, enquanto a taxa do etanol arrefeceu de 8,87% para 8,03%.

O grupo Transportes, por sua vez, passou de 1,04% para 0,91% na segunda medição de outubro. No período o IPC atingiu 0,52% (ante 0,43%).

FONTE: Estadão 18/10/2018