sábado, 15 de setembro de 2018

Volume importado de etanol recua 65,7% em agosto, para 45,82 mi de litros

O volume importado de etanol pelo Brasil despencou 65,7% no mês passado e atingiu 45,82 milhões de litros, ante 133,61 milhões de litros em agosto de 2017. O total é também 67,5% menor que os 140,88 milhões de litros de etanol importados em julho deste ano.

Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Nos primeiros oito meses de 2018, o volume importado de etanol chegou a 1,390 bilhão de litros, queda de 6,8% sobre o total de 1,491 bilhão de litros de igual período de 2017.

O volume importado do biocombustível em agosto foi 82,5% inferior ao do total exportado. No mês passado o País enviou 262,5 milhões de litros de etanol ao mercado externo, segundo o MDIC. Mesmo com o recuo no mês passado, as importações nos oito primeiros meses de 2018 superam em 40,6% o total exportado pelo Brasil no período, de 988,3 milhões de litros.

Receita

A importação brasileira de etanol movimentou US$ 19,91 milhões no mês passado, queda de 69% sobre os US$ 64,27 milhões de agosto de 2017 e de 66,1% sobre os US$ 58,74 milhões de julho deste ano. Com o resultado, nos primeiros oito meses de 2018 as importações de etanol movimentam US$ 594,59 milhões, recuo de 25,9% sobre o período de janeiro a agosto de 2017, com US$ 801,97 milhões.

A balança comercial do etanol gerou superávit de US$ 104,89 milhões em agosto, pois as exportações movimentaram US$ 124,80 milhões no mês passado, mas acumula déficit de US$ 153,98 milhões no ano, já que as vendas externas entre janeiro e agosto somaram US$ 545,5 milhões. 

FONTE: Agencia do Estado 11/09/2018

Fim do monopólio da Petrobras no refino é questão mais importante para preço do combustível, diz Guardia

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta quinta-feira que o próximo governo terá que pensar em soluções de caráter mais estrutural para a questão do preço do combustível, sendo a discussão sobre o monopólio do refino a mais importante delas.

"É muito importante que tenha competição também em refino e hoje isso é monopólio da Petrobras. Então essa é uma direção importante... aliás a própria Petrobras concorda com esse caminho, é a nossa posição também, que a gente tem que avançar na abertura do segmento de refino", afirmou ele em entrevista ao canal do YouTube MyNews.

O ministro da Fazenda também apontou que outro tema a ser discutido nesta seara é a instituição de mecanismos que permitam usar a estrutura de impostos como um buffer para a variação do preço internacional do petróleo.

"Isso existe em vários países, a gente já teve isso de maneira semelhante no Brasil, nós precisamos repensar e ter soluções dessa natureza no ano que vem. Só que isso exige mudança da Lei de Responsabilidade Fiscal porque para isso você tem que um imposto regulatório que pode ser reduzido sem a necessidade de compensação nos termos LRF", disse.

Guardia reforçou que o enfrentamento dessas questões ficará a cargo do próximo presidente eleito, já que o subsídio ao diesel concebido pelo governo do presidente Michel Temer para encerrar a greve dos caminhoneiros termina em 31 de dezembro.

Durante a entrevista, ele fez forte defesa da continuidade dos ajustes fiscais e da permanência da regra do teto de gastos, apontando que, sem ela, seria necessário elevar impostos e "isso não poderíamos tolerar".

O ministro também disse que a proposta de reforma da Previdência que já está no Congresso Nacional é boa e seria "excelente ponto de partida" para começar a resolver o desarranjo das contas públicas. Nesse sentido, Guardia voltou a dizer que Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estão dispostos a colocar o texto para votação depois das eleições, caso o presidente eleito em outubro concorde com a investida.

Após o dólar ter encerrado esta sessão encostando em 4,20 reais, valor mais alto desde a criação do Plano Real, Guardia avaliou que o "grande dilema que está refletido no preço dos ativos é se a dinâmica (de reformas na economia) continuará ou não" após o pleito presidencial.

REFORMA TRIBUTÁRIA

Sobre a proposta de reforma tributária que está sendo estruturada pela atual equipe econômica, o ministro destacou que a ideia é diminuir o Imposto de Renda para empresas para aproximá-lo de padrões internacionais, mas compensando essa perda de receita com tributação sobre dividendos, acompanhada da eliminação da atual estrutura de Juros sobre Capital Próprio.

"O Brasil não pode se dar ao luxo, dada restrição fiscal, de reduzir a carga tributária", defendeu o ministro. 

FONTE: Reuters – 14/09/2018

CADE defende venda direta de etanol, apoiando-se inclusive em material do Notícias Agrícolas

Para alguns agentes do mercado sucroenergético que tentaram diminuir a proposta do Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade), de 28 de maio, favorável à venda direta de etanol, usando entre os argumentos que a mesma foi tomada sem respaldo técnico e apenas pegando carona no clamor público durante a greve dos caminhoneiros, a autarquia federal terminou por desmontar uma a uma as principais críticas.

A Nota Técnica, na qual finaliza, após 14 páginas, sugerindo que a “ANP repense a dicção das resoluções que impedem a venda direta de etanol para postos de combustíveis”, referenda tecnicamente muito, por exemplo, do que o Notícias Agrícolas trouxe para o debate pelas mais diferentes fontes nos últimos meses. Parte dessa nossa contribuição, inclusive, em texto publicado em 7/6 - RenovaBio: venda direta de etanol aos postos exigiria adaptações, mas não o inviabilizaria - foi mencionada e reproduzida no novo parecer do Cade.

Em linhas gerais, quando se defende a ruptura do engessamento do artigo 6º da Resolução 43 de 2009 da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, que rege o modelo concentrador nas mãos das distribuidoras de combustíveis, nada mais é que aumentar a concorrência e acabar com as “ineficiências econômicas”. Aliás, estas advêm doutra.

É risível aceitar que com um agente a menos no mercado de nada adiantaria no preço final da bomba.

Peguemos um exemplo aleatório. O etanol produzido pela Usina Lins, de Lins (SP), é levado para a tancagem das distribuidoras em Bauru, rodando 100 kms, mas parte dele naturalmente volta para sua origem e cidades vizinhas para abastecer os postos das redes, acrescentando 200 kms nos custos, naturalmente carregados para a bomba. Deixa-se, portanto, a indústria vender diretamente em seu entorno – se quiser e quanto quiser.

E esse condicionamento, à revelia de cada usina e destilaria, é onde o debate praticamente jamais entrou, incluído a mídia em geral, menos o Notícias Agrícolas. Em nenhum momento parte do mercado produtor que mais defende da venda direta – Sindaçúcar PE, Feplana e outras entidades do Nordeste e a Nova Aralco (SP), por exemplo -, pediu a exclusão das distribuidoras, nem condicionou mudança imaginando que os produtores viessem a vender a totalidade de seu etanol diretamente aos postos sem bandeira.

Daí se garante que as leis de mercado ainda continuariam a favor do consumidor, já que se alguma empresa viesse a se aproveitar da venda direta aos postos próximos mas jogando no preço a margem que seria da distribuição, se aproveitando oportunisticamente, haveria a opção do produto com ‘marca’. E certamente mais competitivo do que é hoje.

Da Nota Técnica do Cade ainda é importante apontar que os “distribuidores de combustíveis líquidos, que pertencem a um oligopólio, em um setor sensível e estratégico como o de energia, não devem ou não deveriam ser considerados como garantidores da ordem econômica-tributária nacional, nem deveriam ser entendidos como ‘quase reguladores tributários no caso concreto”. Carregada de sustentação técnica (como se poderá ver na publicação na íntegra, abaixo de deste texto), derruba uma das principais bandeiras dos apoiadores do modelo vigente, segundo a qual o etanol usina-posto embute potencialidade de sonegação.

De tal modo, a autarquia salienta que não se admite pensar em problemas de qualidade do produto e segurança, outra crítica das distribuidoras e da ANP, como sendo só essas intermediárias igualmente as garantidoras. O modelo da ANP de controle atual, explicado no texto, pode e deve ser o garantidor, como já disse a ex-diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, também neste espaço.

Quanto ao RenovaBio, também sob ‘ameaça’ caso se quebre a estrutura atual de distribuição de combustível da cana, fica o que destacamos em nosso texto: não haveria maiores dificuldades em adaptações diante da modelagem onde só as distribuidoras comprariam os CBios (certificados de descarbonização), segundo análise, entre outras, de Marília Folegatti Matsuura, da Embrapa Meio Ambiente, que montou a RenovaCalc, calculadora que contabilizará a emissão de carbono em cada processo produtivo.

O debate está na Câmara dos Deputados, depois de aprovado PL no Senado a favor da venda direta, e deverá entrar em pauta tão logo passe as eleições. E o Cade agora oferece mais fundamento para que o legislativo exija a mudança da ANP. Já que esta até o momento se mostra intransigente, inclusive conseguindo caçar liminar favorável que os produtores haviam conseguido.

FONTE: Notícias Agrícolas 14/09/2018 

sábado, 8 de setembro de 2018

Produção de biodiesel dos EUA cresceu 20% no primeiro semestre

A despeito das polêmicas em torno das metas para os próximos anos do aumento de isenções dadas às refinarias, os fabricantes de biodiesel dos Estados Unidos não têm do que se queixar. Segundo dados da Administração em Informação em Energia (EIA) a produção das usinas norte-americanas nos primeiros seis meses do ano já se aproximam dos 3,19 bilhões de litros.

Para fins de comparação, a produção semestral brasileira ficou em 2,42 bilhões de litros.

O volume fabricado do período é 19,2% maior do que o que havia sido registrado de janeiro a junho de 2017 e supera em muito os 2,73 bilhões de litros que haviam sido produzidos na primeira metade de 2016 – ano que detinha o recorde anterior –.

Se depender do histórico, o ritmo deverá se acelerar ainda mais nos próximos meses. Em média, a produção norte-americana aumenta 18,2% no segundo semestre o que fabrica a produção de biodiesel dos EUA se aproximar dos 6,95 bilhões de litros este ano.

As vendas de biodiesel apuradas pela EIA até o momento chegam perto dos 3,17 bilhões de litros. Apesar de ser um volume bastante respeitável, o biodiesel representa uma fração realmente diminuta na matriz norte-americana de combustíveis com 2,6% do consumo de óleo diesel.

Importação

Em grande parte, esse aumento na produção local corresponde à substituição das importações por biocombustível local. Em outubro, o Departamento de Comércio passou a tarifar o biodiesel originado na Argentina e na Indonésia.

Nos primeiros seis meses do ano, entraram no mercado norte-americano 282,6 milhões de litros de biodiesel. São 481,2 milhões a menos que em 2017 um pouco menos que os 514,7 milhões de litros a mais que foram fabricados.

Do outro lado do balcão, as exportações também deram uma força.

Os embarques nos primeiros seis meses do ano chegaram a 212,1 milhões de litros – alta de 35,6% em relação à 2017. Essa foi a primeira vez em nove semestres que as exportações de biodiesel dos Estados Unidos superar a barreira dos 200 milhões de litros. O Canadá foi o maior comprador com 161,2 milhões de litros importados.

FONTE: Biodieselbr 05/09/2018

Novo cálculo do preço do diesel causará desabastecimento

Importadores ressaltam o risco. Novo cálculo vale desde 6ª (31.ago). Cálculo será usado até o fim do ano. ANP fez mudanças depois de audiência

A nova fórmula para calcular o preço de referência do óleo diesel pode prejudicar a importação do combustível, podendo causar desabastecimento. É o que afirma a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).

Em vigência desde 6ª feira (31.ago.2018), a metodologia deve ser usada até o fim do programa de subvenção, em 31 de dezembro de 2018, criado pelo governo federal como resposta à greve dos caminhoneiros. Eis a íntegra da nova regra.

Segundo o presidente da associação, Sérgio Araújo, mesmo com as mudanças feitas na proposta apresentada pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) durante audiência pública de 17 de agosto, “ainda existe risco de desabastecimento”. A ANP nega.

Araújo considera que houve melhora na versão em vigor, mas que 3 preços de referência seguem abaixo do praticado pelo mercado:

valor para armazenagem nos portos;

frete rodoviário para transferir produto do porto até as bases de distribuição;

margem de lucro para agentes produtores e importadores de diesel, que deve ser condizente com os riscos da atividade segundo a lei que instituiu a subvenção do combustível.

PETROBRAS ALERTA

Na consulta pública, a Petrobras também se posicionou sobre o risco. “A fórmula proposta tende a inviabilizar a oferta de produto importado e a participação de terceiros não produtores no Programa, restringindo a concorrência no mercado brasileiro”, declarou.

Segundo a estatal, como o país é “deficitário em diesel, há potencial risco de desabastecimento do mercado”. Eis a íntegra do posicionamento.

Questionada se mantém o alerta após as mudanças feitas pela agência, a empresa se disse que “não está comentando o assunto”.

FONTE: Poder 360 03/09/2018

Etanol tem o melhor preço comparativo em 15 anos

Combustível tem melhor vantagem comparativa desde o surgimento do primeiro carro flex, em 2003

“Gasolina ou etanol?, pergunta o frentista do posto. A dúvida, comum na cabeça de todo motorista, não tem sido tão frequente aos juiz-foranos que precisam abastecer seus veículos. Segundo levantamento feito com base nos dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), nunca compensou tanto abastecer com álcool em Juiz de Fora. Na última semana, o preço pago pelo litro do derivado da cana-de-açúcar correspondeu a 54% do valor do litro da gasolina. Essa é o melhor vantagem comparativa desde o início da pesquisa, em 2003.

Para donos de carros bicombustíveis, é possível determinar financeiramente qual combustível é vantajoso com base numa relação média entre o preço da gasolina e etanol, que deve girar em torno de 70%. Na prática, é preciso dividir o preço do litro do álcool pelo da gasolina. Se o resultado da divisão for acima de 0,7, o consumidor deve optar pela gasolina. Se ficar abaixo, a alternativa é o combustível renovável.

Tradicionalmente, nos meses de safra, entre maio e novembro, o álcool tende a ganhar uma ligeira vantagem em relação à gasolina e a compensar nos estados produtores. No entanto, desde 2015, essa paridade pró-etanol não era tão vantajosa. Em Minas Gerais, naquele ano, o percentual esteve baixo (60%) em virtude da redução a alíquota do ICMS do etanol hidratado para 16%, que deu incentivo e competitividade ao setor. Desta vez, o recorde na safra da cana-de-açúcar e a alta nos preços da gasolina, provocada pela mudança de política de preços adotada pela Petrobras, beneficiaram o combustível renovável.

Nos postos, segundo frentistas relataram à reportagem, para cada dez motoristas, sete abastecem com álcool. O preço tem sido o principal fator de mudança na preferência do consumidor. “Desde que a gasolina foi aumentando de preço e o etanol diminuindo, está compensando demais. A gente sempre procura o melhor preço. Eu prefiro a gasolina, mas está muito caro. Todo mundo é sensível ao preço”, afirma o motorista Gilvan dos Santos, 31 anos.

A preferência é compartilhada por outros motoristas, que também levam em consideração o desempenho do veículo com cada combustível no momento de escolha. “Faz quase um ano que estou abastecendo com etanol, pois no meu carro quase não faz diferença no consumo: dez quilômetros por litro com etanol e 12 com gasolina. Enquanto eu encho o tanque com R$ 100 no etanol, eu gasto gasto R$ 200 com gasolina”, exemplifica o professor Pablo Henrique Silva Barbosa, 27.

Apesar do cenário favorável ao combustível derivado da cana-de-açucar, ainda existem motoristas que preferem abastecer com gasolina. É o caso de Paulo César Rodrigues, 56. Por muito tempo, ele abasteceu com etanol, mas por orientação do mecânico passou a abastecer com gasolina aditivada, mesmo com o preço em alta. “Estou seguindo a orientação do mecânico de colocar gasolina. A questão do preço não fez diferença pra mim, já que no meu carro faz muita diferença quando coloco etanol e gasolina, mesmo ele sendo flex”, afirma.

Preços dos combustíveis devem se manter estáveis até novembro

De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), o volume total de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul somou 1,34 bilhão de litros nos primeiros quinze dias de agosto, um crescimento de 20,32% em relação à mesma quinzena do ano anterior, quando foram produzidos 1,12 bilhão de litros. Com isso, se há pouco mais de um mês, o litro do álcool era encontrado na bomba por R$ 3, hoje é possível encontrar o combustível a R$ 2,28 em alguns postos do município, segundo levantamento da ANP.

Por outro lado, na última quarta-feira (29), o preço da gasolina vendido às distribuidoras sem tributos chegou ao maior valor desde o início da nova política de preços da Petrobras: R$ 2,107. Em agosto, o valor da gasolina já acumula alta de 7,09%, o que deve se refletir na alta do custo do derivado de petróleo.

Na avaliação do presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas do Estado de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, o desempenho do setor é resultado da destinação de 60% de toda a produção recorde para a fabricação de álcool. E a expectativa é de que o setor produza, até novembro deste ano, mais de 2,1 bilhões de litros de etanol hidratado, 30% a mais que o ano passado.

O aumento da oferta tem gerado sinais positivos na demanda. Segundo o presidente da Siamig, a produção do primeiro semestre do ano apresentou crescimento de 96% em relação ao mesmo período de 2017. O alta poderia ter sido maior, não fosse a greve dos caminhoneiros que fez perder dias de consumo. “Esses dez dias de greve a gente não recupera. Isso impactou as vendas num momento em que o mercado de etanol estava ganhando competitividade”, afirma.

A associação espera que o consumo de álcool em agosto bata o recorde de vendas em toda a história. A previsão é de que cerca de 200 milhões de litros de etanol hidratado sejam comprados pelos proprietários em Minas Gerais. O número surpreende diante da pequena participação da fonte energética nas preferências do consumidor, com apenas 30% do mercado. No geral, o setor espera um crescimento de 16% em todo o estado, se comparado com o ano anterior.

A tendência é de que os preços se estabilizem no patamar atual, com aumentos e reduções até o fim da safra, em novembro. A expectativa é de que o consumidor fique mais habituado com o combustível e, assim, faça com que a demanda média permaneça mais elevada. “Temos um potencial enorme de crescer, um potencial de consumidores a conquistar. O preço é a porta de entrada de novos consumidores de etanol hidratado”, afirma Mário Campo, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas do Estado de Minas Gerais (Siamig).

Postos tentam suprir demanda do consumidor

Com a vantagem comparativa do etanol, muitos postos da cidade estão comprando o dobro do volume do produto que estava sendo adquirido em maio, antes da greve dos caminhoneiros. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), as vendas das usinas na região Centro Sul, na primeira quinzena de agosto, atingiram 919,8 milhões de litros de álcool, um aumento de 41,85% em relação ao valor registrado em igual período de 2017 (648,43 milhões de litros).

Apesar de não existir levantamento do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro) sobre o volume de compra dos associados, gerentes e proprietários ouvidos pela Tribuna afirmam que chegam a receber novos carregamentos quase que diariamente com . “Temos comprado uma média de 15 mil litros por semana do produto, antigamente a gente comprava por volta de oito mil. A procura está muito alta”, exemplifica o gerente do Posto Cascatinha, Cleber Lopes.

Além da maior oferta, proprietários tentam suprir a busca do consumidor pelo menor preço, que tem variado pela cidade. Segundo Luiz Balbi, gerente do Posto Romualdo, a concorrência com relação ao preço do tem feito com que os postos reduzam a margem de lucro a fim de alcançar novos consumidores. “O lucro ficou bem achatado diante da concorrência. Estamos trabalhando com uma margem menor, mas esse ano está tendo uma safra boa”, afirma.

FONTE: Tribuna de Minas 02/09/2018

Etanol: hidratado e anidro sobem 5,86% nas usinas

O preço do etanol hidratado subiu 5,86% nas usinas paulistas nesta semana. O combustível saiu de R$ 1,5897, o litro, para R$ 1,6828, o litro, em média, entre segunda-feira e esta quinta-feira, 6, de acordo com o indicador divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). Em quatro semanas, desde o início do ciclo de aumentos do biocombustível, a variação acumulada é de 20,97%. O valor anidro teve reajuste também de 5,86% esta semana, de R$ 1,6885 o litro para R$ 1,7874 o litro, em média.

Segundo Ivelise Rasera Bragato, pesquisadora do Cepea/Esalq, a demanda aquecida segue como principal fator de sustentação dos preços do etanol. No caso do hidratado, a alta na gasolina também ajuda, já que o preço do biocombustível acompanha o do combustível de petróleo nas bombas. “Esta semana o volume de negócios foi menor, mas seguiu aquecido. A demanda sustenta os preços”, disse. 

FONTE: Estadão 06/09/2018