segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Porto de Paranaguá já supera exportação anual de soja, farelo, trigo e óleo vegetal

Dois meses antes do fim do ano, o Porto de Paranaguá já bateu o recorde histórico anual de exportação de soja, farelo, trigo e óleo vegetal. Desde janeiro até outubro, o porto exportou 19,2 milhões de toneladas destes produtos. A quantidade é 13% maior que o alcançado em todo o ano passado, quando foram 17 milhões de toneladas.

O diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, Lourenço Fregonese, atribui os resultados ao aumento da capacidade de escoamento pelo porto paranaense, aliado a produtividade do campo.

“Nos últimos anos investimos mais de R$ 940 milhões no repotenciamento e na modernização da estrutura física do Porto de Paranaguá. As ações incluíram a troca dos carregadores de navios por equipamentos maiores e com maior capacidade de escoamento de grãos, a construção de novos portões de acesso, instalação de novas balanças e correias transportadoras, além de mudanças no cais, que foi remodelado e dragado”, conta.

Outra preocupação foi desafogar as estradas e vias de acesso ao porto, acabando com as filas de caminhões e aumentando a segurança da comunidade. “Além do sistema Carga Online, que organizou a descarga no Pátio de Triagem, estamos investindo em obras importantes para os moradores, como a Recuperação da avenida Bento Rocha e o novo viaduto na entrada da cidade”, completa ele.

Farelo, trigo e óleos vegetais: A movimentação de farelo já é 7% maior que o registrado no ano anterior. Foram 4,8 milhões de toneladas exportadas em 2018, contra 4,5 milhões em 2017.

A exportação de trigo supera em 28% o acumulado do ano passado, com 216.787 toneladas entre janeiro e outubro de 2018.

Na movimentação de óleos vegetais o aumento foi de 9%, passando de 935.611 toneladas para pouco mais de 1 milhão de toneladas.

Outros produtos – Considerando todos os produtos, o Porto de Paranaguá já alcançou 86% da movimentação de 2017, que foi a maior da história do terminal paranaense. O acumulado em 2018 soma 44,4 milhões de toneladas, enquanto o ano passado registrou 51,5 milhões.

Para o diretor de operações da Appa, Luiz Teixeira, dois fatores devem ter impacto nos números deste ano: a greve dos caminhoneiros, em maio, e o grande volume de chuvas, principalmente em outubro.

“No período de greve deixaram de ser movimentadas 648 mil toneladas de produtos, incluindo líquidos, cargas gerais, grãos, fertilizantes e outros”, revela.

Em outubro, 16 dias de chuva paralisaram principalmente o carregamento de grãos e a descarga de fertilizantes. “O porto não carrega grãos e farelo com chuvas e nem descarrega fertilizantes. Não podemos ter risco do grão ficar úmido, pois fermenta e estraga. Acontece no mundo todo, é uma questão que foge do nosso controle”, explica.

FONTE: Portos e Marcados 13/11/2018

Decisão que flexibiliza acordo entre Brasil e Chile reduzirá burocracia e custos do frete marítimo, avalia CNI

Medida é um primeiro passo para a redução da reserva de carga. No entanto, somente a suspensão definitiva do acordo Brasil-Chile, marcada para 2020, resolverá o problema de custos e qualidade do serviço

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia como positiva a decisão da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) de autorizar o embarque para automóveis e carga geral não conteinerizada por um período de um ano, e não mais para cada embarque. A resolução, que atende a pedido da Câmara de Comércio Exterior do governo federal (CAMEX), retira a exclusividade de navios com bandeiras brasileira e chilena, o que beneficiará 10% das cargas do comércio bilateral.

Para a CNI, a medida reduzirá a burocracia e custos, e melhorará a prestação do serviço para as empresas exportadoras. Atualmente, 26 empresas dependem da autorização especial (waiver) a cada embarque.

A decisão da Antaq, no entanto, não torna o tráfego bilateral livre de reserva de mercado. Somente a suspensão definitiva do acordo marítimo Brasil-Chile resolverá o problema dos custos e da qualidade de serviço nas operações entre os países. A medida anunciada na semana passada, porém, permite o aumento da competitividade no trecho e a atração de novas empresas para este mercado no período que antecede a data marcada para o fim do acordo Brasil-Chile, que é válido até janeiro de 2020.

No último dia 25 de julho, a CAMEX definiu que o acordo Brasil-Chile será encerrado em janeiro de 2020. Firmado há 42 anos, o acordo criou reserva de mercado no frete de contêineres e monopólio na rota entre os dois países. Apenas uma empresa de bandeira brasileira e outra de bandeira chilena podem operar na rota. Essa restrição causa prejuízo para mais de 5 mil empresas exportadoras e importadoras brasileiras.

Empresas que exportam para o Chile relatam que já verificaram melhorias nos serviços prestados e reduções no valor do frete, fatos que evidenciam os efeitos nocivos do duopólio e demonstram que o fim do acordo, em 2020, será benéfico para os exportadores.

FONTE: Sesi 14/11/2018

Base de cálculo do ICMS dos combustíveis aumenta

Maior aumento será no querosene de aviação, seguido de 8,7% no diesel e 7,4% no etanol

Sem alteração desde 1º de setembro, a pauta fiscal dos combustíveis volta a ter reajuste no dia 15 deste mês em Mato Grosso do Sul. De acordo com Ato Cotepe, do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), publicado ontem no Diário Oficial da União, os preços médios de referência dos produtos no mercado estadual podem ter alta de até 10,74%.

A maior variação é para o querosene de aviação, que estava com o valor em R$ 3,2263 e será reajustado para R$ 3,5743. Em seguida, vem o óleo diesel, com novo preço médio de referência estabelecido em R$ 3,7906, alta de 8,73% em relação ao que está em vigor (R$ 3,4862). O diesel S-10 ficará 7,88% mais caro e a média salta de R$ 3,5989 para R$ 3,8826. Em relação ao etanol, o valor de referência sai de R$ 3,1464 para R$ 3,3812 (+7,46%).

O Ato Cotepe também prevê que o valor do litro da gasolina comum, a ser utilizado como referência no mercado estadual, deverá ficar 4,64% mais caro, passando de R$ 4,3182 para R$ 4,5197. Já a gasolina aditivada terá aumento de 2,19%, com preço médio aumentando de R$ 5,9055 para R$ 6,0355.

Para o Gás Natural Veicular (GNV), o aumento estimado é de 4,85%, com preço passando de R$ 2,6244 para R$ 2,7519 o litro. O gás liquefeito de petróleo, popularmente conhecido como gás de cozinha, é o único combustível da pauta fiscal a apresentar redução a partir da segunda quinzena de novembro: o valor de referência cairá de R$ 5,5845 para R$ 5,5766 o quilo, recuo de -0,13%.

ICMS do diesel

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmou ontem, durante agenda pública em Campo Grande, que a redução de 17% para 12% na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o diesel não tem prazo de validade e permanecerá por tempo indeterminado. Ele também fez balanço sobre o impacto da medida nos postos e defendeu que haja conversa do Procon e do Ministério Público com os estabelecimentos para avaliar como o aumento de consumo pode trazer redução ainda maior dos preços nas bombas.

“Temos ainda os postos de combustível na rodovia, realmente fizeram uma redução e aumentaram o consumo, o que foi positivo; em postos urbanos, foi menor a redução, por isso cabe ao Procon, Ministério Público, ter uma conversa com as empresas. Se aumenta consumo amplia a perda de ICMS, vendendo mais arrecada mais, nossa proposta (é) manter a redução, chegando na bomba e aumentando o consumo de diesel para o próximo ano”, afirmou.

Na semana passada, durante coletiva à imprensa sobre o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o secretário adjunto de Fazenda, Cloves Silva, havia destacado que após a implementação da lei, foi possível constatar “diminuição no preço do diesel nas bombas dos postos de combustíveis. Antes, o preço estava acima dos R$ 4 e hoje está abaixo disso”, comentou.

De acordo com informações do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul (Sinpetro-MS), de janeiro a setembro deste ano houve aumento de 3,03% nas vendas de óleo diesel no Estado, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já em relação ao preço do combustível, o litro do diesel atualmente custa, em média, R$ 3,65 na Capital e R$ 3,75 no interior do Estado. No fim de maio e início de junho, o litro do diesel chegou a valer até R$ 4,15 em Campo Grande, com média de R$ 3,97 nos postos da cidade. A queda no preço médio é de 7,1%.

Ainda segundo o representante da Sefaz, “foi realmente detectado uma alta interna no consumo do diesel, mas que ainda não foi suficiente para recompor toda a receita que deixou de entrar com arrecadação (do ICMS)”. (Colaborou Aline Oliveira)

FONTE: Correio do Estado 13/11/2018

Produção de etanol de milho aumenta em MT com instalação de usinas perto de lavouras

Mato Grosso é o estado que mais produz o etanol de milho no país e a estimativa é que sejam produzidos 740 milhões de litros neste ano. O volume processado aumentou muito nos últimos anos. Em 2012, quando as usinas começaram a operar, eram produzidos 11 milhões de litros.

Quatro indústrias de biocombustível se instalaram no norte do estado nos últimos seis anos. A região Norte do estado está se transformando em um polo industrial do biocombustível, o que tem facilitado a venda do milho após a colheita.

Do total de milho produzido no estado, 5% são destinados à fabricação de etanol. Essa produção faz do estado o maior produtor nacional de biocombustível feito do cereal. O momento é do cultivo da soja, mas o que tem animado muitos produtores é o milho.

O agricultor Laércio Lenz, que tem uma propriedade em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, viu na fabricação do etanol de milho uma boa oportunidade de negócio. Ele vendeu mais de um milhão de toneladas do produto para uma usina.

O contrato é futuro: o milho vendido ainda vai demorar para ser plantado. "Hoje depois dessa queda do dólar, o milho abaixou de preço. Está em torno de R$ 19 em Sorriso, mas os níveis de comercialização futura foi na faixa de R$ 20, R$ 21, contou.

O cereal tem sido muito procurado para a fabricação de etanol. "A industrialização é um sonho de todo produtor aqui do norte do estado de Mato Grosso, em virtude da logística. A gente percebe as instalações de algumas usinas de etanol aqui. Em um raio de praticamente 150 quilômetros, vamos ter três usinas de grande porte aqui na nossa região. Isso é muito importante porque você com certeza abre mais mercado. Nós produtores vamos ter mais opção para vender o milho", avalia Laercio Lenz.

Parte do milho que sai das lavouras tem como destino as usinas. O cereal que geralmente é usado na alimentação humana e animal vira biocombustível.

Uma das usinas processa em média 18 mil toneladas do cereal por ano. O sócio-proprietário da empresa, Pedro de Moraes Filho, disse que o etanol é comercializado na região, por meio das distribuidoras de Sinop e Lucas do Rio Verde.

Para fazer o etanol, primeiro é feita a trituração do milho. Depois são adicionadas água e enzimas criando uma pasta, que é fervida nesses caldeirões. Por fim, o produto passa por processos de fermentação e destilação, separando o etanol de outros componentes.

O processo é bem mais demorado que o do etanol de cana de açúcar. "O etanol de milho precisa de 40 horas para ficar pronto, enquanto o etanol de cana precisa de 8 horas, disse o diretor executivo do Sindacool, Jorge dos Santos.

Outra indústria, a maior do estado, localizada em Lucas do Rio Verde, começou a operar há pouco mais de um ano.

Neste período, produziu 220 milhões de litros de etanol. No ano que vem, a produção deve dobrar já que a usina está em processo de ampliação.

"Com a duplicação, vamos para um 1,3 milhão e, com as novas fábricas, neste momento a gente tem contemplado a fábrica de Sorriso. Vamos adicionar mais 700 mil toneladas, então vai ser um total de 2 milhões de toneladas de milho por ano que vão ser transformadas em etanol", disse Rafael Abud, presidente da indústria.

O estado colheu na última safra mais de 27 milhões de toneladas do grão e 5% foram destinados para a produção do etanol. Quanto mais cresce a produção do biocombustível, mais os agricultores se sentem seguros na hora de vender a safra.

"Com toda a certeza, gera segurança, gera mais riqueza para toda a região e gera emprego também, porque emprego é riqueza também", afirmou.

FONTE: G1 11/11/2018

Venda de etanol atinge recorde na segunda quinzena de outubro

Crescimento se deve, mais uma vez, a manutenção da competitividade do biocombustível frente a gasolina

O volume de etanol hidratado comercializado no mercado interno pelas unidades do Centro-Sul somou 1,07 bilhão de litros na segunda quinzena de outubro, crescimento de 26,54% em relação ao mesmo período do ano anterior, de 849,48 milhões de litros. Esse volume representa um novo recorde de vendas do biocombustível no mercado doméstico em uma única quinzena.

No total do mês, as vendas de hidratado atingiram 2,02 bilhões de litros, registrando crescimento de 33,62% em relação ao volume observado em outubro de 2017, de 1,51 bilhão de litros.

Esse crescimento se deve, mais uma vez, a manutenção da competitividade do biocombustível frente a gasolina no mercado doméstico, a qual tem alavancado o aumento da participação do hidratado na demanda de combustíveis leves no país.

No caso do etanol anidro, o volume comercializado ao mercado doméstico na última metade de outubro atingiu 383,74 milhões de litros, montante inferior aos 443,80 milhões observados na mesma quinzena do último ano.

Em outubro, o volume de etanol vendido pelos produtores do Centro-Sul atingiu 2,89 bilhões de litros, sendo 154,11 milhões destinados ao mercado externo e 2,74 bilhões vendidos domesticamente.

FONTE: Canal Rural 14/11/2018

Fundamentos atuais já levam mercado a analisar menos etanol do que se previa em 19/20

O momento está exigindo muita atenção dos players brasileiros do setor sucroenergético. O que vinha demonstrando mais uma safra nova de cana, a 19/20, com um mix mais alcooleiro, pode acabar mudando. Não exatamente uma reversão. Mas ao menos um superávit de etanol menor e que não seria nada desprezível.

Na conjuntura nacional e internacional, quando se olha o dólar versus real, preço do petróleo em baixa, e produção mundial menor de açúcar, a situação começou a ficar mais embaralhada. “A hora é de muita sensibilidade para o mercado”, diz Martinho Ono, CEO da SCA Tranding.

A verdade é que se uma safra brasileira estivesse começando agora, a chave de produção estaria sendo virada.

A Organização Internacional do Açúcar (OIA) cortou bem a previsão de excedente global de açúcar, para 2,17 milhões de toneladas, depois do relatório anterior falar em 6,75 mi/t, enquanto também tirou pouco mais de 1 mi/t do superávit da temporada 17/18. Considera-se a safra 18/19 de Índia, Europa, Paquistão e Tailândia, enquanto no Brasil será a 19/20.

Enquanto isso, temos o petróleo hoje abaixo dos US$ 70. Dificilmente os países produtores consigam manter nessas cotações – Ono acredita que o barril vá no mínimo subir para US$ 70 -, tanto pelos seus custos quanto porque também o consumo aumenta no inverno do hemisfério norte. Mas é cedo para prever que volte ao patamar dos US$ 80. Há sempre o fator Donald Trump e sua guerra comercial podendo bagunçar tudo...

Ainda que a Petrobras esteja inibindo indiretamente as importações com a fixação na refinaria, a gasolina vem perdendo fôlego e nessas condições continuará perdendo, talvez menos se o Brent voltar a subir pouco mais. E tira competitividade do etanol.

Em combinação, o “dólar bolsonoro” flutuando na casa dos US$ 3,70 injeta combustível no petróleo mais barato chegando no Brasil.

Há uma régua apontando para mais cana brasileira o ano que vem para algo entre 560 e 570 mi/t, 10, 10 e pouco milhões de toneladas sobre o ciclo atual, em estágio terminal. Só por aí já haveria pouco mais de açúcar, além da expectativa sempre presente, até os últimos dias – frisa-se – de mais um futuro ano bom para o etanol.

Mas contando com a quebra do superávit global, Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, já cautelosamente entende uma possibilidade maior do adoçante sendo produzida, especialmente com Nova York (ICE Futures) acusando o março/19 a caminho ou acima dos 13 c/lp.  Alinhado ainda a manutenção do petróleo baixo.

Com as seguintes ressalvas: “Temos que ver uma mudança mais longa do intervalo anterior em US$ 75/80 o barril para o novo entre 65/70. Nisto dependem outros fatores claro, como geopolítica internacional (Trump, Rússia, Arábia Saudita), mas caso no novo intervalo US$ 65/70 se mantenha realmente retemos um mix menor para o etanol”.

Martinho Ono ainda aposta em uma base mínima de 27 mi/t de açúcar no Brasil em 19/20 e o etanol entre 29 e 30 bilhões de litros, mas concorda que a “sensibilidade” que ele está vendo junto ao mercado e seus clientes produtores olha a possibilidade de mudança, considerando quase todos os termos até aqui apontados acima.

Uma coisa é quase certa. Se o prêmio do etanol hidrado sobre o açúcar no físico começar a ficar muito encostado nos 15%, os produtores preferem oferecer mais o segundo, sempre um fator de segurança nessas horas diante do biocombustível que só da opção de negociar no spot (menos o anidro) e está sempre sujeito às interferências de políticas que mexam com a conjuntura.

Outra coisa também é certa: as fixações de açúcar que chegaram a 3 mi/t quando o teto de Nova York passou dos 14 c/lp ao final de outubro, com as notícias de quebra na Índia por praga (que ainda se coloca em dúvida seu tamanho), estão paradas e não apenas porque a commodity caiu bem depois de atingir aquela máxima.

Mas, como admite o CEO da SCA, o mercado está esperando para, se for o caso, fixar se e quando o açúcar começar a se mostrar mais vantajoso (e com sustentação) na tela de março da ICE, consolidando que a abertura da próxima safra, que poderia até ser antecipada para mais etanol (então em alta), vire mais para o adoçante do que se previa. Opinião com aval de Maurício Muruci.

Outra coisa também é mais do que certa: os outros podem ter quebra, mas o Brasil é o único que pode tirar do etanol para mais açúcar.

FONTE: Notícias Agrícolas 16/11/2018

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Petrobras eleva para mais de 90% participação no mercado de gasolina e de diesel

Fatia de mercado em vendas de gasolina subiu de 80% em janeiro para 91% em setembro. Já nas vendas de diesel, participação aumentou de 65% para 93%.

A Petrobras registrou aumento de participação nos mercados de diesel e gasolina do Brasil em setembro, atingindo o melhor patamar desde 2016, segundo apresentação da companhia sobre os resultados do 3º trimestre.

A Petrobras viu sua participação no mercado de diesel crescer 14 pontos percentuais desde a greve dos caminhoneiros, ocorrida na passagem de abril para maio deste ano. O chamado market share da companhia neste segmento saltou de 79% para 93% em setembro. Em janeiro, era de 65%.

O aumento da fatia no mercado de diesel da Petrobras está relacionado ao subsídio do governo federal ao combustível, de até 30 centavos por litro.

O preço mais baixo fez com que agentes privados parassem de importar diesel do exterior, garantindo à estatal aumentar sua participação.

No mercado de gasolina, o avanço foi menor, de 6 pontos percentuais. A Petrobras viu sua participação saltar de 85% em abril para 91% em setembro. Em janeiro, era de 80%.

Do ponto de vista de performance de vendas, a política comercial mais agressiva está nos fazendo recuperar o market share”, afirmou o diretor de Refino da companhia, Jorge Celestino.

A Petrobras adota novo formato na política de ajuste de preços de combustíveis desde 3 de julho do ano passado. Pela nova metodologia, os reajustes acontecem com maior periodicidade, inclusive diariamente, refletindo sobretudo os preços internacionais e o câmbio. Desde o início da nova metodologia, o preço da gasolina nas refinarias acumula alta de 30,78% e, o do diesel, valorização de 56,61%, segundo o Valor Online.

Apesar do aumento do market share da gasolina, a companhia registrou no acumulado no até setembro queda de 12,8% no volume de vendas do combustível “devido principalmente à competitividade com o etanol”.

A empresa reportou ainda uma queda no fator de utilização das refinarias para 75% em setembro, ante 76% em agosto. Em janeiro, no entanto, era de 71%. A produção total de derivados no acumulado em 9 meses caiu 1,6% na comparação anual.

Importação de óleo e derivados

A importação de petróleo e derivados pela Petrobras subiu 30,6% no terceiro trimestre do ano, na comparação com igual período de 2017, para 439 mil barris por dia. Já a exportação de petróleo e derivados pela companhia caiu 26,1% no terceiro trimestre, frente ao período julho-setembro do ano passado, para 511 mil barris por dia.

O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, defendeu a manutenção da política de preços da companhia. “A gente acha que essa política é transparente, que dá previsibilidade ao mercado, e é fator importante para obtenção dos resultados da companhia. Então, alterações nessa política têm que ser discutidas, mas é algo que cabe ao novo presidente decidir”, disse.

FONTE: G1 10/11/2018