segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Preço médio da gasolina cai 1,08% nos postos; etanol e diesel também recuam

O preço médio da gasolina nos postos no Brasil teve queda de 1,08 por cento nesta semana, para 4,658 reais por litro, mostraram dados publicados nesta sexta-feira pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O recuo aconteceu após a Petrobras realizar cortes importantes no preço da gasolina nas suas refinarias nas últimas semanas. Apenas em novembro, o recuo acumulado da gasolina anunciado pela Petrobras já somou 10,14 por cento.

Nesta sexta-feira, a empresa anunciou novo recuo nos preço em suas refinarias, para o menor patamar desde o começo de abril.

O repasse dos reajustes da Petrobras em seus combustíveis aos consumidores depende de distribuidores, revendedores, impostos, além da mistura de biocombustíveis no produto final vendido nos postos, dentre outras questões.

O etanol hidratado, concorrente da gasolina nas bombas, teve média de 2,951 reais por litro nesta semana, queda de 0,8 por cento ante a semana anterior, mostraram os dados da ANP.

O preço médio do diesel, combustível mais consumido do Brasil, atingiu 3,685 reais por litro, queda de 0,91 por cento na comparação com o período anterior.

A queda do diesel também foi pequena em comparação ao corte feito pela Petrobras em suas refinarias de 10,1 por cento no preço médio do diesel, para o período entre 30 de outubro e 28 de novembro, ante o mês anterior, devido a ajuste mensal do programa de subsídio ao combustível.

Com o programa, lançado em junho, como resposta à greve histórica de caminhoneiros, a petroleira deve praticar o preço do diesel dentro de limite máximo estabelecido pelo governo, contando com ressarcimento federal de até 30 centavos por litro. O preço de referência é ajustado a cada mês.

FONTE: Reuters 10/11/2018

Deputados defendem venda direta de etanol aos postos de combustíveis

Em audiência, o representante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Ricardo de Castro, disse que a venda direta poderia melhorar a concorrência no setor. Mas as distribuidoras não concordam

Em audiência pública promovida pela Comissão de Defesa do Consumidor, a venda direta de etanol aos postos de combustíveis voltou a ser a principal preocupação entre os parlamentares da Câmara dos Deputados.

Em audiência, o representante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Ricardo de Castro, disse que a venda direta poderia melhorar a concorrência no setor. Mas as distribuidoras não concordam. Leonardo Gadotti Filho, da Associação Nacional de Distribuidoras (Plural), alertou que, com a estrutura tributária que existe hoje no país, a venda direta pode aumentar a sonegação de impostos.

“Combustível, para todos os estados da federação, é o primeiro item de arrecadação. Nós estaremos mexendo nisso se não garantirmos que todos esses impostos vão ser pagos. Nós temos no Brasil, hoje, mais ou menos R$ 60 bilhões inscritos na dívida ativa – ou seja, sonegação de combustíveis”, afirmou Gadotti.

Divergência entre produtores

Representantes da indústria de cana de açúcar do Nordeste defenderam a venda direta e afirmaram que a questão tributária pode sofrer uma adequação para garantir que não haja prejuízos financeiros aos estados. Renato Cunha, presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco, enumerou as vantagens da negociação direta entre produtores e postos.

“Nós teremos uma agilidade maior, uma eficiência logística maior, uma diminuição de estocagem não remunerada muito maior e, sem dúvida alguma, onde formos competentes, nós iremos levar um produto ao consumidor.”

Já os produtores da região Centro-Sul, representados pela União da Indústria de Cana de Açúcar (Única), têm posicionamento diferente. A diretora-presidente da entidade, Elizabeth Farina, argumenta que o ônus da mudança não está sendo levado em conta e que os custos de distribuição não vão desaparecer com a venda direta. Ela acrescenta que a vantagem no preço final do combustível será pequena.

“Nós vamos fazer toda essa mudança para o consumidor na ponta ter 8 centavos de redução se tudo isso de fato for passado para frente na cadeia produtiva? Então me parece que o benefício que está se almejando está sendo superestimado”, afirmou.

O deputado João Fernando Coutinho (Pros-PE), que sugeriu a audiência pública, lembra que as propostas de mudança não excluem as distribuidoras da cadeia produtiva do etanol e que a venda direta seria opcional. O parlamentar defende a diminuição das despesas com combustível no orçamento do cidadão.

“Qualquer redução desse custo certamente vai beneficiar o consumidor. Um custo de 8, de 10, de 15 centavos, qualquer redução é benéfica ao cidadão brasileiro”

Propostas

Há várias propostas em tramitação na Câmara dos Deputados para mudar uma resolução da Agência Nacional do Petróleo e alterar a lei 9.478/97 que estabelece a Política Energética Nacional com o objetivo de permitir que os produtores de etanol possam vender o combustível diretamente aos postos, sem a intermediação das empresas distribuidoras.

Depois da exposição dos convidados da audiência pública, a maioria dos deputados se declarou favorável à venda direta do etanol. Os parlamentares querem que o projeto de decreto legislativo  seja levado ao plenário da Câmara ainda neste ano.

FONTE: Folha 09/11/2018

domingo, 4 de novembro de 2018

Programa de subvenção à comercialização ao óleo diesel 3ª fase – 4º período (30/10/2018 a 28/11/2018)

A tabela abaixo apresenta os novos valores dos Preços de Referência (PR) para o dia 30/10/2018, calculados segundo metodologia definida na Resolução ANP nº 743/2018, acrescidos da parcela fixa (Zt) de R$ 0,0404/litro, publicada no Despacho Diretoria ANP nº 1.206/2018, bem como os Preços de Comercialização (PC), resultantes da subtração de R$ 0,30/litro dos Preços de Referência do primeiro dia do período de apuração, como determinado pelo inciso II do Art. 3º do Decreto nº 9.454/2018.

(Em R$/litro) 
Norte (-TO) 
Nordeste (+TO) 
Centro-Oeste 
Sudeste 
Sul 
PR + Zt em 30/10/2018  
2,3510
2,3780 
2,5340 
2,4523 
2,4359 
PC 4º período da 3ª fase
(30/10/18 a 28/11/2018)
2,0510 
2,0780 
2,2340 
2,1523 
2,1359 

Esses preços estarão vigentes para o período de apuração de 30 de outubro a 28 de novembro de 2018, nos termos do inciso IV do Art. 2º do Decreto n° 9.454 de 2018.

Na tabela a seguir, são apresentados os preços de comercialização vigentes no 3º período da 3ª fase, os preços de comercialização vigentes no 4º período da 3ª fase  e as diferenças entre os dois.

(Em R$/litro) 
Norte (-TO) 
Nordeste (+TO) 
Centro-Oeste 
Sudeste 
Sul 
PC 3º período 3ª fase (30/9/18 - 29/10/2018) 
2,2897 
2,3203 
2,4719
2,3902
2,3737
PC 4º período 3ª fase (30/10/18 a 28/11/2018) 
2,0510 
2,0780 
2,2340
2,1523 
2,1359
Diferença 
-0,2387 
-0,2423 
-0,2379
-0,2379
-0,2378
Diferença (%) 
-10,42% 
-10,44%
-9,62%
-9,95%
-10,02%

FONTE: ANP 29/10/2018

Aumento do biodiesel no diesel pode causar impactos positivos e negativos

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, por unanimidade, na última segunda-feira (29), a implementação gradual da fase 15 do biodiesel.

Na opinião de Plinio Nastari, presidente da consultoria Datagro, que representa a sociedade civil no conselho, a decisão é muito importante “porque o Brasil ainda é um grande importador de diesel”.

“O biodiesel é um combustível limpo, que reduz emissão de material particulado, promove o desenvolvimento, além de reduzir drasticamente a importação de diesel”, pontuou.

De acordo com Nastari, o CNPE aprovou um cronograma para implementação gradual do B15 até 2023.

“Está pendente ainda a conclusão dos testes para verificar a viabilidade técnica do aumento da mistura de 10 para 15%, e esses testes devem terminar até 1º de março de 2019”, disse.

Se os ensaios derem certo, segundo Nastari, “e ficar comprovada a viabilidade técnica para a ampliação”, a partir de 1º de junho de 2019 a mistura seria levada para 11%; para 12% em 1º de março de 2020 (12); 13% em 1º de março de 2021; 14% em 1º de março de 2022; e, finalmente, 15% em 1º de março de 2023.

“Esse cronograma de implementação é muito importante porque vai permitir continuidade no esmagamento de soja, na produção de farelo, de óleo de soja, na utilização de outras oleaginosas e sebo bovino para a produção de biodiesel”, elencou.

Do ponto de vista da revenda, a decisão pode impactar ainda mais na qualidade do diesel. “Ainda não foram sanados os problemas de qualidade em função da mistura do biodiesel no diesel.  O biodiesel é um produto higroscópico, que capta a umidade do ar e é sujeito a alterações climáticas, mesmo com a redução do teor de água do produto que sai das usinas, determinado pela ANP. Tememos que os efeitos do aumento do  produto cause problemas com a qualidade no diesel, trazendo prejuízos ao consumidor, que sempre são suportados pelos postos revendedores”, destacou Paulo Miranda Soares, presidente da Fecombustíveis.

No último boletim de qualidade da ANP, publicado em setembro, 40% do total de amostras de diesel registraram não conformidades em relação ao teor de biodiesel, sendo a principal motivação entre as amostras desconformes. Em relação ao índice de conformidades de setembro, o diesel registrou 95%, nível de qualidade inferior aos demais combustíveis nacionais, que apresentaram 98,4% (gasolina) e 97,5% (etanol).

FONTE: Ascom Fecombustíveis 01/11/2018

Alta do frete deve impactar em R$ 890 milhões a soja de MS

Alta no custo da logística da soja poderá chegar a R$ 890 milhões neste ano em Mato Grosso do Sul

A alta no custo da logística da soja poderá chegar a R$ 890 milhões neste ano em Mato Grosso do Sul. No País, este montante é estimado em R$ 13,8 bilhões. Os dados são de estudo do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-Log USP). Além do tabelamento de preços mínimos estabelecido pelo governo após a paralisação dos caminhoneiros no fim de maio, a falta de vias alternativas para o escoamento de produção tornou os custos de logística da soja brasileira uns dos mais caros no mundo.

Com a dependência quase total do frete rodoviário, os produtores do Brasil e de Mato Grosso do Sul veem-se obrigados a arcar com custos cada vez maiores em rodovias, em sua maioria, com estrutura precária. “O Brasil é um dos países com maior produtividade de soja por hectare, mas o grande entrave é a questão da infraestrutura, que representa 30% dos custos de produção”, explica o consultor de empresas e especialista em mercado exterior Aldo Barrigosse. “O preço médio de tonelada de soja brasileira, hoje, está girando em torno US$ 500 [em torno de R$ 1.843,60]. Desse valor, cerca de 30% [US$ 150, aproximadamente R$ 553,08] fica na cadeia produtiva na parte de infraestrutura, isto é, transporte rodoviário interno, dentro do Brasil. Enquanto isso, nos Estados Unidos, esse custo fica em torno de US$ 30 [por volta de R$ 110,61], cerca de 5% do custo total”.

Segundo o especialista, por esse motivo, os produtores norte-americanos costumam obter lucros superiores aos brasileiros, mesmo com uma produtividade menor. “Nos Estados Unidos, a produção é transportada por caminhão, depois por trem e depois vai pelo rio até o porto. Aqui, tudo depende inteiramente das rodovias, dos caminhões. Falta investimento nessa multimodalidade. É preciso usar o frete ferroviário e fluvial, para que se possa diminuir o valor da tonelada”.

Para a analista-chefe de grãos da Rural Business, Tânia Tozzi, o custo de logística pago pelos produtores brasileiros é, de fato, “exorbitante”, e o tabelamento do frete, imposto pelo governo, vem prejudicando ainda mais o setor. “O custo operacional logístico do Brasil joga uma âncora no agronegócio. Temos uma infraestrutura precária para um país de tamanho continental”, afirma. “A lucratividade fica, cada dia mais, achatada e automaticamente não se consegue mais investir na lavoura. A produtividade média cai e o custo aumenta, é um ciclo vicioso”, complementa.

PLANO DE GOVERNO

Diante da evidente necessidade de investimento em infraestrutura no Brasil e em Mato Grosso do Sul, a reportagem do Correio do Estado conferiu quais as propostas dos dois candidatos a governador de MS para a questão logística do Estado.

O plano do candidato Reinaldo Azambuja (PSDB) fala em “ampliar o uso da hidrovia do Rio Paraguai, modernizando e ampliando a estrutura portuária”, além de “promover a implantação da Rota Bioceânica rodoviária com a construção da ponte sobre o Rio Paraguai” e a “implantação de novos equipamentos de logística, como portos, aeroportos e outros”. Já em relação à malha ferroviária do Estado, Azambuja propõe “apoiar a recuperação e manutenção da operação da Ferroeste com a implantação da Ferrovia Transamericana”.

O programa ainda propõe “a pavimentação e a manutenção das rodovias estaduais e o aumento da conectividade entre as diversas regiões”, apesar de não citar, de maneira mais específica, como e com quais recursos pretende realizar esses investimentos.

Já o plano do candidato juiz Odilon (PDT) é mais sucinto e cita o “desenvolvimento e a implantação da Rota Internacional Latino-Americana (Rila)” como um potencial a ser explorado. Também fala em “direcionar esforços políticos e econômicos para a captação de investimentos que ampliem e modernizem as malhas ferroviárias e hidroviárias”, além de recursos para “melhorar as condições das rodovias que cortam o Estado”. Por fim, o programa de Odilon também fala em “ampliar a capacidade dos portos, em parceria com o setor privado, e cobrar a aplicação dos recursos destinados às melhorias hidroviárias nos rios Paraná e Paraguai”, esclarecendo que esses recursos estão previstos no Orçamento Geral da União.

A analista Tânia Tozzi reforça a urgência do governo, seja quem for eleito – tanto na esfera estadual quanto federal –, em atuar de forma a ampliar as possibilidades logísticas do Estado e do País. “O ideal é que exista um projeto estrutural [para todo o Brasil]. Se não houver planejamento ligando todos os setores de produção, vamos continuar fazendo as coisas sem nenhum plano estratégico, e o resultado disso no bolso do produtor rural é terrível”, finaliza.

FONTE: Agrolink 01/11/2018