sábado, 28 de julho de 2018

Cargill critica tabela de frete e planeja ter frota própria de caminhões

Para a trader, tabela muda logística de transporte do País e deve obrigar inclusive os pequenos produtores a se organizarem em cooperativas de frete para não perder competitividade.

A Cargill, maior empresa de alimentos do mundo, disse que o tabelamento do frete rodoviário vai inviabilizar a comercialização antecipada de grãos e que avalia investir em frota própria de caminhões. “Uma alternativa a essa fixação de preços altíssimos que a empresa analisa para a próxima safra é o investimento na verticalização das operações, ou seja, aquisição de frota própria de caminhões e contratação de motoristas”, disse a trading em nota.

A Cargill afirma que as compras de serviços de transporte sempre ocorreram com base na oferta e na procura e agricultores, indústrias e exportadores se basearam na análise desses parâmetros para definir seu modelo operacional. “Com o tabelamento, indústrias e exportadores terão que repensar a forma como irão operar no Brasil, pois cria-se uma ruptura no funcionamento natural da cadeia de suprimentos e desequilibra os contratos, a ponto de comprometer a confiança na expansão sustentável do agronegócio”, enfatizou no comunicado o diretor de grãos e processamento da Cargill para América Latina, Paulo Sousa.

Para ele, indústrias de processamento de produtos agrícolas e empresas exportadoras serão forçadas a mudar seu modelo de atuação: em vez de comprar grãos com retirada nas fazendas ou nos armazéns no interior, serão forçadas a adquiri-los somente com entrega nas fábricas e nos portos. “Desta forma, se reduz o risco ao máximo, permitindo a utilização de frota própria nas rotas de alta eficiência entre fábricas e portos, maximizando uso das hidrovias ou ferrovias - as quais são mais eficientes e agora se tornam juridicamente muito mais seguras”, disse o executivo.

Para a trading, a lei também incentiva agricultores que ainda não têm caminhões a adquirir seus veículos próprios e, os que já têm, a ampliar sua frota de maneira significativa. “Isto pode comprometer ainda mais o equilíbrio do mercado e tornar o excesso de oferta de caminhões um problema substancialmente maior”, ressaltou o executivo. Sousa ponderou ainda que produtores com maior capacidade de investimento conseguirão, com frotas próprias, incorporar à sua receita os benefícios de um frete artificialmente sobrevalorizado, enquanto pequenos produtores e produtores rurais da agricultura familiar serão forçados a se organizar em cooperativas de frete ou perderão competitividade.

Na nota, divulgada nesta terça-feira (24), a Cargill acrescentou que “o tabelamento de frete é um atraso ao modelo econômico-social brasileiro e traz enormes impactos financeiros para a população que mais necessita de alimentos. É um desrespeito aos grandes avanços e ganhos de eficiência e produtividade promovidos pelo agronegócio brasileiro, dentro e fora das propriedades rurais.”

FONTE: Estadão 25/07/2018

Começa o subsídio do diesel. Veja a lista de quem já recebe e quem já pediu

A diretoria da ANP aprovou os primeiros pagamentos de subsídio dos preços do diesel: serão pagos R$ 115 mil para a Refinaria Riograndense e R$ 6 mil para a Dax Oil, companhias que já tiveram documentos processados e referentes à produção de 30 de maio a 7 de junho.

Subsídio à Petrobras, o mais relevante pelo volume de fornecimento, ainda depende de análises adicionais.

O pagamento é previsto na MP 838/18, umas das medidas provisórias editadas por Temer em resposta à greve dos caminhoneiros, em maio. A subvenção estipulada é de até R$ 0,30 por litro, limitada a um gasto de R$ 9,5 bilhões até o fim do ano.

Mas depende do Congresso. Enquanto a MP 838/18 regula o subsídio, a MP 839/18 trata dos cortes orçamentários para liberar o crédito suplementar de R$ 9,5 bilhões. As duas medidas aguardam aprovação de relatórios nas comissões mistas, para então seguirem para a pauta da Câmara e, se aprovadas, para o Senado. Mas o tempo é curto, afinal as MPs só podem ser prorrogadas até outubro.

Na prática, haverá espaço apenas nas sessões extraordinárias prometidas para agosto e setembro para votar as matérias – o calendário legislativo no período eleitoral é previsto pelos presidentes das casas Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, mas vai depender de quórum.

Nesta sexta-feira, o diretor-geral da ANP, Décio Oddone, recebe representante do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom BA).

Lista dos produtores e importadores de óleo diesel cujo Termo de Adesão à segunda fase do programa foi recebido pela ANP até o dia 9 de julho de 2018

G R B – Import & Participações Eireli

Petróleo Brasileiro S.A

Sul Plata Trading do Brasil Ltda.

BME Energy Trading S.A.

Ciapetro Trading Comercial Importadora e Exportadora Ltda.

Dax Oil Refino S.A.

Greenergy Brasil Trading S.A.

Oil Trading Importadora e Exportadora Ltda.

Tricon Energy do Brasil Ltda.

Cacatua Comercial, Importação e Exportação de Óleo Diesel Ltda.

Flamma Óleo e Derivados Ltda.

NFX Combustíveis Marítimos Ltda.

Refinaria de Petróleo RioGrandense S.A.

Varo Energy Brasil Comércio Importação e Exportação Ltda.

Alesat Comercial Importações e Exportações Ltda.

Amazônia Energia Indústria e Comércio de Combustíveis Ltda.

Atlantimport Comercial S.A.

Axa Oil Petróleo Ltda.

BCI Brasil China Importadora S.A.

Blueway Trading Importação e Exportação S.A.

CR Importadora de Produtos Químicos Ltda.

Esfera Assessoria e Negócios Internacionais Ltda.

Longare Trading Com, Imp e Exp de Produtos Químicos Ltda.

PB Overseas S.A.

Petro Energia Indústria e Comércio Ltda.

Petróleo Amazonas Importação e Exportação Ltda

Refinaria de Petróleo de Manguinhos S.A.

Sertrading (BR) Ltda.

WM Comercial Atacadista Ltda.

Columbia Trading S.A.

Êxito Importadora e Exportadora S.A.

BWI Trading Comercial Importadora e Exportadora Ltda.

TMP Exportação e Importação S.A.

Comexport Trading Comércio Exterior Ltda.

Latino Americana de Comércio Exterior Hold Export Ltda.

Triumph Brazil Importação e Exportação Ltda.

Toronto Importadora e Exportadora de Óleo e Combustíveis

PRD Comércio, Distribuição, Importação e Exportação Ltda.

FONTE: E&P Brasil 27/07/2018

Petrobrás vê risco em estender exportação de combustíveis para distribuidores

Mudanças propostas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e postas em consulta pública sugerem liberar a exportação de produtos por distribuidores

A Petrobrás apoia as mudanças proposta pela da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para o novo marco regulatório do comércio exterior de combustíveis, que visa aumentar a concorrência no setor, mas alertou para o risco de liberar a exportação de produtos por distribuidores, como sugere a resolução da agência que foi colocada em consulta pública há um mês. A previsão da agência é que a nova resolução seja publicada até o final de outubro deste ano.

O objetivo da ANP ao lançar em consulta pública é simplificar as mais de 20 resoluções que existem sobre o tema em apenas uma, para dar maior transparência ao processo e estimular a competição. As sugestões recebidas serão analisadas em agosto e entre setembro de outubro deverão ser publicadas. 

"A gente entende que conceder a possibilidade de exportação para distribuidores pode inclusive aumentar o risco de abastecimento  do mercado nacional, porque a infraestrutura disponível vai estar concorrendo  com diferentes operações, os tanques, os caminhões, os portos, porque essa decisão (para os distribuidores) será meramente econômica", expôs Cristiane de Souza, da área de combustíveis da estatal, na audiência pública sobre o assunto realizada hoje na sede da ANP, no Rio. 

Ela sugeriu que os investimentos que poderiam ser feitos pelos distribuidores sejam canalizados "para aumentar a capilaridade desse suprimentos por todo País", completou.

A Petrobrás sugeriu que as exportações sejam limitadas a produtores, "para escoar o excedente do processo produtivo", ou por trading companys, "pela própria natureza da sua atividade", e propôs a inclusão de um parágrafo na resolução que deixe clara a impossibilidade de exportar produto adquirido com subvenção. "Porque a subvenção que está em vigor agora do diesel é para atender o mercado interno", destacou.

FONTE: Estadão 26/07/2018

Unica prevê alta da produção de etanol no centro-sul

A produção de etanol no centro-sul do Brasil deve crescer para algo entre 28 bilhões e 29 bilhões de litros na atual safra 2018/19, iniciada em abril, ante cerca de 26 bilhões de litros no ciclo passado, projetou nesta segunda-feira o presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Pedro Mizutani.

Conforme ele, o aumento na produção de etanol reflete a forte demanda pelo biocombustível, cujos preços nas bombas têm se mostrado mais competitivos que os da gasolina, seu concorrente direto. Além disso, o centro-sul está destinando mais cana para a produção do biocombustível, em função das cotações baixas do açúcar.

“Há postos em que está 2 reais a diferença dos preços da gasolina para os do etanol”, destacou Mizutani no intervalo do Global Agribusiness Forum (GAF), em São Paulo.

Geralmente, vale a pena abastecer com etanol quando o preço na bomba está igual ou abaixo de 70 por cento do da gasolina.

Segundo ele, a expectativa é de que o consumo de etanol no centro-sul em 2018 cresça na mesma proporção da produção, ou seja, até 11,5 por cento.

O álcool vem se mostrando mais atrativo para as usinas do centro-sul desde meados do ano passado, na esteira de mudanças tributárias, aplicação de uma política de formação de preços pela Petrobras e queda das cotações internacionais do açúcar.

Mizutani frisou que, em razão do foco na produção de etanol, o setor vem registrando queda na fabricação de açúcar. O Brasil é tradicionalmente o maior produtor global do adoçante, mas neste ano, dado o mix alcooleiro no centro-sul, tende a perder a liderança para a Índia.

Mais cedo, no mesmo evento, o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, já havia destacado que a fabricação de açúcar na safra vigente está até 13 quilos por tonelada de cana processada menor na comparação com a temporada passada.

FONTE: Brasil 247 27/08/2018

Produção histórica de etanol é destaque na 1ª quinzena de julho, diz Unica

A quantidade de cana processada pelas unidades do Centro-Sul somou 44,88 milhões de toneladas na primeira quinzena de julho. O resultado é 6,50% inferior às 48,00 milhões de toneladas verificadas no mesmo período na safra 2017/2018.

Da moagem total, apenas 38,40% da matéria-prima foi destinada à fabricação de açúcar, contrastando significativamente com os 50,41% registrados na mesma data de 2017.

Como consequência, a produção de açúcar diminuiu 23,30% na quinzena, atingindo 2,39 milhões de toneladas. A de etanol, por outro lado, aumentou 26,24%, totalizando 2,39 bilhões de litros, contra 1,89 bilhão fabricados em igual período do ciclo 2017/2018.

No caso do biocombustível hidratado, o aumento foi ainda mais intenso; sua produção atingiu 1,60 bilhão de litros, a maior produção quinzenal da série histórica. Esse resultado representa um crescimento de 52,71% em relação ao mesmo período de 2017.

A fabricação de anidro, por sua vez, totalizou 790,74 milhões de litros nos primeiros quinze dias de julho, com queda de 6,53% ante os 845,95 milhões de litros registrados na mesma quinzena do ano anterior.

No acumulado desde o início da safra até 16 de julho, a produção de açúcar atingiu 12,14 milhões de toneladas. Já o volume de etanol alcançou 13,45 bilhões de litros, sendo 4,08 bilhões de litros de anidro e 9,37 bilhões de litros de hidratado.

“Caso não tivesse ocorrido mudança no mix das usinas, a produção acumulada de açúcar já teria superado 15 milhões de toneladas. A retração de 57,40 kg de açúcar por tonelada de cana processada verificada em 2017/2018 para 45,39 kg nessa safra, permitiu uma redução próxima a 3,2 milhões de toneladas na fabricação do produto até o momento”, observa Antonio de Padua Rodrigues, diretor Técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA).

Nos primeiros quinze dias de julho deste ano, a produção de etanol de milho totalizou 24,68 milhões de litros. Desde o início da safra até 16 de julho foram fabricados 187,80 milhões de litros, registrando incremento de 163% em relação ao volume produzido em igual período do ano passado.

Produtividade e qualidade da matéria-prima

A qualidade da matéria-prima processada nos primeiros quinze dias de julho, medida por meio da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), cresceu 7,70%, atingindo 145,47 kg por tonelada em 2018 contra 135,07 kg na mesma quinzena do último ano. No acumulado até 16 de julho, o indicador de qualidade totalizou 131,86 kg de ATR por tonelada, mantendo a alta de 5,10% em relação ao valor da safra 2017/2018.

Dados preliminares apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a partir de uma amostra comum de 81 empresas, indicam que houve uma sensível retração de 4,27% na produtividade agrícola do canavial colhido na primeira quinzena de julho em comparação ao mesmo período da safra 2017/2018 (81,91 toneladas por hectare nesse ano, contra 85,56 no ciclo anterior). Os dados efetivos para o mês de julho serão confirmados no próximo levantamento.

Vendas de etanol

O volume total de etanol comercializado pelas unidades do Centro-Sul somou 1,2 bilhão de litros nos primeiros quinze dias de julho, crescimento de 16,68% em relação à mesma quinzena do ano anterior (1,03 bilhões de litros), sendo 91,55 milhões destinados à exportação e 1,11 bilhão ao mercado doméstico.

Esse crescimento deve-se, mais uma vez, à expansão das vendas do hidratado no mercado doméstico, as quais alcançaram 767,48 milhões de litros na primeira metade de julho. Esse volume representa um expressivo aumento de 39,46% sobre o valor registrado em igual período de 2017 (550,31 milhões de litros).

A exemplo das semanas anteriores, esse resultado positivo das vendas retrata a maior competividade do biocombustível nos postos. Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilados pela UNICA mostram que em seis Estados - São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro –, abastecer com o etanol é economicamente muito vantajoso em comparação à gasolina. Estes Estados agregam cerca de 65% da frota nacional de veículos leves.

Com base no levantamento de preços realizado pela ANP na última semana (15 a 21 de julho), o hidratado atingiu uma paridade média de 59,9% em São Paulo, o que representa o índice mais competitivo nos últimos oito anos.

Em relação ao anidro, o volume comercializado no mercado doméstico alcançou 341,23 milhões de litros na primeira quinzena de julho, montante inferior aos 407,08 milhões comercializados na mesma quinzena de 2017.

Como consequência, as vendas acumuladas de etanol pelas usinas desde o início da safra 2018/2019 até 16 de julho, já atingiram 7,74 bilhões de litros, com 351,57 milhões de litros exportados e 7,38 bilhões de litros comercializados domesticamente – crescimento acumulado de 12,45% na comparação ao ciclo 2017/2018.

FONTE: Reuters 26/07/2018