segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Juiz decide que venda direta de etanol a postos é válida

A medida mantém uma tutela antecipada concedida em junho pelo próprio magistrado, decisão liminar que foi suspensa em seguida após pedido da Agência Nacional de Petróleo

O juiz da 10ª Vara Federal de Pernambuco Edvaldo Batista da Silva Júnior, julgou procedente o pedido de usinas para que comercializem etanol hidratado diretamente aos postos de combustíveis sem a necessidade da intermediação de distribuidoras. A medida mantém uma tutela antecipada concedida em 26 de junho pelo próprio magistrado, decisão liminar que foi suspensa em seguida após pedido da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável pela fiscalização do setor.

A sentença foi concedida no processo de recurso pelos sindicatos representantes do setor sucroalcooleiro de Pernambuco, Alagoas e Sergipe e pela Cooperativa do Agronegócio dos Associados da Associação dos Fornecedores de Cana-de-Açúcar (Coaf) contra a União e a ANP.

A proposta dividiu os produtores de etanol, pois representantes do setor no Centro-Sul do Brasil são contrários à venda direta. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) chegou a solicitar o ingresso no processo como parte interessada, pedido que foi negado.

“Qual é a lógica de se obrigar que esse combustível dê voltas e voltas para chegar ao seu último local de venda ao consumidor, no caso o posto em que abastece o seu veículo? Que mal a venda direta poderá causar ao setor de combustíveis? Em que afetará a sua fiscalização sob o encargo dos agentes da ANP?”, indagou o juiz em sentença. Segundo ele, assim como a ANP, as distribuidoras são fiscalizadas e isso pode ocorrer com produtores e os postos de revenda.

O presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar) e vice-presidente do Fórum Nacional do Setor Sucroenergético, Renato Cunha, afirmou que a decisão consagra os princípios da livre concorrência, é emblemática e histórica.

De acordo com o executivo, produtores de etanol de Pernambuco terão reuniões nesta quinta-feira, 25, na Secretaria da Fazenda daquele estado para poder ajustar e ter conhecimento das tabelas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aplicadas ao etanol hidratado.

A ANP informou que não vai comentar a decisão de mérito em primeira instância.

FONTE: Canal Rural - 25/10/2018

sábado, 20 de outubro de 2018

Dólar futuro aprofunda alta ante real após notícia de saída de Ilan no fim do ano

O dólar interrompeu uma sequência de três quedas e terminou a quinta-feira com a primeira alta ante o real nesta semana, num movimento de correção parcial à forte queda recente, influenciado pelo cenário externo de maior aversão ao risco.

O dólar avançou 1,16 por cento, a 3,7250 reais na venda, na terceira alta registrada desde o primeiro turno das eleições no dia 7 de outubro. Na véspera, a moeda norte-americana fechou no menor valor em quase cinco meses, a 3,6822 reais. No mês até a véspera, a moeda acumulava queda de 8,79 por cento.

Na mínima desta sessão, a moeda foi a 3,6734 reais e, na máxima, a 3,7325 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,90 por cento.

"A tendência [da cotação do dólar] segue sendo de baixa, com a eleição como catalisador. Naturalmente sempre fica algum hedge montado para qualquer efeito surpresa", ponderou o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

Na véspera, fluxo de recursos ajudou o dólar a furar o piso de 3,70 reais, mas operadores avaliaram que transpor 3,65 reais, considerado outro suporte forte, será um pouco mais difícil.

A percepção é de que um patamar mais baixo para o dólar daqui para a frente será alcançado com o andamento de uma agenda reformista no governo.

Para o mercado, o candidato a presidente com mais chances de implementar essa agenda seria Jair Bolsonaro (PSL), devido principalmente à sua escolha de Paulo Guedes como principal assessor econômico.

Nesta noite, outra pesquisa Datafolha será divulgada e o mercado quer saber se a ampla vantagem de Bolsonaro para Fernando Haddad (PT) mostrada nos últimos levantamentos vai se manter.

"Por mais que a vantagem de Bolsonaro siga confortável, investidores devem ajustar portfólios a cada novo estudo. Mas na prática os movimentos já começam a refletir expectativas com políticas futuras do iminente governo do PSL, com foco nos temas privatização e ajuste fiscal", acrescentou Alessie Machado.

No exterior, o dólar subia ante a cesta de moedas, e ante a maioria das divisas emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 5,005 bilhões de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

A notícia de que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, estaria se preparando para deixar a instituição até o final do ano acabou pressionando o dólar nos minutos finais da sessão.

A moeda norte-americana aprofundou a alta com que já trabalhava desde mais cedo e terminou acima de 1 por cento de valorização no mercado à vista, movimento que se estendeu pontualmente no dólar futuro, que continua sendo negociado após o pregão.

A notícia, veiculada pela Bloomberg, pegou alguns investidores de surpresa, sobretudo pelo 'timing' em que ocorreu, no meio de um processo eleitoral bastante polarizado.

"Achei ruim pelo momento, traz um ruído desnecessário", comentou um profissional da mesa de derivativos de uma instituição local.

Ilan Goldfajn goza de muita credibilidade junto ao mercado financeiro, depois de uma gestão que conseguiu conter a alta da inflação e ancorar as expectativas dos agentes, até o momento.

"Ele está fazendo uma ótima presidência no BC e é claro que o mercado gostaria que ele ficasse. Mas o mercado tem confiança no Paulo Guedes, acho que foi um susto inicial", acrescentou o diretor de operações da Mirae, Pablo Spyer.

Assessor econômico do candidato Jair Bolsonaro (PSL) --que lidera a disputa à Presidência da República--, Paulo Guedes é o principal responsável pelo apoio que o ex-capitão tem recebido do mercado financeiro. Liberal, ele é responsável pelas propostas que passam pelo ajuste do estado e reformas fiscais.

"Sem ele no BC, um dos sonhos não vai acontecer... o novo governo ficar com Ilan e toda a diretoria, mesmo que num prazo combinado", acrescentou o economista do banco Fator José Francisco de Lima Gonçalves.

FONTE: Reuters 18/10/2018

Analistas prevêem preços do petróleo para 2022

Analistas da Fitch Solutions prevêem que o preço do Brent Crude Oil será em média US $ 91 por barril em 2022, revelou um novo relatório.

O Brent está previsto pelos analistas da Fitch Solutions em média US $ 75 por barril este ano, US $ 82 por barril no ano que vem, US $ 85 por barril em 2020 e US $ 89 por barril em 2021, segundo o relatório, enviado à Rigzone.

Estas previsões foram notavelmente superiores ao consenso Bloomberg para o Brent, que prevê que a commodity atinja em média US $ 73,6 por barril em 2018, US $ 75,3 por barril em 2019, US $ 72 por barril em 2020, US $ 70 por barril em 2021 e US $ 66,2 por barril em 2022.

Analistas da Fitch Solutions estimam que o preço médio do WTI atingirá US $ 68 por barril este ano, US $ 75 por barril no próximo ano, US $ 81 por barril em 2020, US $ 85 por barril em 2021 e US $ 87 por barril em 2022.

O consenso da Bloomberg para WTI prevê que a commodity atinja a média de US $ 68 por barril em 2018, US $ 68,9 por barril em 2019, US $ 65,4 por barril em 2020, US $ 63,5 por barril em 2021 e US $ 62,3 por barril em 2022.

“A perspectiva sobre o Brent é amplamente otimista, impulsionada pelas crescentes restrições do lado da oferta. A perda de exportações do Irã, os baixos estoques, a capacidade ociosa limitada e o contínuo investimento insuficiente no setor farão com que o mercado entre em déficit a partir de 2019 ”, disseram analistas da Fitch Solutions no relatório.

“Dito isso, notamos os riscos crescentes para a demanda, à medida que os mercados emergentes começam a sentir a dor de um dólar mais forte, liquidez mais apertada, preços mais altos do petróleo e aumento do protecionismo”, acrescentaram os analistas.

No relatório, a Fitch Solutions disse que os Estados Unidos serão o mercado de crescimento dominante em relação a 2019 e 2020, “adicionando cerca de o dobro do número de barris que a Arábia Saudita”, de acordo com seus dados.

“Vários gargalos surgiram na bacia Permiana este ano. Em especial, a capacidade insuficiente de retirada colocou uma pressão descendente sustentada nos diferenciais regionais de preços, limitando o investimento e a produção. No entanto, expansões rápidas de dutos irão eliminar esse gargalo do segundo trimestre de 2012 ”, disseram os analistas da Fitch Solutions.

A Fitch Solutions também afirmou que, no papel, a Arábia Saudita tem capacidade suficiente para manter o mercado em equilíbrio.

“Os custos envolvidos em trazer sua capacidade total on-line, no entanto, provavelmente superariam os benefícios, não apenas devido às altas exigências de capital e às perspectivas incertas de demanda”, disseram os analistas.

FONTE: O Petróleo 18/10/2018

Dedini entra no mercado de equipamentos de etanol de milho

A destilaria vai ajudar o Brasil a atender às metas de produção da Política Nacional de Biocombustíveis.

A Dedini S/A Indústrias de Base lançou, durante o Agtech Valley Summit, atividade inserida no Esalqshow, em Piracicaba, a Destilaria Modular para a Fabricação de Etanol de Milho e Ração Animal. Com projeção de receitas de 90% a 150% maiores por hectare por causa dos produtos, em relação à venda apenas do milho, a destilaria também vai ajudar o Brasil a atender às metas de produção da RenovaBio, a Política Nacional de Biocombustíveis.

Tradicional no mercado de construção de usinas para a produção de etanol de cana-de-açúcar, a Dedini desenvolveu esse projeto inovador nos últimos três anos, segundo o engenheiro de projetos industriais Marcilio Nogueira do Amaral Gurgel, coordenador do trabalho.

“As receitas das vendas de etanol e da ração, chamada DDGS, produzidos por essa usina, agregam valor à cultura, podem render até três vezes mais para os produtores do que a venda do milho, por conta da eliminação dos custos logísticos e da redução dos custos operacionais. Se a opção for utilizar o Ddgs no confinamento na propriedade, as vendas de etanol e de carne poderão gerar receitas de quatro a cinco vezes maiores do que a venda do milho, conceito de economia circular para produtos sustentáveis”, relata o engenheiro.

Apesar de oficialmente apresentada no evento da Esalq, a destilaria já chegou ao mercado. A Dedini tem encomendas para três unidades com capacidade de produção de 30 mil litros de etanol de milho por dia, feitas para produtores de milho do Mato Grosso, e começa a construir as unidades em um mês, com prazo de entrega das plantas completas e funcionando em oito meses, inclusive com equipe operacional treinada.

Foi a ociosidade das usinas brasileiras na entressafra que inspirou o engenheiro a procurar uma opção para a produção do biocombustível, usando outra matéria-prima. Antes de chegar ao milho, Amaral Gurgel testou beterraba e sorgo sacarino.

Mas foi um convite do governo de Mato Grosso para uma caravana do milho, com visitas a cooperativas, sindicatos rurais, produtores e culturas, e as projeções de produção do produto naquele Estado, que definiram as bases do projeto. Muitas horas de pesquisa e viagens, para conhecer o que estava sendo feito em outras partes do mundo, foram necessárias.

Vantagens

As vantagens em termos de custo e produção estão diretamente ligadas à região produtora. “Mato Grosso responde por aproximadamente 25% de todo o milho produzido no Brasil, só 17% desse milho é consumido no Estado, 61% é exportado, e o restante é consumido no Brasil. Junto com Mato Grosso do Sul, que produz 10% do milho do país, e Goiás, responsável por 11%, temos a região Centro Oeste como ideal para a implantação dessas destilarias”, afirma Marcílio Gurgel.

A redução do custo da produção depende dessa proximidade com regiões produtoras, o que evitará gastos com o frete. Além disso, o engenheiro destaca a chamada verticalização da produção, ou seja, a integração dessa destilaria modular de etanol de milho ao confinamento de gado, com a utilização do DDGS.

“O resultado prático é que se agrega valor à produção de milho com o etanol, a ração, a engorda de animais e o comércio de carne. A soma de todos os elementos significa geração de empregos, impostos e riqueza para uma região importante do ponto de vista do agronegócio”, diz.

As receitas das vendas de etanol e do DDGS podem render 90% mais por hectare para os produtores do que simplesmente venderem o milho.

Segundo último estudo de uma série sobre o potencial de Mato Grosso e a verticalização da produção, feita pelo Rabobank (banco especializado em agronegócio), se a opção for usar o DDGS em confinamento na própria fazenda, as vendas do etanol e da carne poderão gerar receitas até 150% maiores, por hectare, do que a venda do milho.

Conforme Marcílio Amaral Gurgel, em 2 mil hectares de milho cultivado é possível produzir 15 mil litros de etanol e 11 toneladas de ração por dia, um volume que permite o confinamento de até 5.000 cabeças de gado.

E o uso do milho oferece outra vantagem, de acordo com o engenheiro: pode ser processado o ano todo, 24 horas por dia, sem entressafra. E a matéria-prima pode ser comprada de outros produtores instalados na região, garantindo produção ininterrupta.

Como a destilaria é modular, sua capacidade de produção pode ser aumentada gradativamente: de 15 mil para 30 mil, 60 mil, 90 mil, 120 mil litros. Além disso, a destilaria é compacta. A que tem capacidade de produção de 30 mil litros por dia precisa de 15 mil metros quadrados para ser instalada (um hectare e meio). A destilaria é totalmente sustentável. A partir de 60 mil litros por dia, o resultado é zero de resíduo, com reuso da água.

O custo de produção do etanol em relação a uma usina que usa cana-de-açúcar é de 15% a 20% menor. O uso de mão de obra também é menor e a matéria-prima pode ficar armazenada na propriedade. Marcílio calcula de dois a três anos para o retorno do capital investido na destilaria.

“Fecha esse ciclo virtuoso de vantagens a produtividade. Uma tonelada de cana resulta em 80 a 90 litros de etanol. E uma tonelada de milho resulta em 400 litros de etanol e 280 quilos de ração, uma diferença brutal em termos de custo-benefício”, calcula Amaral Gurgel.

FONTE: Brasil Agro 15/10/2018

Estoque de etanol do país começa outubro 29% maior na comparação anual, diz FCSTone

Os estoques de etanol do Brasil estavam 29 por cento maiores em 1º de outubro, com cerca de 11 bilhões de litros, na comparação com o mesmo período do ano passado, diante de uma forte produção no centro-sul, principal região produtora do país, disse nesta quarta-feira o analista João Paulo Botelho, da INTL FCStone, com base em dados do Ministério da Agricultura.

Conforme ele, o incremento é da ordem de mais de 2,4 bilhões de litros entre um ano e outro.

FONTE: Reuters 17/10/2018